sexta-feira, 19 de julho de 2019


“ACUSADA”, 2018, Argentina, 1h54m, segundo longa-metragem dirigido por Gonzalo Tobal (o primeiro foi “Villegas", de 2012), que também assina o roteiro com a colaboração de Ulises Porra Guardiola. A trama é toda centrada na jovem Dolores Dreier (Lali Espósito), acusada de ter assassinado a melhor amiga, Camila, durante uma festa de arromba. Há dois anos que ela sofre com a perseguição da imprensa e depoimentos à polícia. Nesse período, ela deixou de ir à escola e vive enclausurada dentro de casa, superprotegida pelos pais Luis (Leonardo Sbaraglia) e Betina (Inés Estévez). Chegou a hora de ir a julgamento, quando Dolores recebe as orientações do seu advogado Ignácio (Daniel Fanego). Em todos esses momentos, não fica clara a culpa de Dolores, embora existam algumas evidências que a incriminem. Como, por exemplo, o fato de Camila ter divulgado pela Internet um vídeo onde Dolores está transando com o namorado. Testemunhas ouviram Dolores afirmar que um dia mataria Camila por isso. Durante todo o filme, Dolores permanece num silêncio misterioso, em certos momentos com aparência de culpa e outros tantos como se fosse vítima de uma armação. Será mesmo culpada? Ou foi seu namorado? Ou o próprio pai para vingar-se? Caberá ao espectador responder. Para isso, terá que prestar muita atenção nos detalhes. A primeira exibição do filme aconteceu no dia 4 de setembro de 2018 durante o 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza, recebendo elogios dos críticos e do público. Lali Espósito também foi muita elogiada por seu desempenho. Lali – o nome verdadeiro é Mariana Espósito – é uma celebridade artística na Argentina. Aos 27 anos, além de atriz, é uma cantora de muito sucesso por lá, tipo uma Anita portenha. “Acusada” tem algumas cenas de julgamento, mas não chega a ser um filme considerado “de tribunal”. Enfim, mais um bom filme argentino.     

quarta-feira, 17 de julho de 2019


“A VIGILANTE” (“A Vigilante” também é o título do original), 2018, EUA, 1h31m, longa-metragem de estreia da roteirista e diretora australiana Sarah Daggar-Nickson. A história é centrada em Sadie (Olivia Wilde), uma mulher que largou o marido depois de sofrer violência doméstica. Um desses ataques do marido resultou na morte trágica do filho do casal. Traumatizada, Sadie ingressa num grupo de terapia destinado a mulheres que passam, ou passaram, por experiências semelhantes. Só que Sadie não fica só no blá-blá-blá das sessões. Ela parte para o ataque. Primeiro, compra um manual da Krav Maga, um estilo de arte marcial criada pelo serviço secreto de Israel, que ensina tanto defesa pessoal como golpes mortais. Treinando todo dia em casa durante anos, Sadie transforma-se numa arma mortífera. Mas só lendo o manual? Exagero, mas é cinema... Depois de ouvir os depoimentos de mulheres durante as sessões de terapia, Sadie parte para a vingança, espancando os maridos violentos. Sobrou até para uma mãe que torturava os filhos. Como esperado, um dia Sadie parte em busca do ex-marido (Morgan Spector) a fim de se vingar. E dá-lhe sopapos, sangue jorrando etc. Nascida Olivia Jane Cockburn em New York há 35 anos, a bela e competente Olivia Wilde – o sobrenome artístico foi adotado em homenagem ao escritor irlandês Oscar Wilde – estreou no cinema em 2004 na comédia “Show de Vizinha”. Em seguida, atuou em vários outros filmes, entre os quais “Cowboys & Aliens”, “O Preço do Amanhã” e “Terceira Pessoa”. Agora, em 2019, acaba de estrear como diretora no filme “Fora de Série”, ainda sem data para ser lançado.

segunda-feira, 15 de julho de 2019


Quem gosta de filmes de ação não deve perder “ONDA DE CHOQUE” (“Chai Dan Zhuan Jia” no original; “Shock Wave” nos países de língua inglesa), 2017, Hong Kong, 2 horas de duração, roteiro e direção de Herman Yau. É tensão e muito suspense do começo ao fim. Infiltrado numa quadrilha de assaltantes de banco, o policial Cheung Choi-San (o astro chinês Andy Lau) é responsável pela captura de vários bandidos da gangue, um deles irmão do chefão Hung Kai-Pang (Jiang Wu), que promete vingança. Sete anos depois, Kai-Pang, especialista em explosivos, reúne uma grande quadrilha e toma de assalto um dos principais e mais movimentados túneis de Hong Kong, fazendo centenas de reféns e ameaçando explodir tudo se o seu irmão não for libertado. Pânico geral na cidade. É nessa hora que entra em ação o policial Choi-San, agora agente e inspetor-chefe do Esquadrão Antibomba e Eliminação de Armamento Explosivo. Se no começo do filme a tensão já era enorme, fica ainda maior a partir de agora. Ação o tempo inteiro, muito suspense, violência, tiros e explosões, tudo muito bem realizado pelo diretor Herman Yau, especialista de filmes do gênero. Realmente, não dá para piscar. Uma superprodução de fazer inveja a Hollywood.  Prepare um balde de pipoca e boa diversão!

domingo, 14 de julho de 2019


“JOGO DUPLO” (“THE PADRE”), 2018, Estados Unidos/Canadá, 1h32m, terceiro longa-metragem escrito e dirigido pelo cineasta canadense Jonathan Sobol. Ambientada numa cidade qualquer do interior da Colômbia, a história é centrada no vigarista que aplicava golpes vestido de padre. Por isso, ficou conhecido como “O Padre” (Tim Roth). Em seu encalço estavam o juiz da corte norte-americana e ex-oficial do exército dos EUA Nemes (Nick Nolte) e o policial local Gaspar (Luís Guzmán). Pelo meio do filme, ficamos sabendo que Nemes tinha um outro motivo particular para caçar “O Padre”. Enquanto isso, em meio às suas picaretagens, “O Padre” acaba conhecendo a jovem Lena (Valeria Henríquez), que acaba de fugir de casa para tentar ingressar nos Estados Unidos e resgatar sua irmã mais nova, adotada por uma família norte-americana. Para essa missão, ela chantageia “O Padre”, dizendo que, se ele não a ajudasse, ela o entregaria às autoridades. Durante a fuga, a dupla planeja o roubo a uma igreja que possui objetos litúrgicos de alto valor, inclusive um grande cálice de ouro. E dá-lhe perseguição, num misto de suspense e road movie. Embora com excelentes atores como Nick Nolte e Tim Roth, quem se destaca no elenco é a jovem atriz colombiana Valeria Henríquez, cuja atuação lhe valeu uma indicação de Melhor Atriz no Canadian Screen Awards. Resumo da ópera: nada de especial para recomendar “Jogo Duplo”, que classifico apenas como mediano.