sexta-feira, 12 de maio de 2017



“FRANTZ”, 2016, França/Alemanha, escrito e dirigido por François Ozon. Mais um excelente drama que Ozon readaptou para o cinema, baseado no filme “Não Matarás” (1932), do diretor alemão Ernest Lubitsch. Ambientado em 1919, um ano após o término da Primeira Guerra Mundial, conta a história do jovem francês Adrien Rivoire (Pierre Niney), que visita uma pequena cidade da Alemanha para depositar flores no túmulo de um soldado alemão. Ele é surpreendido no cemitério por Anna (Paula Beer), que iria se casar com o falecido. Anna fica curiosa para saber quem é aquele jovem misterioso e o pressiona para contar a verdade. Adrien conta que era muito amigo do alemão quando este morava em Paris antes do início da guerra. Adrien e Anna ficam amigos e essa amizade parece ter tudo para terminar em novo romance. Os pais do soldado morto, Magda (Marie Gruber) e Hans Hoffmeinster (Ernest Stözner), recebem Adrien em sua casa e ficam encantados quando ele descreve o que fazia com o amigo alemão em Paris. O espectador mais atento acabará percebendo que Adrien esconde algum segredo e que, uma hora ou outra, será finalmente revelado. Considero este um dos melhores filmes do diretor francês, um dos mais criativos do cinema atual – de Ozon recomendo ainda “Uma Nova Amiga”, “Sob a Areia” e, principalmente, o espetacular “Dentro de Casa”. A cada filme Ozon surpreende ao inovar na narrativa, criando sempre uma expectativa próxima do suspense. Em “Frantz”, Ozon utiliza o preto e branco para acentuar a carga dramática, o que acontece em 90% do filme. “Frantz” concorreu ao Leão de Ouro no Festival de Veneza 2016 e foi indicado em 11 categorias ao Prêmio César 2017 (o Oscar francês), além de ter sido aclamado nos festivais de Toronto e Sundance. IMPERDÍVEL!    

quarta-feira, 10 de maio de 2017

“ARMAS NA MESA” (“Miss Sloane”), 2016, EUA, direção do veterano diretor inglês John Madden (“Shakespeare Apaixonado” e “O Exótico Hotel Marigold 1 e 2”) e roteiro de Jonathan Perera. A trama é centrada em Elizabeh Sloane (Jessica Chastain), uma das lobistas mais famosas de Washington. É workalohic assumida, muito competente, extremamente ambiciosa e sem qualquer escrúpulo, a ponto de prejudicar e colocar em risco de vida seus próprios colegas de trabalho. Quando indicada por seu chefe George Dupont (Sam Waterston) para comandar uma campanha em prol da indústria de armas, ela recusa o trabalho e, mais do que isso, resolve passar para o outro lado, ou seja, assumir o cargo de coordenadora de uma ação para a implantação de leis de controles de armas mais rígidas desenvolvida pelo escritório de uma ONG. A partir daí, ela entra em rota de colisão com seu ex-escritório, resultando num processo que a levará a julgamento pelo Congresso norte-americano. A reviravolta no desfecho é sensacional. O filme parece ter sido feito para Jessica Chastain deitar e rolar. E ela deita e rola, esbanja charme, prepotência e arrogância na medida certa, justificando a posição de uma das atrizes mais competentes da atualidade. Ela já havia sido indicada para o Oscar de Melhor Atriz em 2013 por sua atuação em “A Hora mais Escura” e agora, com “Miss Sloane”, talvez tenha sido a grande injustiçada pela Academia no Oscar 2017. Ela está simplesmente sensacional. Se o filme já é bom por si só, é ainda melhor com a presença dessa maravilhosa atriz. Veja e confira!
                                                                   

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Representante da Noruega na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, o drama histórico “A NEGATIVA DO REI” (“Kongens Nei”), direção de Erik Poppe, ficou entre os nove finalistas (o vencedor foi o iraniano “O Apartamento”). O filme retrata um dos acontecimentos mais importantes da história da Noruega. Em abril de 1940, com o falso objetivo de defender o país escandinavo de uma possível invasão inglesa, as tropas alemãs invadiram a Noruega, exigindo sua imediata rendição. O Rei Haakon VII (Jesper Christensen) se negou a negociar com os alemães, daí o título do filme, e a seguida declaração de guerra contra a Alemanha. Além de mostrar os bastidores dos acontecimentos que envolveram a família real norueguesa e o governo, o filme destaca os esforços do embaixador alemão em Oslo, Kurt Bräuer (o ótimo Karl Markovics, de “Os Falsários”), em negociar a rendição, evitando um massacre da população civil e dos despreparados soldados noruegueses. Só que os comandantes militares alemães não queriam saber de negociar. Os fatos narrados estão no livro “Kongens Nei”, escrito por Al Reidar Jacobsen, transformados para roteiro do filme pela dupla Harald Rosenløw-Eeg e Jan Tryeve Røyneland. O filme é muito bom, não apenas porque é bem feito, bem dirigido e interpretado, mas por contar um fato histórico da maior importância, mas pouco conhecido por aqui. Para quem gosta de História mundial, um filme simplesmente obrigatório e imperdível!