“SECUESTRO”, 2016, Espanha, 1h45m,
produção e distribuição Netflix (o título original foi mantido). A direção é de
Mar Tagarona e roteiro de Oriol Paulo. Tudo começa quando um garoto é
encontrado ferido numa estrada no meio do mato. Levado a um hospital e depois a
uma delegacia, ele é identificado como Victor (Marc Domènech), de 10 anos, flho
único da renomada advogada Patrícia de Lucas (Blanca Portillo). Victor é
deficiente auditivo e, quando interrogado pelo detetive Ernesto (Antonio
Dechent), responde por meio de sinais, traduzidos pela mãe. Segundo o menino,
um homem o sequestrou na porta da escola e o prendeu num esconderijo distante
da cidade. Ele afirma que conseguiu fugir devido a uma distração do
sequestrador. A polícia pede a Victor que ajude na elaboração de um retrato
falado do homem. Com a descrição, a polícia chega a um tal de Charlie (Andres
Herrera), um fracassado que gasta todo dinheiro apostando em rinhas de
cachorro. Todos os indícios realmente apontam para Charlie, mas não há provas
contundentes de sua participação no sequestro. Dessa forma, a polícia o deixa em
liberdade. A advogada não se conforma e pede que o ex-marido Raúl (José
Coronado) e pai do menino providencie uma maneira de dar uma lição no suposto
sequestrador. A partir daí, uma sequência de fatos inesperados e reviravoltas
começam a acontecer, tornando o filme ainda mais envolvente e instigante. Não
há dúvidas que o grande trunfo de “Secuestro” é o primoroso roteiro escrito por
Oriol Paulo, que tem em seu currículo ótimos thrillers como “Um
Contratempo”, “O Corpo” e “Os Olhos de Júlia”, só para citar alguns. Méritos
também para a diretora Mar Targarona (“O Fotógrafo de Mauthausen”), que também
é atriz, roteirista e produtora. Seu nome verdadeiro é Maria Del Mar Targarona
Borrás. Enfim, “Secuestro” é um filme que prende a atenção do começo ao fim.
Recomendo.