quinta-feira, 15 de julho de 2021

 

“A SOCIEDADE LITERÁRIA E A TORTA DE CASCA DE BATATA” (“THE GUERNSEY LITERARY AND POTATO PEEL PIE SOCIETY”), 2018, Inglaterra, 2h4m, roteiro e direção de Mike Newell (“Quatro Casamentos e um Funeral”). Não leve em conta o título esquisito, já que é o mesmo do livro escrito por Mary Ann Shaffer e Annie Barrows e que serviu de inspiração para Newel elaborar o roteiro. A história é bem interessante e tem como pano de fundo a paixão pela literatura, um romance açucarado e a Segunda Guerra Mundial. O ano é 1946. A escritora Juliet Ashton (Lily James) começa a ser conhecida pelos seus livros, angariando uma legião de fãs. Um de seus leitores é Dawsey Adams (Michiel Husman), um criador de porcos residente na Ilha de Guernsey, uma dependência da Coroa Britânica localizada no Canal da Mancha próximo à região francesa da Normandia. Dawsey faz parte da tal Sociedade Literária, criada por moradores locais para discutir livros e seus autores. Dawsey inicia uma troca de correspondências com Juliet, sendo que em uma delas conta como foi a ocupação alemã da ilha e como seus habitantes encararam a situação. Ao visualizar os fatos relatados como um rico material para um novo livro, Juliet, que acabara de ficar noiva, sai de Londres para visitar Guernsey. Aqui chegando, ela fica encantada com as belezas naturais da ilha e a simplicidade de seu povo. Ela é recebida com carinho pelo pessoal da tal sociedade literária e, ao ficar alguns dias na companhia de Dawsey, seu coração começa a balançar. Além de Lily James e o ator holandês Michiel Husman, estão no elenco Jessica Brown Findlay, Mathew Goode, Glen Powell, Penelope Wilton, Katherine Parkinson e Marek Oravec. Disponível na plataforma Netflix desde o dia 8 de abril de 2020, o filme inglês é muito agradável de assistir, não só pela história, como também pelo ótimo elenco e ainda pelos cenários paradisíacos da ilha de Guernsey, que, humildemente confesso, nunca ouvi falar. Imperdível!           

quarta-feira, 14 de julho de 2021

 

SEQUESTRANDO STELLA (KIDNAPPING), 2019, Alemanha, 1h29m, produção original Netflix, roteiro e direção de Thomas Sieben. Trata-se de um remake do filme inglês “The Disappearance of Alice Creed”, de 2009. No caso do filme alemão, a história é centrada no sequestro de Stella (Jella Haase), uma jovem filha de um rico empresário, praticado por dois ex-presidiários, Tom (Max Von Der Groeben) e Vic (Clemens Schick). O filme começa com alguns minutos dedicados aos preparativos do sequestro, quando a dupla prepara o cativeiro para a “hospedagem” da vítima, incluindo a adaptação do furgão e a forração das paredes com isolamento acústico. Nessas primeiras cenas não há qualquer diálogo entre os sequestradores. O que achei mais intrigante foi o fato de o cativeiro ser em um apartamento e não numa casa isolada, como acontece em inúmeros outros filmes do gênero. Desde quando o sequestro é realizado, em uma rua, até a transferência da vítima do furgão até o apartamento, nenhuma outra pessoa aparece nas imagens. Aliás, é bom o espectador se acostumar com o fato de que o filme só terá três personagens, os dois sequestradores e a vítima, além do cenário ser apenas um do começo ao fim. Ou seja, o cativeiro. Mas se engana em pensar que o filme é tedioso. Pelo contrário, graças ao trabalho do diretor Thomas Sieben, o espectador em nenhum momento sentirá tédio. A tensão persiste até o final, não só pela situação e as reviravoltas, mas também pela expectativa de qual será o desfecho de tudo. “Sequestrando Stella” não é nenhuma Brastemp, mas passa longe de ser uma geladeira de isopor. É um bom filme que merece ser visto.          

