“O
OUTRO LADO DA ESPERANÇA” (“TOIVON TUOLLA PUOLEN”), Finlândia, 2017, é o 17º longa-metragem
escrito e dirigido por Aki Kaurismäki, o mais importante diretor do cinema
finlandês da atualidade. Lembro, especialmente, de outros ótimos filmes de
Kaurismäki, como “O Homem sem Passado” e “O Porto”, este último rodado na França
com elenco francês. Neste seu mais recente filme, o pano de fundo da história é
a situação dos refugiados na Europa, representados na figura do sírio Khaled (Sherwan Haji), que
foge da guerra civil de seu país, percorre vários países da Europa e acaba na
Finlândia, escondido num navio cargueiro. Paralelamente à história de Khaled, Kaurismäki
apresenta a trajetória de outro personagem, o vendedor ambulante Wisktröm
(Sakari Kuosmanen), que larga não só o trabalho como também a esposa alcoólatra,
decide comprar um restaurante decadente e assume os empregados mais esquisitos do
mundo. Por uma dessas coincidências da vida, Khaled vai parar no restaurante de
Wisktröm e ajudar a reerguê-lo. Embora trate de uma questão séria como a dos
refugiados, Kaurismäki recheia a história com muito humor, um humor cínico e
irônico. Mesmo nas situações mais hilariantes, os personagens mantêm suas fisionomias
sérias, um recurso que funciona muito bem nesta ótima comédia finlandesa. O filme foi exibido pela primeira vez no 67º Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2017, e Kaurismäki recebeu o Urso de Prata como Melhor Diretor. Muito justo, pois o filme é simplesmente imperdível!
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