sábado, 29 de março de 2014
“Ninfomaníaca” (Partes 1 e 2) é mais um filme
polêmico do diretor dinamarquês Lars Von Trier. Encontrada caída na rua e toda
machucada, Joe (Charlotte Gainsburg) é levada por Seligman (Stellan Skarsgard)
para sua casa. Ele cuida dos ferimentos dela e ela resolve contar a história de
sua vida conturbada. Sem nenhum tipo de censura, Joe relata em detalhes todas
as suas experiências sexuais desde os 12 anos de idade. Seligman, um homem
simples e de grande erudição, comenta os fatos contados relacionando-os à História, aspectos
religiosos, música clássica, filosofia, psicologia, literatura etc. O filme tem
muitas cenas de sexo explícito e torturas físicas, o que pode incomodar muita
gente. Portanto, tire as crianças,
adolescentes e idosos da sala. É claro que Lars Von Trier faz tudo para chocar,
como na maioria dos seus filmes anteriores. Ele mesmo gosta de ser polêmico. No
Festival de Cannes 2011, por exemplo, elogiou Hitler numa entrevista e foi
banido do festival. “Ninfomaníaca” ainda
tem no elenco Stacy Martin (a jovem Joe), Shi Labeouf, Christian Slater, Uma
Thurman e Jamie Bell. Tem gente que detesta Trier, outros o suportam e outros tantos o adoram. Mas uma coisa é certa: ele é um diretor muito criativo. Assistir a
um de seus filmes pode ser uma experiência bastante interessante. É seguir em
frente ou clicar stop. A opção é sua.
quinta-feira, 27 de março de 2014
Nova
Iorque. O ano é 1955. Um grupo de meninas adolescentes decide criar uma sociedade
secreta chamada Foxfire. O objetivo das garotas é reunir forças para se
defender e se vingar do assédio masculino, aqui incluídos o sexo e a violência.
Só que elas acabam extrapolando os limites do bom senso, passando ao roubo,
chantagem e até sequestro. Este é basicamente o enredo do filme “Foxfire
– Confissões de uma Gangue de Garotas” (“Foxfire
– Confessions of a Girl Gang”), uma co-produção França/Canadá de 2013, sob a
direção do francês Laurent Cantet. A história é baseada no livro “Foxfire –
Confessions of a Girl Gang”, escrito pela norte-americana Joyce Carol Oates e
publicado em 1993. A liderança do grupo de meninas é exercida por Legs (Raven Adamson),
uma jovem problemática, rebelde e radical, inconformada com a sociedade capitalista
e o sonho americano – as demais seguem a mesma cartilha. Legs é influenciada por
um velho que, num banco de praça, fala sobre os ideais socialistas que fizeram
a cabeça de muitos jovens no início do
século 20. Por outro lado, impossível dissociar as atitudes das garotas do movimento feminista
que se fortalecia cada vez mais nos EUA naquela época. Embora sua duração
alcance as duas horas e meia, o filme nunca perde o ritmo. As atrizes que
interpretam as garotas do Foxfire são todas iniciantes, mas muito competentes,
em especial a que faz Legs, Raven Adamson. Do mesmo diretor, recomendo também “Entre
os Muros da Escola” (2008) e “Em direção ao Sul” (2005).
terça-feira, 25 de março de 2014
“Poklosie” (no inglês, “Aftermath”) ainda
não tem tradução no Brasil, mas podemos chamá-lo de “Consequências”. É um filme
polonês de 2012, considerado o mais polêmico já feito naquele país. E não é à
toa. O filme revela um grande segredo guardado a sete chaves desde a Segunda
Guerra Mundial: o massacre, em 1941, de mais de 300 judeus poloneses que
moravam na aldeia de Jedwabne. O crime sempre foi atribuído aos alemães, que
ocupavam a Polônia desde 1939. No entanto, o filme, dirigido por Wladyslaw
Pasikowiski, revela que essa história foi muito mal contada. E a verdade
revelada em “Poklosie” revoltou
os poloneses, tanto que o diretor e os atores foram execrados por uma grande
parte da opinião pública. Baseado, portanto, em fatos reais, o filme mostra o
retorno de Józef Kalina (Maciej Stuhr) à sua aldeia natal para visitar o irmão,
Franciszek Kalina (Irineusz Czop), que não via há 20 anos. Józef encontra o
irmão completamente obcecado pela ideia de proteger e conservar as lápides de um
antigo cemitério judeu, as quais encontrou enterradas numa estrada perto de sua
propriedade. Contrariando a vontade da população local, os irmãos Kalina passam
a investigar o que realmente aconteceu aos judeus. Uma das descobertas dos
irmãos, porém, fará com que se arrependam terrivelmente de ter escarafunchado esse
passado. O filme é um drama pesado, mas muito intenso e revelador, pois reabre
uma ferida que os poloneses - pelo menos os daquela aldeia - acreditavam estar definitivamente cicatrizada.
