sábado, 28 de dezembro de 2013

“Do jeito que ela é” (“Pieces of April”). É de 2003 essa deliciosa comédia que traz Katie Holmes encabeçando o elenco. Ela interpreta April, a ovelha negra da família que sai de casa e vai morar em Nova Iorque. A história do filme gira em torno da visita que a família fará a ela no Dia de Ação de Graças. Enquanto a família pega a estrada, April está com dificuldades em assar o peru que será servido, já que seu fogão quebrou. Tanto a viagem da família como a aventura de April com o peru apresentam momentos hilariantes e muito divertidos. A atriz Patricia Clarkson, que faz a mãe de April, é o grande destaque do filme. Tanto que foi indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro como Melhor Atriz Coadjuvante. O filme ganhou o Prêmio Especial do Júri no Sundance Film Festival. Quem não viu na época, veja agora, pois é ótimo. Programão!

 
Depois que foi libertada do cativeiro, depois de 10 anos sequestrada, a austríaca Natascha Kampusch escreveu um livro. O filme alemão “3096 Dias” (3096 Tag”) foi baseado nesse livro. Conta em detalhes o que aconteceu desde que foi sequestrada, em 1998, aos 10 anos de idade, até ser libertada, em 2006. É um filme pesado, claustrofóbico, transmite uma carga emocional muito forte, mas não poderia ser diferente diante do que aconteceu. A atriz irlandesa Antonia Campbell-Hughes, que faz Natascha a partir dos 14 anos, está impressionante. Ela se entrega de corpo e alma ao pa pel e se submete a cenas que poucas atrizes teriam coragem de fazer.  Wolfgang Priklopil, o sequestrador, é interpretado pelo ator dinamarquês Thure Lindhardt, também num ótimo desempenho. O filme é simplesmente imperdível! 
“A minha vida dava um filme” (“Girl Most Likely”), de 2013. A trintona Imogene perde o emprego, o namorado e, em crise financeira, vai morar com a mãe excêntrica e o irmão biruta. Só que a mãe tem um namorado novo e esquisito que mora na casa. O irmão está ocupando o antigo quarto de Imogene, já que o seu foi alugado para um jovem hóspede mulherengo. Imogene vai dormir num colchão dentro de uma “cabana” de lençóis montada pelo irmão. Todo esse turbilhão provoca situações bastante divertidas. O elenco tem à frente a ótima comediante Kristian Wiig, Annete Bening, Matt Dillon e Darren Criss. Uma comédia gostosa de ver.

“O aniversário de David” ("Il Compleanno”, ou no inglês “David’s Birthday”) é uma produção italiana de 2010. Três casais de amigos alugam uma casa de praia para passar as férias de verão. O ambiente está ótimo, todo mundo se divertindo e o lugar é sensacional. A coisa desanda com a chegada repentina de  David, modelo de sucesso em Nova Iorque e filho de Diego (Alessandro Gassman) com uma norte-americana com quem teve um caso. Além de despertar paixões nas meninas da praia, David, interpretado pelo modelo brasileiro Thyago Alves, vai descontrolar também o psicanalista Matteo (Massimo Poggio), que vai escancarar o armário. Tá na cara que as férias vão acabar mal. O filme, dirigido por Marco Filliberti, tem ainda no elenco a portuguesa Maria de Medeiros, Christo Jivkov e Michela Cescon. O filme é muito bom e a fotografia sensacional.
Martine é uma fotógrafa e cineasta novaiorquina que precisa captar sons para seu filme sobre bichos. Para isso, consegue ir para Salt Lake City trabalhar com Peter, especialista na sonorização de filmes em Hollywood. Os dois trabalham juntos no estúdio, instalado na própria casa de Peter, que é casado e tem uma filha adolescente, e essa aproximação terá conseqüências desastrosas para a família. “Caminho para o Coração” (“Nobody Walks”) é dirigido por Ry Russo-Young e tem no elenco Olivia Thirlby, John Krasinski, Rosemarie DeWitt e outros bons atores. O filme é muito bom, tanto que ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Sundance 2012, do qual participam apenas filmes independentes.
“Roubando Vidas” (“Taking Lives”) é um policial de suspense produzido em 2004, com um elenco pra lá de estrelado: Angelina Jolie, Ethan Hawke, Kiefer Sutherland, Olivier Martinez, Gena Howlands e Jean Hugues Anglade. Angelina faz uma policial do FBI enviada para Montreal (Canadá) para investigar os crimes praticados por um serial killer que assume, há anos, as identidades de suas vítimas. O filme tem ação, suspense – dois ou três sustos de derrubar o pacote de pipoca – e, claro, a beleza e sensualidade de Angelina. A direção é de D.J. Caruso. Bom DVD para descobrir ou rever.

