sábado, 9 de junho de 2018


A atriz Jennifer Lawrence comanda o elenco de “OPERAÇÃO RED SPARROW” (“Red Sparrow”), ano de produção 2017, EUA. Elenco, aliás, dos mais estrelados: Joel Edgerton, Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Matthias Schoenaerts, Ciarán Hinds, Mary-Louise Parker, Thekla Hauten e Joely Richardson. É um filme de espionagem baseado no romance “Red Sparrow”, escrito por Jason Mathews, um ex-agente da CIA que resolveu ser escritor. O livro foi adaptado para o cinema pelo roteirista Jason Mathews e a direção ficou a cargo de Francis Lawrence, que não é parente da Jennifer e a dirigiu nos três filmes da Saga “Jogos Vorazes”.  Vamos à história. Depois de sofrer um grave acidente em pleno palco, Dominika Egorava (Jennifer), primeira bailarina do Bolshoi, vê sua carreira interrompida. Seu tio Ivan Egorov (o ator belga Schoenaerts), um importante oficial do serviço secreto russo, convence Dominika a ingressar numa escola de espiões chamada “Red Sparrow”. Em contrapartida, ele se compromete a cuidar da mãe doente de Dominika (Joely Richardson). Dominika se sobressai nos testes na escola e logo é designada para uma importante missão: descobrir a identidade de um informante que trabalha para a CIA. Ela terá que enfrentar Nathaniel Nash (Edgerton), um espião norte-americano com larga experiência em terreno russo. Embora tenha mais blá-blá-blá do que ação, o filme é bastante violento e tem muitas cenas de sexo, inclusive com Jennifer Lawrence, que deixou de lado a heroína juvenil de “Jogos Vorazes” para se transformar numa espiã voraz em sexo. Ela também aparece nua, comprovando plenamente sua fama de mulherão. Com uma reviravolta surpreendente no desfecho, o filme consegue prender a atenção do espectador, tornando-se um bom programa para uma sessão da tarde.                    

quarta-feira, 6 de junho de 2018


“ADEUS ÍNDIA” (“VICEROY’S HOUSE”), 2017, coprodução Inglaterra/Índia, direção de Gurinder Chadha, é um drama histórico, baseado em fatos reais, contando os bastidores de como se deu a transição da Índia britânica para a sua independência, depois de 200 anos de domínio imperial inglês. O filme é ambientado em 1947, quando Lord Louis Mountbatten, bisneto da Rainha Vitoria, é designado para ocupar o cargo de último Vice-Rei da Índia e, como tal, encarregado de administrar todo o processo de transição, o que o levou a uma série de negociações com os líderes locais, incluindo até o honorável Gandhi. Difícil a sua tarefa, pois os muçulmanos não concordavam em viver com os hindus na Índia e, portanto, queriam a criação de um outro país, o Paquistão. Para conseguir realizar o seu trabalho Mountbatten (Hugh Bonneville) conta com o apoio incondicional de sua esposa Edwina (Gillian Anderson) e de sua filha Pamela (Lily Travers). Mountbatten bem que tentou apaziguar os envolvidos, mas logo verá que é impossível acabar com um ódio que vem de séculos (vide palestinos e judeus). Lançado no Festival de Cinema de Berlim, o filme foi massacrado pela crítica especializada. Eu gostei. Achei a produção impecável sob o ponto de vista histórico, além de um visual deslumbrante – os cenários são espetaculares – e uma primorosa recriação de época, destacando-se, principalmente, os figurinos. Não tenho dúvida em recomendar.                 

terça-feira, 5 de junho de 2018

“MADAME”, 2017, França, direção e roteiro (com a colaboração de Matthew Robbins) de Amanda Sthers. Um casal de norte-americanos (Toni Collette e Karvey Keitel) muda-se para a França e decide organizar um jantar para a alta sociedade parisiense, incluindo o prefeito da cidade e seu namorado. A mesa está arrumada para 12 pessoas, quando de repente surge um convidado extra, justamente o filho bêbado do anfitrião. A mesa, então, passa a ter 13 lugares, inconcebível para a supersticiosa Anne (Collette). A solução improvisada, já que o jantar aconteceria poucas horas depois, foi transformar a empregada Maria (Rossy De Palma) numa madame da alta aristocracia parisiense, com a recomendação de que não abrisse a boca, nem para falar, nem para comer ou beber muito. Triste ilusão. Maria toma uns vinhos mais e acaba até contando umas piadas inconvenientes, para desespero dos patrões. Só que no meio dos convidados está o cinquentão David Reville (Michael Smiley), um importante empresário francês que se encanta com Maria. A partir de então, o filme esquece o humor e parte para o romance. Se já era ruim como comédia, ficou ainda pior quando enveredou para a comédia romântica. Terminado o filme, fiquei me perguntando como estrelas consagradas como Harvey Keitel e Toni Collette se submeteram a trabalhar nesse abacaxi. Até a espanhola Rossy De Palma, de tantos filmes de Almodóvar, deve ter ficado constrangida.             

