sábado, 15 de maio de 2021

O MISTERIOSO CASO DE JUDITH WINSTED (THE ATTICUS INSTITUTE), 2015, Estados Unidos, 1h32m, disponível na plataforma Netflix, roteiro e direção de Chris Sparling. Terror bastante assustador, não indicado para estômagos fracos, repleto de sustos e eventos sobrenaturais. Melhor ainda, baseado em fatos reais e filmado como se fosse um documentário, o que tornou o filme ainda mais realista e aterrorizante. O ano é 1976. Estamos no Atticus Institute, um laboratório psicológico criado para estudar fenômenos paranormais, tipo telepatia, telecinesia (dom de movimentar objetos) etc. O instituto realmente existiu. O diretor é o dr. Henry West (William Mapother). Começa o filme com a chegada ao Atticus de Judith Winstead (Rya Kihistedt), uma mulher que, segundo a própria irmã que a levou, estava apresentando um comportamento muito estranho, parecendo estar possuída por alguma entidade maligna. Prato cheio para os pesquisadores. Os testes começaram e logo irão comprovar que Judith tem mesmo poderes sobrenaturais que assustarão toda a equipe do Dr. West. O caso chega ao conhecimento do governo norte-americano, que chega à conclusão de que os poderes da moça ameaçam a segurança nacional. Isto porque ela demonstrou a capacidade de invadir a mente de outras pessoas. Dessa forma, através do FBI, o governo assume a administração do instituto e o comando dos testes com Judith. O filme é recheado de depoimentos dos supostos participantes dos testes e familiares de Judith, todos atores, mas incrivelmente verossímeis. Segundo o material de divulgação do filme, este foi o único caso de possessão reconhecido pelo governo norte-americano. Dentro do gênero terror sobrenatural, trata-se de um filme que se destaca justamente por sua estética documental e por utilizar atores de verdade. Mas, repito, não recomendável para espectadores mais sensíveis.            

sexta-feira, 14 de maio de 2021

 

BAD DAY FOR THE CUT, 2017, Irlanda do Norte, 1h39m, direção de Chris Baugh, que também assina o roteiro com a colaboração de Brendan Mullin. Reproduzo o título original como está na plataforma Netflix. Tentei traduzir e cheguei a algo parecido com “Dia Ruim para o Corte”. Trata-se de um suspense policial centrado em Donal (Nigel O’Neill), um pacato fazendeiro de meia idade. Solteiro, ele vive uma rotina solitária com a mãe Florence (Stella McCusker), que o mima como se ele fosse adolescente. Uma noite, sem ter o que fazer, Donal vai para o celeiro trabalhar na recuperação de um veículo que acabara de adquirir. De repente, ele escuta um grito vindo da casa e vê um homem de terno entrando em um carro e fugindo em seguida. Quando Donal entra na casa, sua mãe está morta, assassinada com sinais de tortura. Não foram ladrões, já que nada foi roubado. Então, por que teriam matado sua mãe? Logo depois, ele também seria alvo de dois assassinos. Donal mata um e interroga o outro, conseguindo pistas sobre o que está acontecendo. Ele segue para a capital Belfast, onde descobrirá, por exemplo, um evento obscuro do passado de sua mãe, o que teria desencadeado uma vingança. Na busca pelos assassinos de sua mãe, Donal acabará se envolvendo com uma quadrilha que sequestra jovens do leste europeu e as obriga a trabalhar como prostitutas. Muita violência vai rolar até o desfecho, quando o fazendeiro estará frente a frente com a responsável por tudo, Frankie Pierce (Susan Lynch), uma psicopata que chefia a gangue. O filme estreou no Festival do Cinema Independente de Sundance (EUA) de 2018 e foi muito elogiado pela crítica especializada. Realmente, um bom filme que merece ser conferido.            

quarta-feira, 12 de maio de 2021

 

MONSTRO (MONSTER), 2018, EUA, 1h38m, primeiro filme escrito e dirigido por Anthony Mandler, mais conhecido como diretor de videoclipes e curtas. Trata-se de um drama jurídico baseado no livro “Monster”, de 1999, de Walter Dean Mears. A história é centrada no jovem Steve Horman (Kelvin Harrison Jr.), de 17 anos, que mora com a família no Harlem (Nova Iorque). Ele é um bom filho, ótimo aluno e tem o sonho de ser cineasta no futuro. Suas amizades, porém, não são nada boas, pois incluem alguns delinquentes juvenis e membros de gangues. E o pior aconteceu. Ele foi acusado de participar de um assalto a um mercado que terminou com o assassinato do proprietário. Ele e dois “amigos” foram presos e terão que ser submetidos a júri popular, podendo ser condenados a muitos anos de prisão. Katherine O’Brien (Jennifer Ehle) é sua defensora e terá a difícil missão de inocentá-lo, embora haja fortes evidências de que ele seja cúmplice no crime. A expectativa está criada. Qual será o resultado final do julgamento? Ainda estão no elenco Jeffrey Wright, Jennifer Hudson, John David Washington e Rakim Mayers. Do início até o fim, o próprio personagem do jovem participa da narrativa em off, tentando explicar os fatos que motivaram suas atitudes. O estreante diretor Anthony Mandler adotou uma estética muito interessante para contar a história. Ao invés de apresentar uma narrativa linear, Mandler optou por cenas fragmentadas e sobrepostas, um vai e vem incessante de imagens, além de alguns flashbacks. Isso tudo sem jamais prejudicar o entendimento por parte do espectador. Este talvez seja o maior trunfo desse ótimo filme independente norte-americano. Recomendo.         