“Um único tiro” (“A Single Shot”) é uma co-produção EUA/Canadá/França de 2013. O filme foi selecionado para os festivais de Berlim e Tribeca. Trata-se de um drama de suspense um tanto violento, um tanto lento, um tanto desagradável de assistir. Homem é abandonado pela mulher e o filho, sai da cidade e vai morar numa cabana na montanha. Ao fazer uma caçada, mata acidentalmente uma jovem. Aí a coisa complica e ele passa a ser a caça. É dirigido por David Rosenthal e tem no elenco, entre outros, Sam Rockwell, Jefrrei Wright, Kelly Reilly, William Macy e Ted Levine. Mas dá pra ver numa boa.    
“Sangue no Gelo” (“The Frozen Ground”) é um drama policial protagonizado por Nicolas Cage e John Cusack. Conta a história, baseada em fatos reais, da investigação ocorrida no início dos anos 80 para prender um serial killer que assassinou mais de 20 mulheres no Alaska. O cara matava moças de 20 a 30 anos de idade. Cage (continua péssimo ator) é o policial encarregado da investigação e Cusack o principal suspeito. Tanto Cage como Cusack já fizeram filmes bem melhores. De qualquer modo, “Sangue no Gelo” tem suspense e pode agradar.
“Prince Avalanche” é um filme independente americano de 2013, com um irreconhecível bigodudo Paul Rudd, de tantas comédias, e Emile Hirsch, um jovem ator de prestígio em Hollywood. Os dois aparecem o tempo inteiro trabalhando na sinalização de uma estradinha no interior do Texas, em 1988, ano em que um grande incêndio destruiu florestas e casas. É um filme bastante monótono, só “agitado” pelos diálogos dos dois protagonistas. Por esse filme, David Gordon Green recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Berlim. Antes que eu diga que o filme é chato, assista e me dê ou não razão.
A família Colapietro já está toda reunida para a tradicional Ceia de Natal na casa do patriarca e da matriarca, ambos já bastante idosos. Tudo vai às mil maravilhas até que os velhos anunciam que não têm mais condição de ficar sozinhos. E que a solução será morar com um dos filhos. Nenhum deles quer assumir a responsabilidade e aí começa a maior confusão. Esse enredo poderia ser dramático, mas nas mãos do grande diretor italiano Mario Monicelli vira uma comédia hilariante, “Parente é Serpente” (“Parenti Serpenti”). É de 1992. Não deixe de ver e se divertir!   
Muita gente olha a capinha do DVD e lê que o filme se chama “Saturno em Oposição” (“Saturno Contro”). Se desconfiar e não assistir, estará perdendo um dos grandes filmes italianos deste século. Trata-se de uma produção de 2007, com direção do turco naturalizado italiano Ferzan Özpetek, do maravilhoso “Janela da Frente”. Grupo de amigos convive com uma surpreendente doença que atingiu um deles durante um jantar. Eles se amam, mas nunca deixam de dizer a verdade, nua e crua que seja, uns para os outros. Tem drama e humor. No elenco, Stéfano Accorsi, Margherita Bay e Pierfrancesco Favino, entre outros ótimos atores. Filme adulto e inteligente para um público idem. Imperdível! 

