sexta-feira, 1 de abril de 2022

 

“O HERDEIRO DAS DROGAS (“INHERIT THE VIPER”) – a tradução literal do título original é “Herdar a Víbora” -, 2019, Estados Unidos, 1h24m, disponível na plataforma Amazon Prime, direção de Anthony Jergen, seguindo roteiro de Andrew Crabtree. Trata-se de um drama familiar bem pesado, com algum suspense e pouca ação. A história, ambientada numa pequena cidade na zona rural de Ohio, é centrada nos irmãos Conley, Kip (Josh Hartnedtt), Josie (Margarita Levieva) e Boots (Owen Teague). Como meio de subsistência, já que o emprego na região é escasso, Kip e Josie traficam drogas, principalmente opióides em pílulas. Boots, o irmão caçula, ficou fora do negócio para ser preservado dos perigos da atividade criminosa e, quem sabe, mais tarde, cursar uma universidade. Um dia, porém, uma mulher morre de overdose no banheiro de um bar após consumir a droga vendida por Josie. Os irmãos Conley, dessa maneira, entram no radar da polícia e também sofrem ameaças dos familiares da vítima. Para piorar a situação, numa negociação mal sucedida, um tiroteio acaba causando a morte de um jovem amigo de Boots. Aí a coisa complica de vez. Kip quer abandonar o tráfico, mas sua irmã insiste em continuar, o que resulta numa grande traição e em uma tragédia perto do desfecho. Para ressaltar ainda mais o contexto dramático, a fotografia do filme foi elaborada em tons escuros. Além do mais, a maioria das cenas acontece à noite. Um dos destaques do filme é o ator Josh Hartnett, que um dia já fez sucesso em Hollywood, ao protagonizar filmes como o excelente “Falcão Negro em Perigo” e “Pearl Harbor”, ambos grandes sucessos de 2001. Outro destaque é, sem dúvida, a boa atriz Margarita Levieva. Nascida na Rússia e radicada nos Estados Unidos desde criança, ela ainda não teve muitas chances em Hollywood, só participando de filmes independentes. Também estão no elenco Bruce Dern, Chandler Riggs, Valorie Curry, Dash Mihok, Brad William e Garrett Kruithof. Resumo da ópera: “O Herdeiro das Drogas” não merece uma recomendação entusiasmada. Nem mesmo uma recomendação.                                          

 

quinta-feira, 31 de março de 2022

 

Nas minhas consultas habituais na relação da plataforma Amazon Prime Video, li a sinopse de um filme da República Tcheca chamado “NOTAS DE LIBERDADE” ("RYTMUS V PATÁCH”), produção de 2010 feita para a TV. Com 1h37m de duração, o filme é ambientado nos anos 50 do século passado em Praga, quando a vigilância da comunista União Soviética, exercida por uma filial da KGB, era impiedosa sobre os cidadãos tchecos. Na época, o país ainda era a Tchecoslováquia. A história do filme é baseada no livro “Histórias de Um Saxofonista Tenor”, escrito por Josef Skvorecky. Ou seja, os fatos aconteceram de verdade. Naqueles anos, Skvorecky tocava saxofone numa pequena orquestra que se apresentava no bar “Boulevard”. Os integrantes da banda, incluindo sua principal vocalista, são os personagens principais da história. A partir do momento em que o repertório da orquestra era jazz e swing, originários do inimigo Estados Unidos, cada um dos músicos acabou sendo alvo da vigilância do partido comunista, que impunha regras das mais estapafúrdias. As músicas, por exemplo, não podiam ser cantadas em inglês, e quem dançava o swing no bar já entrava na lista de vigiados. Enfim, um clima insuportável de se viver, amigo denunciando amigo, filho denunciando o pai etc. O roteiro e a direção da cineasta tcheca Andrea Sedlácková criam, com muita competência, esse clima tenso em que viviam os tchecoslovacos sob a o martelo e a foice da União Soviética. Além do ótimo elenco, destaco também a primorosa recriação de época, principalmente no que se refere a cenários e figurinos, além da deliciosa trilha sonora, que faz jus ao título. Entre os principais nomes do elenco estão Frantisek Nemec, Marika Soposká e Vojtech Dik. Enfim, um filme bastante esclarecedor que tem como principal trunfo a conjuntura política da então Tchecoslováquia. Imperdível!                                    

