Para
quem gosta de curtir thrillers políticos baseados em fatos reais, “MATAR
A TODOS” é um prato cheio. Trata-se de uma co-produção Uruguai/Argentina, de
2007, com direção de Esteban Schoroeder. O filme já começa esclarecendo o que
foi a Operação Condor, no início dos anos 70, cujo principal objetivo era combater
os opositores aos regimes militares instalados em seis países da América do
Sul, incluindo o nosso Brasil varonil. Isso tudo com a ajuda do Tio Sam, é
claro. É com esse pano de fundo que o enredo se desenvolve. Júlia Gudari
(Roxana Blanco) é uma promotora de justiça que se envolve na investigação do desaparecimento
do bioquímico chileno Eugenio Barrios em território uruguaio. Barrios era
ligado ao grupo de extrema direita chileno chamado “Patria y Libertad” e ajudou
a fabricar o gás Sarin para o exército de Pinochet utilizar contra os
militantes de esquerda. Júlia, uma antiga militante de esquerda que na
juventude havia sido presa e torturada, desconfia que houve queima de arquivo e
insiste em prosseguir a investigação, mesmo depois das ameaças dos militares
uruguaios, incluídos seu pai, um general aposentado, e o irmão, capitão do
exército. O clima de suspense predomina do começo ao fim, o que impede o
espectador de desgrudar os olhos da telinha. Um programão!
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
“CASAMENTO SILENCIOSO” (“Nunta Muta”), 2008, direção de Horatiu Malaele, é um dos
filmes romenos mais interessantes da última década. Embora seja um drama com forte pano de fundo político – o comunismo -,
o filme é repleto de bom humor e algumas pitadas de realismo mágico. Inspirado
num caso que realmente aconteceu, o filme é ambientado num pequeno vilarejo do
interior da Romênia. O ano é 1953. Todos os habitantes do vilarejo esperam com
grande ansiedade a festa do casamento de Mara (Meda Victor) com Iancu (Alexandru
Potoceanu), casal muito querido por todos. Familiares dos noivos chegam de todas as
partes do país. Quando tudo já está pronto para o acontecimento do ano, vem a
notícia trágica: Stalin morreu. O prefeito do vilarejo e representantes do governo
comunista romeno decretam luto por uma semana, proibindo qualquer tipo de
comemoração. Mesmo com essa ordem, o casamento será comemorado de qualquer
jeito, nem que seja da forma que gerou o título do filme. Diversão garantida!
Outro
dia comecei a ver um filme italiano cuja história é ambientada na Rússia do século
19. Imagine os personagens russos – interpretados por atores italianos - falando italiano em
plena Moscou. Não deu pra assistir. Comparando, seria como se atores austríacos
fossem colocados para protagonizar o nacional “Cidade de Deus” falando alemão. Este é o tipo de defeito também cometido pelo drama de época
“UM
POUCO DE CAOS” (“A Little Chaos”), 2014, segunda incursão do ator Alan
Rickman como diretor. A história é toda ambientada na França, no século XVII.
Os personagens são franceses, os atores ingleses – com exceção do belga Mattias
Schoenherts – e, claro, totalmente falado em inglês. Não combina, soa falso demais! Vamos à
história: por ordem do Rei Luís XIV (Rickman), o arquiteto André Le Notre (Schoenherts)
fica encarregado de projetar os jardins do Palácio de Versalhes – o arquiteto
realmente existiu, sendo responsável pelo projeto do Champs Elysees, em Paris.
Voltando ao filme: Le Notre contrata a paisagista Sabine de Barra (Kate
Winslet) para ajudá-lo na construção de um anfiteatro ao ar livre. O encontro
entre os dois já prenuncia um previsível romance. Aliás, aqui surge outro defeito
do filme: Schoenherts não tem nada parecido com um galã romântico e muito menos
com um ator. É muito fraco. Kate Winslet está gorducha (filmou grávida) e
também atua no piloto automático. O filme dedica sua maior parte à construção do
tal anfiteatro e às fofocas da Corte de Luís XIV. Alan Rickman, como diretor, é
um ótimo ator.
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