“A Datilógrafa” (“Populaire”) é uma comédia francesa romântica de 2012 que lembra aqueles filmes da década de 50 reunindo, por exemplo, Cary Grant e Doris Day. É a história de uma moça de 21 anos que sai da casa dos pais, no interior da França, para trabalhar como secretária num escritório de seguros em outra cidade. O dono fica impressionado com a velocidade com que a moça datilografa e resolve treiná-la para participar de torneios de datilografia. A época é a segunda metade da década de 50 e a ambientação do filme – cenários, figurinos, fotografia, trilha sonora etc – é muito bem feita. Tem no elenco Romain Duris, Déborah François e Bérénice Bejo. O filme é divertido e agradável, um ótimo programa.
“O Verão da Minha Vida” (“The way, way back”) é uma comédia bastante simpática, um ótimo programa para toda a família. É uma produção norte-americana de 2013 que conta a história de um garoto de 14 anos em crise existencial. O pai não quer saber dele, o padrasto o humilha, a mãe defende o namorado, que a trai descaradamente. O  menino quer mais é ficar na dele. A família vai passar o verão numa casa de praia e o garoto acaba conhecendo o funcionário de um parque aquático que vai lhe dar valor como ser humano. O jovem, aos poucos, se transforma, fica mais confiante e seguro de si. Amadurece, enfim. O filme tem muito humor, mas também um lado dramático. Liam James, Steve Carrell, Toni Collette e Sam Rockwell lideram o elenco.

 
“URO – Força Policial” (“Disturbance”) é um filme norueguês cheio de ação, tiros, orgias, pancadaria, tráfico de drogas, traições etc. Pra quem gosta do gênero policial, trata-se de uma ótima opção. A produção é de 2006 e tem no elenco nomes talvez desconhecidos como Nicola Cleve, Ahmed Zeyam e Ane Torp. Jovem tenta se livrar da vida marginal e consegue ingressar na tropa de elite da polícia, chamada URO. Ele é treinado para se infiltrar nas gangues. Numa delas, revê uma antiga amiga de colégio, justamente a filha do chefão. Aí a coisa complica. O filme prova que norueguês também sabe fazer policial. Confira!

 

O filme tem Marion Cotillard no elenco? Pode pegar. A atriz francesa é fera (ganhou o Oscar de Melhor Atriz em 2007 por “Piaf”), só faz filme bom (“Até a Eternidade”) e, além de tudo, é linda. Por isso, recomendo “Ferrugem e Osso”, co-produção Bélgica-França de 2012. Lembra um pouco aquele outro filme francês “Intocáveis”. Só que este tem uma levada de comédia, e “Ferrugem e Osso” dramatiza mais. Não vou resumir a história para não revelar a surpresa que acontece e depois vai nortear os rumos do filme. Considero esse drama francês imperdível. O diretor é Jacques Audiard (“O Profeta”).   

“Tamara” é um misto de terror e suspense juvenil, uma produção de 2005. Estudante do Colegial, Tamara escreve no jornal da escola que dois de seus melhores atletas atuaram dopados. A dupla e sua turma resolvem se vingar, mas não sabem que Tamara é chegada numa bruxaria. Violência gera violência. Aí a coisa degringola para uma sangueira total. Achei os atores muito velhos para serem do Colegial. Se fosse uma faculdade, tudo bem. Um fato que notei: as meninas são todas feias e os rapazes todos bonitos. Não entendi. A magrela Jenna Dewan faz o papel de Tamara. Os criadores do filme são os mesmos da franquia “Premonição”.  

“Parkland”, de 2013, é um filme eletrizante. Você não vai sentir passar nenhum dos seus 133 minutos de duração. Dirigido por Peter Landesman – seu primeiro filme -, conta tudo o que aconteceu nos bastidores no dia do assassinato do presidente John Kennedy, em 1963, e nos dois dias seguintes. As cenas que mostram o presidente sendo levado para o Hospital Parkland de Dallas e o esforço dos médicos para salvar o presidente são espetaculares. Você sente a tensão como se estivesse lá. Uns dias depois, quando Lee Oswald é levado ao mesmo hospital e atendido pela mesma equipe, o empenho não é o mesmo. O elenco é ótimo. Só para citar alguns nomes: Billy Bob Thornton, Zac Efron, Paul Giamatti e Marcia Gay Harden.
“Revanche” é um drama pesado austríaco de 2008 que concorreu no ano seguinte ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Trata-se de um misto de policial e suspense. Ex-presidiário vai trabalhar como segurança de um cafetão em Viena. Namora escondido com uma das prostitutas, o que não é permitido. Foge com uma delas e resolve assaltar um banco. Consegue, mas a fuga dá errado. Aí sua vida dá uma reviravolta e ele acaba indo morar com o avô num sítio perto da Viena. Aí acontece uma daquelas raras coincidências que mudam a história. Dá pra ver numa boa.     