 

terça-feira, 29 de março de 2022

 

“RESPECT: A HISTÓRIA DE ARETHA FRANKLIN” (“RESPECT”), 2021, coprodução Estados Unidos/Canadá, 2h26m, direção de Liesl Tommy (é o seu primeiro longa-metragem), seguindo roteiro assinado por Callie Khouri, disponível na plataforma Amazon Prime. Trata-se da cinebiografia da cantora Aretha Franklin (1942-2018), famosa como a Rainha do Soul. Durante sua carreira, vendeu mais de 75 milhões de discos no mundo inteiro, ganhou 18 prêmios Grammy e foi a primeira mulher a entrar para o Rock and Roll Hall of Fame. Também participou do ativismo pelos direitos civis dos negros. Aretha começou a cantar ainda menina no coral da Igreja Batista da qual seu pai era o reverendo. “Respect” (título de uma canção lançada por Aretha em 1967, considerada o seu maior hit) é um filme muito musical, apresentando nada menos do que 17 clássicos da cantora, mas não esconde os dramas de sua vida particular, como abuso sexual que sofreu quando era criança, o fracasso de seu primeiro casamento – o marido a espancava –, o vício em álcool e o tumultuado relacionamento com empresários e com a família, principalmente o pai centralizador que queria que ela cantasse apenas músicas gospel. A própria Aretha, antes de morrer, escolheu para interpretá-la no filme a cantora e atriz Jennifer Hudson, de 40 anos, que já havia conquistado o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante/secundária em 2007 por sua atuação em “Dreamgirls”. Como Aretha, Jennifer realmente dá um show, não só interpretando como também cantando ela mesmo todas as músicas. E que vozeirão. Estranhei que Jennifer e o próprio filme não tenham sido indicados ao Oscar. Mistérios! Além de Jennifer, estão no elenco Forest Whitaker (ótimo, como sempre), Marlon Wayans, Mary J. Blige, Audra McDonald e Albert Jones. FILMAÇO com letras maiúsculas!                                      

segunda-feira, 28 de março de 2022

 

“CARANGUEJO NEGRO” (“SVART KRABBA”), 2021, Suécia, disponível na plataforma Netflix, 1h52m. Trata-se do primeiro longa-metragem dirigido por Adam Berg, mais conhecido como diretor de curtas e clipes musicais. O roteiro, assinado por Pelle Radström, é baseado no livro homônimo de Jerker Virdborg. A história é ambientada em um mundo pós-apocalíptico, mostrando uma Suécia em pleno caos, devastada por uma guerra e por eventos climáticos que causaram milhares de mortes. O país está inteiramente coberto por neve e gelo. Com relação à guerra, o roteiro não define quem são os inimigos, ou seja, quem luta contra quem. A história mostra um dos lados, um exército que, aparentemente, obedece ao governo. Em uma operação intitulada “Caranguejo Negro”, seis militares são destacados para chegar ao inimigo levando uma carga ultrassecreta, entre os quais a soldada Carolina Edh (Noomi Rapace) e o tenente Nylund (Jacob Offtebro). Para chegar ao QG do exército inimigo, os seis terão de percorrer muitos quilômetros pelo mar congelado, utilizando patins de gelo. Durante a missão, alguns deles morrerão, ou em acidentes ou baleados pelo inimigo. Como filme de ação, “Caranguejo Negro” agrada bastante, embora a história seja um tanto mirabolante. Os cenários são deslumbrantes, apresentando um país coberto pelo gelo e pela neve, cadáveres à vista e muita tensão. Não poderia deixar de destacar o desempenho da atriz sueca Noomi Rapace, uma das minhas preferidas do cinema atual. Agora famosa, Rapace surgiu para o estrelato depois de atuar na trilogia Millennium: “Os Homens que não Amavam as Mulheres”, “A Rainha do Castelo de Ar” e “A Menina que Brincava com Fogo”. Depois disso, começou a ser requisitada para atuar em vários filmes de Hollywood e agora, com “Caranguejo Negro”, volta a trabalhar em seu país natal. Filmaço!