terça-feira, 12 de abril de 2016
“TRUMBO – LISTA NEGRA” (“Trumbo”), 2015, EUA, aborda
um período da vida de Dalton Trumbo, um dos mais competentes roteiristas que já
passaram por Hollywood. Em 1947, acusado de pertencer ao Partido Comunista,
Trumbo foi chamado a depor no Comitê de Atividades Antiamericanas e se recusou
a colaborar, o que resultou em sua prisão por quase um ano. Muitos artistas,
diretores e executivos dos grandes estúdios também foram convocados a depor,
sendo que alguns, para manter o trabalho, acabaram entregando os próprios
companheiros. Mesmo depois de libertado, Trumbo continuou proibido de trabalhar e aparecer nos créditos.
Para sobreviver, escrevia roteiros utilizando nomes de outros roteiristas e
pseudônimos. Foi assim que ganhou dois Oscars de Melhor Roteiro: “A Princesa e
o Plebeu” (1953), roteiro assinado por seu amigo Ian McLellan Hunter, e “Arenas
Sangrentas” (1956), sob o pseudônimo de Robert Rich. Somente em 1959, depois de
ter escrito o roteiro de “Êxodus”, é que Trumbo voltou a aparecer nos créditos. Em
1971, escreveu e dirigiu (primeira experiência como diretor) “Johnny vai à
Guerra”, um dos filmes que mais me tocaram. “Trumbo” é um filmaço, desde a
direção competente de Jay Roach, a recriação de época, o roteiro primoroso e o ótimo elenco, com destaque para Bryan Cranston, que interpreta Trumbo, indicado ao Oscar de Melhor Ator - perdeu, injustamente, para DiCaprio, o atual queridinho da Academia. Também atuam no filme Diane Lane, Helen Mirren, John Goodman e Elle Fanning. Obrigatório para quem gosta de cinema. Imperdível para todo mundo!
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Ambientado
num cenário de escombros numa Berlim destruída do pós-guerra, o drama alemão “PHOENIX”, 2014, conta a história de Nelly Lenz (Nina
Hoss), uma ex-cantora judia sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz,
de onde foi resgatada com o rosto totalmente desfigurado. Para reconstruí-lo, ela é levada para uma operação
cirúrgica na Suíça. Sua amiga Lena Winter (Nina Kunzendorf), que trabalha numa
agência recrutadora de judeus, pretende levá-la depois para a Palestina. Nelly,
porém, tem outros planos. Quer voltar a Berlim para se defrontar com o
ex-marido, Johnny (Ronald Zehrfeld), que ela acredita tê-la traído entregando-a
para os nazistas. Nelly retorna a Berlim e vai atrás do paradeiro de Johnny.
Acaba encontrando-o numa boate chamada “Phoenix” (o nome também é associado ao
ressurgimento de Nelly, literalmente, das cinzas). Quando Nelly aparece, Johnny
não a reconhece, mas tem a ideia de colocar em prática um plano para conseguir
a herança da ex-mulher, cuja família é bastante abonada. O roteiro foi adaptado
do romance “Le Retour des Cendres” (“O Retorno das Cinzas”), de Hubert Monteilhet,
e a direção coube a Christian Petzold (“Bárbara”). A produção é simples, elenco
mínimo, poucas locações. Ficou com cara de adaptação de uma peça de teatro ou um filme de segunda linha feito para TV. Se
há algo a destacar, sem dúvida é o desempenho de Nina Hoss, talvez a melhor
atriz alemã da atualidade.
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