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

“Paixão Obsessiva” (“The Good Doctor”) é um suspense bem legal. O médico residente dr. Martin Brook (Orlando Bloom) fica obcecado por uma paciente linda, internada com infecção renal.  Ela é interpretada pela atriz Riley Keough, filha da Lisa Marie Presley e, portanto, neta do Elvis. Depois de ver esse filme, a mulherada que tem fixação por médicos vai rever os seus conceitos.

 
"Um assassinato Amish" ("An Amish Murder") é um filme policial americano de 2013 feito para a TV. A história, baseada no romance de Linda Castilho, aborda uma série de assassinatos ocorridos numa comunidade agrícola amish. A atriz canadense Neve Campbell faz a chefe de polícia encarregada de investigar os crimes. A grande surpresa fica para o final do filme. Rever Neve Campbell é sempre um prazer.
Apesar de contar no elenco com Naomi Watts e Ewan McGregor, “O Impossível” (“Lo Imposible”) é um filme espanhol dirigido por Juan Antonio Bayana. Conta a experiência terrível e verídica de um casal que vai com os 3 filhos para a Tailândia, em 2004, passar alguns dias de férias. Aí acontece aquele tsunami que todo mundo lembra. As cenas do tsunami são incríveis. O drama desse casal para encontrar os filhos e o final justificam o título. Muita ação, suspense e drama. Filmão!

 
Sabe aquelas aulas de Física no antigo 1º científico? Eu, pelo menos, saía da classe sem ter entendido nada. Tudo muito complicado. É exatamente esta a sensação que se tem ao assistir "A Viagem". Aguentei uns 40 minutos de filme, e já foi uma tortura descomunal. Cinema, pra mim, é entretenimento, histórias com começo, meio e fim. Filmes como "A Viagem" atordoam. O roteirista e o diretor viajaram e, com certeza, não sabem até agora pra onde. Não entre nesta viagem!
“Argo” conquistou quatro prêmios no Oscar 2013, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, Ben Affleck, que é também o seu principal protagonista. Em meio à invasão da Embaixada dos EUA em Teerã por militantes islâmicos, em 1979, seis funcionários conseguem fugir e exilar-se na Embaixada do Canadá. O filme conta como essas pessoas conseguiram ser resgatadas e sair do Irã. A tensão predomina o filme inteiro. Você vai assistindo e entrando no clima do filme e na pele dos protagonistas. Até entortar os braços da poltrona e roer todas as unhas. É, sem dúvida, um filme forte e envolvente, ainda mais quando sabemos que tudo que é mostrado na tela aconteceu na vida real.
“10 Horas até o Paraíso” (“10 timer til paradis”), 2011, é mais um filme dinamarquês que merece ser descoberto. O protagonista, fisiculturista, um verdadeiro "armário", é um solteirão bonachão e ingênuo dominado pela mãe autoritária e possessiva. Já com 38 anos, sem nunca ter namorado, fica com inveja de um tio que casou com uma tailandesa. A esposa perfeita. Atrás desse sonho, ele vai para a Tailândia (viagem de avião demora 10 horas), onde se vê num mundo completamente desconhecido. Na volta, para conquistar o seu espaço próprio, vai ter de enfrentar a mãe. Filme para espectadores sensíveis.
 

 
"A Face Oculta” (“La Cara Oculta") 2011 - Incrível que o melhor suspense dos últimos anos - na minha opinião, claro - venha da Colômbia (co-produção com a Espanha). Embora a história se passe em Bogotá, o filme foi produzido em locações na Espanha. As duas atrizes principais são muito competentes e tão bonitas quanto. Difícil um filme reunir duas atrizes tão lindas ao mesmo tempo. Uma é espanhola, Clara Lago, a outra colombiana, Martina Garcia. Um suspense para prender o espectador na cadeira, com uma reviravolta no final de fazer cair o saco de pipoca. Ah, e ainda tem a participação da Orquestra Sinfônica de Bogotá, outro deleite desse ótimo filme.
 

