sábado, 28 de novembro de 2015

“UM AMOR A CADA ESQUINA” (“She’s Funny that Way”), 2015, direção de Peter Bogdanovich, lembra as boas comédias clássicas de Hollywood. Melhor: a começar da trilha sonora que acompanha os créditos iniciais (jazz dos anos 30/40), as situações, o ritmo, os diálogos, personagens neuróticos, tudo lembra também as melhores comédias de Woody Allen. A história: Isabella Patterson (Imogen Poots) é uma garota de programa contratada para passar a noite com Arnold Albertson (Owen Wilson), um famoso diretor de teatro da Broadway. Ela conta que seu grande sonho é ser atriz. Ele fica com pena da moça e oferece U$ 30 mil para ela largar a profissão e tentar realizar o seu sonho. Pouco tempo depois, quando Arnold está montando o elenco para uma peça, quem aparece para um teste? Isabella. Só que uma das atrizes da peça é justamente a esposa de Arnold, Delta Simmons (Kathryn Hahn). A partir daí, a confusão está formada, envolvendo ainda um veterano ator apaixonado por Delta, um juiz cliente da garota de programa, também apaixonado por ela, uma terapeuta à beira de um ataque de nervos e um produtor teatral que também se apaixonada por Isabella. No ótimo elenco, ainda estão Jennifer Aniston, Illeana Douglas, Rhys Ifans e Will Fort. Quentin Tarantino aparece numa ponta no final do filme. Depois de muitos anos sem dirigir um longa, Bogdanovich (“A Última Sessão de Cinema, “Lua de Papel”) acerta em cheio, garantindo um entretenimento divertido e inteligente. Enfim, uma comédia que o cinema norte-americano estava devendo faz tempo. IMPERDÍVEL!

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

“A GATINHA ESQUISITA” (“Das Merkwürdige Kätzchen”), 2013, é um filme alemão que marca a estreia no roteiro e direção do jovem suíço Ramon Zürcher. Não há história. O filme mostra o cotidiano de uma família de Berlim cujos integrantes são bastante esquisitos, aqui incluídos uma gata e um velho vira-lata preto. Toda a ação é desenvolvida no interior de um apartamento, onde o casal, os filhos, a avó, vizinho, prima e tia entram e saem toda hora, num vai e vem incessante. A menina grita quando qualquer aparelho eletrônico é ligado; o pai trafega medindo a pressão arterial; a filha mais velha joga cascas de laranja no chão e não entende porque elas caem com a parte branca para cima. E por aí vai, tudo muito surreal. A maioria dos diálogos não tem o mínimo nexo. Alguns deles são de uma espantosa profundidade filosófica. Quer um exemplo? A esposa comenta com o marido: “Gatos são as minhas cebolas”. Eis que o marido responde: “As cebolas são meus gatos”, e os dois acabam gargalhando. Ainda bem que o filme dura apenas 72 minutos. Exibido em festivais do mundo inteiro, o filme dividiu a opinião dos críticos, uns elogiaram, outros acharam deplorável. Em todo caso, existe gosto pra tudo, e esta produção alemã deve agradar quem curte filmes esquisitos. Aliás, nessa família, os humanos são muito mais esquisitos do que a pobre gatinha.  

 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Você já assistiu a algum faroeste dinamarquês? Agora surgiu a chance, com “A SALVAÇÃO” (“The Salvation”), 2014, direção de Kristian Levring. A história é ambientada em 1870 nos EUA. Os irmãos Jon (Mads Mikkelsen) e Peter (Mikael Persbrandt), ex-soldados do exército dinamarquês, chegaram à América sete anos antes para fazer fortuna. Não fizeram. Tornaram-se pequenos fazendeiros, donos de uma propriedade perto da cidade de Black Creek. Depois de sete anos, a mulher e o filho de Jon chegam aos EUA. Na diligência em que viajam para a fazenda, dois malfeitores assassinam a mulher e o filho de Jon. O dinamarquês não perdoa: mata os dois. Só que um deles é o irmão querido do chefão da região, Delarue (Jeffrey Dean Morgan), que parte para a vingança. O elenco é uma verdadeira miscelânea de nacionalidades. Mikkelsen é dinamarquês, Persbrandt é sueco, Eva Green e Éric Cantona franceses, Jonathan Pryce inglês. O único norte-americano é o vilão da história, Dean Morgan. A bela Eva Green, aliás, entra muda e sai calada, mesmo porque teve a língua cortada pelos índios. Para culminar, o final é forçado e constrangedor. Ah, as filmagens aconteceram em locações na África do Sul. Quem quiser arriscar, fique à vontade. Saudades daquele velho oeste, John Wayne, Clint Eastwood, Giuliano Gemma...

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

“CAKE – UMA RAZÃO PARA VIVER” (“Cake”), EUA, 2014, direção de Daniel Barnz. A advogada Claire Simmons (Jennifer Aniston), traumatizada por uma tragédia, cujas sequelas também afetaram seu corpo, faz parte de um grupo terapêutico de pessoas que sofrem de problemas psicológicos e dores crônicas. O suicídio ronda a mente dessas mulheres, e uma delas concretizou o ato, Nina (Anna Kendrick). Claire, que também pensa em fazer o mesmo, resolve investigar a fundo as razões que levaram Nina a cometer o suicídio. Para isso, se aproxima do viúvo, Roy (Sam Worthington). Mas quem realmente segura as pontas é a empregada mexicana de Claire, Silvana (a ótima Adriana Barraza). O relacionamento entre patroa e empregada resulta nos melhores diálogos e nos momentos de humor do filme, que no geral é um dramalhão daqueles. Aniston atuou sem nenhuma maquiagem e aparece feia e um tanto envelhecida. A idade (45 anos) também já não ajuda muito. Mas seu desempenho é ótimo, tanto que foi indicada ao Globo de Ouro de 2015 na categoria de Melhor Atriz de Filmes Dramáticos – ganhou Julianne Moore por “Still Alice”, que depois também ganharia o Oscar. Se a consagração de Aniston não veio com algum prêmio, pelo menos ficou evidente que ela é uma excelente atriz.                                                                                          
Pura diversão. Assim é “O AGENTE DA U.N.C.L.E. (The Man from U.N.C.L.E.), 2015, EUA, direção do inglês Guy Ritchie. Trata-se de uma paródia bem feita, com muito humor, ação e cenários deslumbrantes, da célebre série de TV dos anos 60. Tudo bem que agora a dupla principal é interpretada por dois bonitões sarados, os atores Henri Cavill (Napoleon Solo) e Armie Hammer (Illya Kuriakin), enquanto que os intérpretes originais – Robert Vaughan e David McCallum – eram mais franzinos e cerebrais. Nesta versão para o cinema, Solo (CIA) e Kuriakin (KGB) recebem a missão de trabalhar em conjunto para se infiltrar numa organização criminosa que ameaça o mundo com uma bomba nuclear. Destaque para a atriz sueca Alicia Vikander. Acostumada a papeis dramáticos (“O Amante da Rainha” e “Anna Karenina”), Alicia arrasa nas cenas de humor, provando que é uma atriz bastante versátil. Do alto de seus 1m90, a atriz francesa Elizabeth Debicki  também está ótima como a vilã Victoria Vinciguerra. A ação corre solta, bem ao estilo do diretor Guy Ritchie, que já provou enorme competência no gênero em ótimos filmes como “Snatch – Porcos e Diamantes” e “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”. Esqueça as mazelas do mundo e embarque nessa divertida aventura cinematográfica.