segunda-feira, 12 de julho de 2021

“DIAS SEM FIM” (“ALL DAY AND A NIGHT”), 2020, Estados Unidos, 2h1m, produção original Netflix, roteiro e direção de Joe Robert Cole. Trata-se de um drama intenso e impactante centrado na trajetória de Jahkor Abraham Lincoln (Ashton Sanders), que cumpre prisão perpétua depois de ter assassinado um casal. O filme retrata sua vida desde a infância tumultuada até a idade adulta, quando acaba preso. Ele cresceu no gueto da cidade de Oakland (Califórnia), uma das cidades mais violentas dos EUA. Sua infância e juventude foram marcadas por brigas entre gangues, bullying na escola, muita maconha e várias prisões. Também cresceu sendo espancado violentamente pelo pai, James Lincoln (Jeffrey Wright), um marginal viciado em drogas. Em suas reflexões na prisão, transformadas em off no filme, Jahkor relembra sua intenção de seguir uma vida fora do crime, primeiro tentando se transformar num rapper, depois como vendedor numa loja de calçados. Desiludido com o fracasso em seguir profissões honestas, o jovem aceita trabalhar para o traficante Stunna (Yahia Abdul-Mateen II) e sua primeira missão foi assassinar um rival no tráfico, o que acabou o levando para a prisão perpétua. “Quem vê muita violência acaba se acostumando”, diz ele, numa das muitas frases em que tenta justificar sua trajetória no crime. Outra delas é “Quando cheguei à prisão reencontrei muitas pessoas que não via há tempos”. Inclusive o próprio pai, que cumpre pena por causa do tráfico de drogas. Também estão no elenco Isaiah John, Shakira Ja’Nai Paye, Christopher Meyer, Jalyn Hall, Kelly Jenrette, Regina Taylor e Ptosha Storey. Este foi o segundo longa dirigido por Joe Robert Cole, mais conhecido como roteirista de “Pantera Negra”. Ao mesmo tempo triste e violento, “Dias Sem Fim” apresenta um quadro bastante realista de quem cresce convivendo na pobreza com gangues perigosas e traficantes, como se vivesse numa bolha intransponível, sem conseguir visualizar outra saída senão a criminalidade. “Dias Sem Fim” é um drama que merece ser conferido, um verdadeiro soco no estômago. .         

domingo, 11 de julho de 2021

 

“MAJOR GROM CONTRA O DR. PESTE” (“MAYOR GROM: CHUMNOY DOKTOR”), 2020, Rússia, 2h18m, roteiro e direção de Oleg Trofim, produção original Netflix – estreou na plataforma dia 7 de julho de 2021. Quem costuma afirmar que só Hollywood faz os melhores filmes de super-heróis vai se surpreender com este ótimo exemplar do cinema russo. Trata-se de uma adaptação de uma série de histórias em quadrinhos muito popular na Rússia, intitulada “Major Grom”, criada por Artyom Gabrelyonov e publicada pela editora Bubble Comics. Ao contrário dos mais famosos filmes do gênero, aqui o super-herói não tem poderes e sim o vilão. O cenário é uma cidade de São Petersburgo com um alto índice de criminalidade. A polícia tenta, mas não consegue conter os bandidos. A população precisava de um super-herói e ele faz sua primeira aparição quando um jovem ricaço é julgado inocente depois de atropelar e matar uma criança. Ele dirigia bêbado e drogado e, mesmo assim, a justiça o libertou. O super-herói, cuja vestimenta lembra a do Batman, só que com a máscara bizarra de um pássaro, vai atrás do atropelador e o mata com sua arma letal, um poderoso lançador de chamas que sai dos seus braços. Chamado de “Dr. Peste”, o tal herói começa a tomar gosto pela matança e começa a assassinar não só bandidos, mas também inocentes. O major Igor Grom, famoso detetive da polícia de São Petersburgo, sai à caça do tal super-herói, que agora é tratado como serial killer. Igor Grom conta com a ajuda de seu parceiro novato Dima (Alexander Seteykin) e de Yulyay Pechelkina (a bela Lyubov Aksyonova), uma jovem delinquente resgatada da criminalidade por Igor. Essa caçada prosseguirá até o desfecho, com inúmeras cenas de ação muito bem elaboradas e de tirar o fôlego. Muitas reviravoltas ocorrerão até a prisão do Dr. Peste. Resumindo, o filme russo é ótimo, diversão garantida para uma sessão da tarde com pipoca. Não perca!