 
Produção francesa de 2011, “As Neves do Kilimanjaro” recebeu, com justiça, muitos elogios da crítica. No ambiente do porto de Marselha, os trabalhadores vivem a dureza de dias pesados de trabalho. De repente, as demissões acontecem, uns ficam, outros são mandados embora. O chefe que ficou é assaltado e perde o dinheiro que pretendia utilizar numa viagem ao Kilimanjaro com a esposa.  Ele acaba descobrindo a identidade do assaltante. Daí pra frente não conto mais para não entregar a história. Digo apenas que o chefe, interpretado pelo ator Jean-Pierre Darroussin, mostra que o ser humano ainda é capaz de praticar o perdão. Um filme bastante sensível e comovente. 
“Superclássico” é mais uma produção interessante do cinema dinamarquês, em co-produção com a Argentina. Trata-se de uma comédia muito divertida. Um comerciante de vinhos lá de Copenhagen vai para a Argentina atrás da ex-esposa que virou empresária de jogadores de futebol e vive com um astro da seleção argentina. Ele se recusa a assinar os papéis de divórcio para que ex-esposa possa se casar com o jogador. O filme é quase que inteiramente rodado em Buenos Aires e tem como pano de fundo o clássico Boca Júniors vs. River Plate, o tango e o vinho argentino. Filme leve e alegre, bem feito, gostoso de ver.
Você se imagina assistindo a um drama norueguês com muita ação e suspense? Pois é, este "Headhunters" surpreendeu. Trata-se de um "thriller" de primeira, de prender a atenção do início ao fim. E muito bem produzido, com classe. Tem muito glamour no começo, gente bonita, rica, bem vestida, ambientes chiques e luxuosos. A atriz que interpreta a mulher do protagonista, Synnove Macody Lund, é uma das  mais bonitas do cinema atual. Do meio do filme em diante descamba para a ação violenta, com cenas muito bem executadas. Como todo bom suspense, tem reviravoltas e surpresas. Entretenimento garantido!

 

"O Concerto" (“Le Concert”) é uma co-produção França, Itália, Bélgica, Romênia e Rússia, dirigida pelo romeno Radu Mihaileanu, diretor dos também ótimos "Trem da Vida" e o recente "A Fonte das Mulheres". "O Concerto" é uma comédia dramática centrada num ex-maestro da Orquestra de Bolshoi afastado pelo regime comunista e que virou faxineiro do teatro. Num fax inesperado vindo da França ele vê a oportunidade de dar a volta por cima e ainda realizar seu grande sonho: reger o Concerto para Violino em D Maior Opus 35, de Tchaikovsky. O filme tem a presença da musa francesa Mélanie Laurent. A apresentação do concerto, no final do filme, é um dos momentos mais emocionantes e bonitos da história do cinema.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

“A Hora mais Escura" recebeu cinco indicações para o Oscar 2013, inclusive de melhor filme e melhor atriz. A produção apresenta a história da caçada a Osama Bin Ladin pela CIA após o atentado de 11/09/2001, as prisões de suspeitos ou envolvidos, os interrogatórios e tudo o que foi feito para capturar o inimigo nº 01 do Tio Sam. O filme é muito bem feito, tem locações em diversos países da Europa e Oriente Médio, além de uma excepcional atriz, Jessica Chastain. Como "Argo", é um filme que mantém um clima de tensão do começo ao fim. Programão!
Muita gente pega a capa de um DVD, vê uns nomes estranhos, não tem referência sobre o filme e acaba desistindo de vê-lo. Muitas vezes deixa de ver um ótimo filme por causa dessa falta de informação. Essa produção vinda da Polônia, cujo título em português é "Sem Pudor" ("Bez Wstydu"), é um filme forte e que pode gerar algum desconforto, pois trata de incesto. O garoto é apaixonado pela irmã. Tem cena de sexo entre os dois, mas feita com classe e discrição. O filme apresenta, como pano de fundo, o ódio dos neonazistas poloneses pelos ciganos, uma realidade triste e revoltante. Ao denunciá-lo, o filme ganha mais força ainda.

“Lincoln” é um filmaço! Não é aquele estilo Spielberg cheio de aventura e ação. É um filme mais contido, com muitos diálogos. Mostra bem os bastidores da política, o toma lá dá cá. Promessa de cargos, chantagens e negociatas. O filme conta o esforço político de Lincoln para conseguir a votação da 13ª Emenda à Constituição (fim da escravatura) e para colocar fim à guerra civil. Uma verdadeira aula sobre um dos momentos mais importantes da história norte-americana. Que grande ator é Daniel Day-Lewis! Que grande atriz é Sally Field! Tommy Lee Jones também dá show! Quem tiver paciência para aguentar os diálogos vai assistir a um grande filme.