segunda-feira, 4 de junho de 2018


“STEFAN ZWEIG – ADEUS, EUROPA” (“Stefan Zweig – Farewell to Europe”), 2016, coprodução Áustria/Alemanha, roteiro e direção de Maria Schrader. Trata-se de um drama biográfico enfocando os últimos seis anos do escritor, romancista, poeta, jornalista, dramaturgo e biógrafo austríaco Stefan Zweig. Em 1936, perseguido pelo nazismo, Zweig (Josef Hader) resolve fugir com a esposa Lotte (Aenne Scwarz) para a América do Sul. Já muito famoso no mundo inteiro como um dos principais escritores do Século XX, Zweig é tratado como uma grande personalidade, sendo convidado para proferir palestras em cidades como Rio de Janeiro, Buenos Aires e Nova Iorque. Ele se estabelece em Petrópolis (Rio de Janeiro) e lá escreve “Brasil, País do Futuro”, lançado em 1941. No ano seguinte, deprimido com a situação da guerra na Europa, ele se suicida juntamente com a esposa. O filme deixa muito a desejar com relação à obra do escritor. Não é mencionado nenhum dos livros que escreveu, principalmente importantes biografias de gente como, por exemplo, Dostoievski, Tolstoi, Dickens, Stendhal, Maria Antonieta, Nietzsche, Balzac etc. Também pouco se fala sobre sua vida anterior, na Áustria. De qualquer forma, o filme é, sem dúvida, bastante interessante. Destaco com uma das cenas de maior impacto aquela em que Zweig participa de um congresso de escritores em Buenos Aires, durante o qual são citados, nome por nome, os intelectuais banidos pelo regime nazista, então presos ou exilados. De emocionar. Fora isso, vale citar o excelente trabalho do ator austríaco Josef Hader na pele do escritor. Um show de interpretação. A quem possa interessar, existe uma biografia bem legal sobre Zweig – “Morte no Paraíso”, de 1981 -, escrita pelo recentemente falecido jornalista Alberto Dines - a diretora Maria Schrader o leu para escrever o roteiro. Eu também li e recomendo, assim como o filme.             

domingo, 3 de junho de 2018


“SPIINNING MAN” (o filme ainda não chegou por aqui, portanto não tem uma tradução oficial; a tradução literal é “Homem Girando”), EUA, 2017, direção do sueco Simon Kaijser, com roteiro de Matthew Aldrich, baseado no romance do mesmo nome escrito pelo norte-americano George Harrar, lançado em 2003. Trata-se de um filme policial recheado de suspense, mas com desfecho dos mais fracos. Numa pequena cidade da Flórida, uma jovem líder de torcida (Odeya Rush) desaparece e as suspeitas da polícia recaem sobre o professor de Filosofia e Linguística Evan Birch (o ator australiano Guy Pearce). Tudo porque Birch, mesmo casado com Ellen (Minnie Driver), às vezes gostava de sair com algumas alunas.  O detetive Robert Malloy (o ex-007 Pierce Brosnan) tenta de tudo para provar a culpa do professor, seguindo seus passos dia após dia. Tudo faz crer que o filme caminha para algum final surpreendente, talvez uma reviravolta, mas o desfecho constrangedor não justifica termos ficado esse tempo todo esperando um grand finale. Com exceção de Guy Pearce, que tem boa atuação, os demais atores, inclusive Pierce Brosnan, atuam no piloto automático. Brosnan, aliás, está muito mal caracterizado, pois parece mais um empresário ou um alto executivo de Wall Street do que um simples detetive de uma cidadezinha do interior. Resumo da ópera: não passa de um filme B independente, evidentemente realizado com poucos recursos, apesar da presença dos dois astros. A história não convence. Como policial, deixa muito a desejar.