Um filme obrigatório para quem se interessa por histórias da 2ª Guerra Mundial.
segunda-feira, 24 de março de 2014
“Eu, Anna” (“I,
Anna”), uma co-produção Inglaterra/França/Alemanha, de 2012, é um misto de policial
e suspense. Chamado para investigar o assassinato de um homem num edifício
residencial de Londres, o detetive Bernie Reid (Gabriel Byrne) cruza acidentalmente
com uma mulher de meia idade que sai apressada do lugar. Esta mesma mulher,
Anna Welles (Charlotte Rampling), Bernie virá a reencontrar numa festa
destinada a aproximar pessoas interessadas em conhecer novos parceiros. Anna e
Bernie vêm de divórcios traumáticos. Anna trabalha numa loja de departamentos e
vive num apartamento pequeno com a filha (Hayley Atwell) e a neta, mas está infeliz. Bernie não
dorme bem desde que se separou da mulher e vive solitário. Em meio às
investigações do crime, policiais subordinados a Bernie levantarão suspeitas
sobre Anna, o que colocará o detetive numa situação complicada. O filme, dirigido por Barnabie Southcombe (filho de Rampling na
vida real), é baseado no livro “I, Anna”, de Elsa Lewin. No livro, a história
acontece em Nova Iorque. Trata-se de um suspense muito bom, valorizado ainda
mais pelo ótimo desempenho de Rampling e Byrne.
domingo, 23 de março de 2014
Quando
o filme termina, você se sente compelido a fazer a seguinte pergunta: “Será que
o resultado do julgamento foi um grande erro judiciário? O filme é “Lizzie
Borden pegou o machado” (“Lizzie Borden
took an axe”), produzido para a TV em 2013 e dirigido por Nick Gomez. Não para
nós, mas para o pessoal dos EUA o caso teve uma enorme repercussão, que
perdurou durante muitos anos. A história é, portanto, baseada em fatos reais.
Em 1892, na cidade de Fall River (Massachusetts), a jovem Lizzie Borden (Christina
Ricci) foi acusada, presa e julgada pelo assassinato, a machadadas, do pai
Andrew Borden e da madastra Abby Borden. O filme mostra, em sua primeira
metade, o dia-a-dia e o relacionamento entre os integrantes da família Borden,
na qual se inclui Emma (Clea Duvall), a irmã de Lizzie, e os assassinatos. A
segunda metade detalha as investigações, os interrogatórios e, finalmente, o
julgamento. Aqui no Brasil, certamente, poucos já ouviram falar de Lizzie
Borden ou de seu julgamento. Talvez por isso mesmo seja muito interessante
assistí-lo. Aliás, o filme foi indicado para vários prêmios Emmy, inclusive de
melhor atriz. Julgue você mesmo!
“Uma Armadilha
para Cinderela” (“Trap for Cinderella”) é um filme inglês de 2013 dirigido
por Iain Softley. Trata-se de um suspense baseado no livro de Jean-Baptiste
Rossi. A trama começa meio complicada. Uma explosão seguida de incêndio atinge
duas jovens amigas. Uma morre e a outra fica desfigurada e desmemoriada. Esta é
levada para a Suíça e lá operada por um cirurgião plástico de renome. Ela volta
a Londres e, por causa da amnésia, não sabe quem é e não conhece ninguém. Fica
sabendo que é muito rica. Aí entram os flashbacks que contam a história das
amigas de infância Micky (Tuppence Middleton) e Domenica (Alexandra Roach).
Agora adultas, elas voltam a se encontrar casualmente e reatam a velha amizade.
Domenica vem de família pobre e trabalha num banco. É toda certinha. Micky é
rica, descompromissada e meio muluquete, adora baladas e não dispensa um copo
de bebida. Até a explosão, o filme explora a amizade entre as duas moças,
incluindo a obsessão de Domenica por Micky, fato que acabará abalando a relação.
Uma reviravolta na história, perto do final, vai mostrar que nem tudo era o que
parecia ser, e todas as dúvidas deixadas no ar serão finalmente esclarecidas.
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