"O Quinteto Irreverente" (“Amici Miei Atto II”). É de 1982 esta continuação do filme “Meus Caros Amigos”, ambos dirigidos pelo grande Mário Monicelli. Talvez seja a comédia mais hilariante do cinema italiano. O segundo filme começa com os quatro amigos visitando a túmulo do quinto amigo falecido. Aí eles avistam um viúvo chorando a morte da esposa e resolvem aprontar com o coitado. E assim vai o filme inteiro, um quarteto de cinquentões se comportando como adolescentes, aprontando as maiores sacanagens. De Monicelli, é ótima também a comédia "Parente é Serpente", entre tantas outras imperdíveis. Nesses tempos de violência urbana, atentados terroristas e corrupção, nada melhor do que dar um tempo para rir à vontade. Ou melhor, gargalhar, em se tratando de Monicelli.
Se você pensa que já viu de tudo no cinema, você ainda não viu "Attenberg". Sabe aquela expressão "Hi, esse cara tá falando grego", quando a gente não entende o que o cara tá falando, imagine a expressão "Esse cara tá filmando grego" e dá no mesmo. A responsável por esse absurdo cinematográfico é uma grega, uma tal Athina Rachel Tsangari. O filme, como você já percebeu, é grego. Acho que a crise, definitivamente, afetou a cabeça das pessoas por lá. Vi por curiosidade, e vi inteirinho. Com certeza, um dos filmes mais esquisitos da história do cinema. Fuja a galope. Ou assista só por curiosidade e para conferir minha opinião. 
 

 
“O Segredo dos seus Olhos” ("El Secreto de Sus Ojos"), de 2009, conquistou o Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro. Prêmio merecido para o filme dirigido por Juan José Campanella e com o astro Ricardo Darín como protagonista principal. A história é baseada no livro "La Pregunta de sus Ojos", de Eduardo Sacheri. Darín é Benjamin Esposito, um funcionário aposentado do Tribunal Penal de Buenos Aires que agora dedica-se a escrever um livro sobre um  antigo caso de estrupo e assassinato. Ao colher dados para o livro, Benjamin vai chegar a conclusões que mudarão o resultado das investigações. O filme é espetacular, pois reúne drama, ação, suspense, romance, humor, reviravoltas, tudo isso misturado e adaptado num roteiro elaborado com grande inteligência. Quem não viu, por favor, não perca. 
“Elsa & Fred – Um Amor de Paixão” é uma comédia (co-produção Espanha/Argentina) de 2005, talvez a mais hilariante envolvendo um casal que já passou dos 80 mas que tem muito amor pra dar e uma vontade enorme de continuar vivendo com alegria. Elsa (China Zorrilla) conhece o vizinho viúvo Fred (Federico Luppi) e juntos vão conhecer a alegria de viver. Eles provam que velhice não é sinônimo de rabugice ou de reta final. "Elsa & Fred” mostra que é possível - e delicioso - viver uma paixão nessa idade. Filme alto astral, sensível, tocante. Diversão garantida para toda a família!
 

 
"Farinelli, Il Castrato" é um filme de 1994, uma co-produção Bélgica/França/Itália. Conta a história, verdadeira, do cantor Carlo Broschi, o maior sucesso dos palcos de ópera no Século XVIII. Como tantos outros jovens da época, ele foi castrado aos 10 anos de idade para preservar na fase adulta a voz infantil que se assemelha a das cantoras líricas (sopranos). Além desse fato interessante e histórico, o filme foi feito com muita classe, não apenas no visual, mas também na trilha sonora, predominando muita coisa de Handel. A parte musical, aliás, é o grande trunfo do filme, que ganhou o Globo de Ouro como Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado ao Oscar na mesma categoria. Programão para os olhos e ouvidos!

 
“Dobro ou Nada” é uma co-produção Argentina/Espanha de 1997 e conta a história de um cantor de tango que resolve se passar por Carlos Gardel em retribuição ao amor de uma mulher, Juanita (a belíssima atriz espanhola Aiotana Sánchez-Gijón). Para quem gosta de tango, a trilha musical é saborosa, um verdadeiro néctar. Me falaram que é difícil encontrar esse filme. Eu consegui lá na Vídeo Paradiso (Rua  Nabuco de Araújo). Vale a pena!