 

terça-feira, 11 de maio de 2021

 

“VOZES E VULTOS” (“THINGS HEARD AND SEEN”), 2012, Estados Unidos, 2h01m, roteiro e direção do casal de cineastas Shari Springer Berman e Robert Pulcini, que adaptaram a história do romance “All Things Cease to Appear”, escrito por Elizabeth Brundage. O filme já começa com um clichê dos mais conhecidos no gênero terror: família chega com a mudança para uma casa mal-assombrada. Ao longo da história, objetos adquirem vida, eletroeletrônicos e brinquedos começam a funcionar sozinhos etc. Até uma sessão espírita acontece, durante a qual se manifestarão os fantasmas dos antigos moradores da casa. As pessoas que participam da experiência são admiradores da obra e pensamento do filósofo e espiritualista sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772), muito admirado pela turma que gosta de estudar o “outro lado”. George Claire (James Norton), sua esposa Catherine (Amanda Seyfried) e a filha saem de Nova Iorque para morar numa cidadezinha no Vale do Hudson. Ele foi contratado para dar aulas de história da arte em uma universidade. A esposa, que trabalhava com restauração de obras de arte, fica em casa sozinha e começa a se incomodar com a situação. Enquanto isso, o marido joga seu charme para as alunas e começa a pular a cerca. Mas Catherine ganhará uma aliada para enfrentar sua solidão e encarar as traições de George: o fantasma de uma ex-moradora da casa. Mais do que um filme de terror, “Vozes e Vultos” também é um drama familiar, dando destaque à crise conjugal do casal, mostrando as brigas que logo se transformarão em agressões físicas. George mostrará então uma segunda personalidade, muito diferente do professor simpático e de pai dedicado. O elenco conta ainda com Natalia Dyer, Alex Neustaedter, F. Murray Abraham, Karen Allen (a mocinha dos filmes de Indiana Jones), Michael O’Keefe, James Urbaniak, Emily Dorsch e Rhea Seehorn. Acompanhei com grande interesse o transcorrer da história com a expectativa de um desfecho consagrador, o que não aconteceu. Em todo caso, é um filme que pode agradar aos fãs do gênero terror/suspense psicológico e do sobrenatural. Uma boa opção para quem gosta de roer as unhas.                       

        

 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

 

“TUDO POR ELA” (“RIDE OR DIE”), 2020, Japão, 2h22m, disponível na Netflix desde 15 de abril de 2021, roteiro e direção de Ryuichi Hiroki. Na criação do roteiro, Hiroki se inspirou na série de mangá “Gunjo”, escrita e ilustrada por Ching Nakamura. Trata-se de um drama centrado em duas amigas lésbicas, Rei Nagasawa (Kiko Mizuhara) e Nanae Shinoda (Honami Satô). Elas se conhecem na adolescência, numa aula de artes, e se apaixonam – essa fase é apresentada em flashbacks durante a narrativa. Mas logo depois as duas se afastam e voltam a se reencontrar apenas dez anos depois. Rei agora mora com uma nova namorada e Nanae está casada com um homem rico, mas violento, acostumado a espancá-la com violência. Em nome da velha amizade e do amor que as unia, Rei mata o marido da amiga e as duas fogem sem destino – fica evidente a menção ao clássico “Thelma & Louise”, de Ridley Scott, grande sucesso de 1991 (com a diferença de que as personagens de Genna Davis e Susan Sarandon não eram lésbicas). Daqui para a frente, o filme japonês ingressa na fase do road movie e também do tédio. O filme se arrasta, num ritmo lento e angustiante, com muita conversa jogada fora, diálogos na base da psicologia barata, sem qualquer resquício de inteligência. As duas moças choram e gargalham o tempo inteiro, demonstrando uma demência histérica. Haja paciência para chegar até o final das mais de duas horas de projeção. Nudez frontal e sexo quase explícito também fazem parte da receita apelativa de “Tudo por Ela”. Há, porém, dois fatos que merecem destaque. Primeiro, a beleza da atriz Rei Nagasawa, que também é modelo de sucesso. Segundo, as imagens de Tóquio, primorosamente fotografadas, principalmente nas cenas noturnas. Trocando em miúdos, o resultado final não favorece uma recomendação entusiasmada.