 
Confesso que demorei para decidir assistir "Gonzaga, de pai pra filho". O mesmo aconteceu antes de finalmente assistir "Os 2 filhos de Francisco". Por coincidência, ambos do mesmo diretor, Breno Silveira. Gostei dos dois. "Gonzaga" é ainda melhor não apenas pela interessante história biográfica de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, mas por revelar o relacionamento dele com o filho, Gonzaguinha. O filme destaca a mágoa que Gonzaguinha tinha pelo pai, a quem acusava de não ter lhe dado amor e carinho. Os atores são ótimos, estão bem caracterizados e ainda tem uma deliciosa trilha sonora. "Gonzaga" prova que o cinema nacional ainda é capaz de fazer ótimos filmes.

Pelo papel de piloto herói e ao mesmo tempo vilão no filme "O Voo", Denzel Washington foi indicado para disputar o Oscar 2013 de melhor ator. Denzel não ganhou, mas é um ótimo ator, como comprova neste filme. Ele está excelente como o piloto que salva uma centena de pessoas de um acidente aéreo e vira herói, mas que logo depois vira vilão porque fica comprovado que estava pilotando bêbado, tinha cocaína no sangue e passou a noite em claro "confraternizando" com sua comissária de bordo. Tem filmes que dá vontade de deixar o video no "piloto automático" e sair da sala. Não é o caso de "O Voo".
Woody Allen sempre foi e ainda é um escritor. Escrever sempre foi a essência de seu trabalho. Começou sua carreira profissional como escritor de piadas, vendendo-as para comediantes de stand-up. Ele próprio, embora não gostasse do palco, se tornou um stand-up, e logo depois ator e diretor. Sempre criando as histórias e escrevendo os roteiros. O documentário "Woody Allen - Um documentário" revela como fatos de sua vida pessoal o influenciaram na elaboração dos enredos de seus filmes. Os depoimentos de atores e atrizes, produtores, familiares, amigos e dele próprio também são fundamentais para que possamos entender o que se passa pela cabeça desse verdadeiro gênio.
Se você ainda não teve a oportunidade de assistir "Vermelho, Branco e Azul" ("Red, White & Blue"), não perca... tempo! Ou então, se você gosta de filmes "down", violentos, sádicos e com todos os personagens psicóticos, pode assistir. Mas prepare seu estômago para um dos filmes mais desagradáveis que já foram feitos, de tão violento e realista. É uma produção norte-americana e o diretor é inglês, Simon Rumley. Só uma mente insana elabora um filme assim. O pior de tudo é saber que esse tipo de filme tem público. Insanidade geral!
 

 
Muitos filmes ótimos, principalmente europeus e asiáticos, não chegam às telas dos nossos cinemas. Não tenho certeza, mas parece ser o caso de "Uma vida simples" ("A Simple Life"), produção de Hong-Kong de 2011. Não sei se em outras cidades, mas aqui em Santos não passou nos cinemas. A história é baseada em fatos reais. Mostra a dedicação de um jovem executivo à empregada que praticamente o criou e que trabalhou durante 60 anos para a sua família. Ela fica doente, vai para um asilo de velhos e em nenhum momento o jovem a abandona. Pelo contrário, apesar dos inúmeros afazeres profissionais, ele cuida dela, com muito carinho, até a sua morte. Um oásis de delicadeza e sensibilidade. Uma verdadeira ode ao amor retribuído. Não deixe de ver e se emocionar.
O diretor inglês Ken Loach é um dos meus preferidos há muito tempo. O veterano cineasta inglês dirigiu, em 2012, "A Parte dos Anjos", um misto de drama e comédia que vale a pena ser visto. Loach sai um pouco da sua seara, que é a temática de cunho político e social, já vista nos ótimos "A Canção de Carla", "Ventos da Liberdade", "Pão e Rosas" e "Terra e Liberdade", entre tantos outros. "A Parte dos Anjos" começa como um drama, apresentando um grupo de jovens desajustados condenados a prestar serviços comunitários. Depois entra na comédia, quando quatro desses jovens resolvem roubar um uísque valiosíssimo de uma destilaria. O filme, é claro, foi rodado na Escócia, com cenários de dar água, aliás, uísque na boca. Outro filme de Loach também leve e que merece ser conferido é "À Procura de Eric". 

Se há um gênero com poucas opções de qualidade é a Comédia Romântica. Uma das exceções que vale a pena é a produção francesa "O Amor está no Ar" ("Ma Vie en L'air"), de 2005, dirigida por Rémi Bezançon. Marion Cotillard está aqui, o que já vale a audiência. Marion, que se tornou mais conhecida quando apareceu em "Piaf - Um Hino ao Amor" e pelo qual ganhou o Oscar de melhor atriz em 2008, faz filmes desde 1994, o que a torna uma "veterana". "O Amor está no Ar", apesar do título novelístico, é um filme inteligente, com ótimos diálogos e situações, e os atores que completam o elenco são ótimos. Mas o destaque é realmente Marion.

“O lado bom da vida” deu o Oscar de Melhor Atriz 2013 para Jennifer Lawrence. É um filme tenso, nervoso, neurótico. O que se vê são relações conflituosas, verborragia histérica e tensão permanente. Não sei por que dizem que o filme é uma comédia dramática. Os personagens de Bradley Cooper e Robert De Niro (filho e pai) sofrem de transtorno bipolar, além de obsessão compulsiva. Falam pelos cotovelos, não têm papas na língua e são agressivos. Os quatro principais atores do elenco, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence (ator e atriz), Robert de Niro e Jacki Weaver (coadjuvantes) foram indicados ao Oscar. Só Lawrence ganhou, merecidamente.
 

 
"Dublê do Diabo" (The Devil's Double) é um filme de 2011 que conta a história verídica de Latif Yahia, que foi obrigado a se tornar dublê de Uday Hussein, filho de Sadam e muito mais louco e sanguinário do que o próprio pai. O roteiro é baseado no livro de Latif. O ator inglês Dominic Cooper faz os dois papéis, do dublê e do filho maluco. Não entendo como não foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por esse filme. O cara é fera. Lembrei de indicar "Dublê do Diabo" aos amigos depois de assistir, recentemente, ao filme "A Volta de Tamara", que tem a presença de Dominic, que dá outro show como um baterista de banda de rock. "Dublê do Diabo" é uma produção belga e tem a direção do neozeolandês Lee Tamahori. Um filmaço. E uma razão a mais para vê-lo é a presença da francesa Ludivine Sagnier, tão ótima atriz quanto linda e sensual.
“Amigos Inseparáveis” (“Stand up Guys”) é bem fraco. Chamou a minha atenção pelo fato de reunir três atores consagrados como Al Pacino, Christopher Walken e Alan Arkin num filme tão medíocre. Não sei se entraram nessa por amizade ao diretor ou por força de contrato, mas acho que por dinheiro não foi, pois já devem estar ricos. Ver um ator como Al Pacino num papel tão ridículo é constrangedor. Aliás, ultimamente Al Pacino só tem feito porcaria.

 
"As Sessões" apresenta uma história real baseada no livro do escritor e poeta Mark O'Brien, que teve poliomielite quando criança e perdeu os movimentos do corpo e passou a viver numa maca. O diretor Ben Lewin, que também tem poliomielite e anda de bengala, não dramatizou a história. Pelo contrário, acrescentou bom humor e tornou o filme leve, agradável de assistir. As conversas do escritor com o padre interpretado por William Macy são impagáveis. A atriz Helen Hunt, que faz a terapeuta sexual, abraça o papel com coragem e, por isso, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante 2013. Não é fácil uma atriz cinquentona encarar várias cenas de sexo, incluindo nu frontal. E mostra que está em forma, inclusive como atriz. Acho também que o ator John Hawkes, que faz o escritor, merecia uma indicação. "As Sessões" é um belo filme, feito com muita sensibilidade.

 
Daniel Craig, que faz o Bond pela terceira vez em "Operação Skyfall", é um bom ator inglês. Mas nunca será um Bond como Sean Connery, Roger Moore ou até mesmo Pierce Brosnan. Craig não é bonito, alto, cínico e nem mesmo elegante e sofisticado, características inerentes ao personagem. Os outros Bond's "pegavam" várias mulheres em cada filme. Em "Skyfall", ele só "pega" uma. Além disso, apanha muito, o que denigre a imagem de Bond. De qualquer forma, "Skyfall" é um bom filme de ação. É o 23º filme da Série James Bond. Tomara que venha mais, mas com um ator com mais carisma e cara de Bond. E mais "pegador"...