sábado, 28 de maio de 2022

 

“UMA VOZ CONTRA O PODER” (“PERCY”), 2020, Estados Unidos, disponível na Netflix, 1h39m, direção de Clark Johnson e roteiro assinado por Garfield L. Miller e Hilary Pryor. Drama de tribunal que relembra um caso jurídico emblemático. Aconteceu no Canadá no início dos anos 90 do século passado. Percy Schmeiser (Christopher Walken), um pequeno agricultor da província de Saskatchewan, foi acusado pela gigante Monsanto Canada Inc. de cultivar em sua fazenda sementes transgênicas sem licença. Ou seja, em vez de comprar de empresas, ele utilizava suas próprias sementes para produzir canola. Com o auxílio da ativista Rebecca Salcau (Christina Ricci), representante de uma importante Ong ambiental, e defendido pelo advogado Jack Weaver (Zach Braff), Percy encarou a briga e mobilizou a mídia durante vários anos. Sua popularidade foi tanta que recebeu inúmeros convites para participar de palestras, entrevistas e discursos contra a engenharia genética de sementes, inclusive em outros países, como a Índia. O caso também gerou um documentário bastante elogiado em 2009, intitulado “David vs. Monsanto”, dirigido por Bertram Verhaag. Uma história e tanto que o longa-metragem recém-lançado pela Netflix não soube aproveitar, apesar da presença marcante do veterano Christopher Walken. O elenco conta ainda com Martin Donovan, Luke Kirby, Roberta Maxwell e Adam Beach. Trocando em miúdos, “Uma Voz Contra o Poder” conta uma história envolvente, mas com pouca emoção.                         

 

 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

 

“438 DIAS” (“438 DAGAR”), 2019, Suécia, 2h4m, disponível na plataforma Amazon Prime, direção de Jesper Ganslandt e roteiro assinado por Peter Birro. A história é baseada em incríveis fatos reais, ou seja, na aventura vivida pelos jornalistas suecos Martin Schibbye e Johan Persson, transformada depois em livro escrito pelos próprios. No dia 27 de junho de 2011, Martin e Johan cruzaram ilegalmente a fronteira da Somália com a Etiópia levados por guerrilheiros rebeldes do grupo ONLF. O objetivo de Martin (jornalista) e de Johan (fotógrafo), interpretados respectivamente por Gustaf Skarsgard e Matias Varela, era realizar uma reportagem sobre a exploração de petróleo na região etíope de Ogaden, onde a petrolífera sueca Lundin Oil, entre outras, estaria afetando, de forma negativa, a vida da população local. Cinco dias depois de ingressar na Etiópia, a dupla de jornalistas acaba capturada por soldados do exército etíope. Levados à capital Adis Abeba, são julgados e condenados como terroristas, já que alguns vídeos mostravam um deles segurando um rifle, dando a entender que ministrava ensinamentos militares - pura mentira, pois os vídeos foram editados. Os jornalistas ficariam presos durante o período que dá nome ao título, ou seja, 438 dias, numa penitenciária onde cada um cuidava de si, já que os guardas só ficavam olhando. O filme acompanha o sofrimento dos jornalistas e os esforços diplomáticos para soltá-los, o que garante muita tensão do começo ao fim. Completam o elenco Faysal Ahmed, Josefin Neldén, Jesper Ganslandt, Philip Zandén, Sivuyile Ngesi, Lena B. Nilsson e Fredrik Skaulan. No desfecho da história, antes dos créditos finais, aparecem em cena os verdadeiros Gustaf e Matias participando de uma entrevista coletiva logo depois de libertados. O filme é muito bom, realista ao extremo e intenso como exigia o contexto. Além disso, propõe reflexões sobre a  liberdade de expressão, senso de justiça e busca da verdade por intermédio do jornalismo. Um filmaço IMPERDÍVEL, assim mesmo, com  letras maiúsculas.                 

 

terça-feira, 24 de maio de 2022

 

“A FAMÍLIA PERFEITA” (“LA FAMILIA PERFECTA”), 2022, Espanha, disponível na plataforma Netflix, 1h50m, direção de Arantxa Echevarria (“Carmen & Lola”), seguindo roteiro elaborado por Olatz Arroyo. Trata-se de uma comédia leve e divertida, utilizando um humor irreverente e bem dosado que em nenhum momento ofende nossa inteligência. Enfim, um ótimo entretenimento, com a vantagem de ter no elenco dois grandes astros do cinema espanhol, Belén Rueda e José Coronado. Vamos à história. Os jovens Pablo (Gonzalo Ramos) e Sara (Carolina Yuste) estão apaixonados e decidem se casar. Antes, porém, resolvem reunir as famílias para se conhecerem. Só que tem um problema: a família de Pablo é muita rica, a mãe Lucía (Rueda) é uma madame das mais destacadas da sociedade de Madrid e o pai Ernesto (Gonzalo de Castro) é um cientista reconhecido internacionalmente. Por outro lado, os pais de Sara moram na periferia, são pobres e sem qualquer verniz social. Amparo (Pepa Aniorte), a mãe, é motorista de ônibus, e o pai Miguel (José Coronado) trabalha como marceneiro. Será que essa união pode dar certo? Alguém terá de ceder, e este alguém é justamente a socialite mãe de Pablo, que vive de nariz empinado e agora será obrigada a conviver com as grossuras da família da futura nora. É desse contexto que saem as situações mais engraçadas do filme, principalmente quando começam os preparativos para o casamento, durante os quais Lucía e Miguel terão um caso. Um dos maiores trunfos do filme é o desempenho de Belén Rueda como madame. A diva do cinema espanhol está sensacional, com a ajuda do veterano Coronado. Como curiosidade, a trilha sonora apresenta dois hinos consagrados da música brasileira: logo na abertura, “Águas de Março”, de Tom Jobim, cantada por Stacey Kent, e, perto do desfecho, “Eu Te Amo”, de Chico Buarque, com Ana Carolina. Ou seja, atrações não faltam para tornar “A Família Perfeita” um filme bastante agradável de assistir.        

 

domingo, 22 de maio de 2022

 

“HÓSPEDE INDESEJADO” (“THE INTRUDER”), 2019, distribuição Netflix, coprodução Estados Unidos/Canadá, 1h42m, direção de Deon Taylor (“A Corrente do Mal”), seguindo roteiro assinado por David Loughery. Fazia algum tempo que eu não via um bom suspense como este. E, melhor, além dos sustos, com uma atuação impressionante do veterano ator Dennis Quaid como o vilão da história, um psicopata de dar medo. Vamos à história. Após fechar um grande negócio em seu escritório, Scott Russell (Michael Ely) compra a casa dos sonhos de sua esposa Annie (Meagan Good) em Napa Valley, a uma hora e meia de São Francisco, onde residem. Ele compra a casa de um solitário viúvo, Charlie Peck, o papel de Dennis Quaid. Charlie decidiu vender a propriedade onde viveu com a mulher e uma filha porque se viu afundado em dívidas. Annie e Scott mudam-se para a bela casa e começam a nova vida cheios de planos, um deles ter filhos. Porém, eles terão de enfrentar sérios problemas com Charlie, que não consegue se desapegar da casa e começa a assediar o casal quase que diariamente. Sua presença frequente, levando presentes e se oferecendo para ajudar em alguns consertos, começa a incomodar Scott. Annie, porém, tem pena do viúvo e o trata bem, abrindo as portas sempre que ele aparece. Um dia, porém, o lado obscuro de Charlie se revela e a partir daí o casal terá de enfrentar os seus piores pesadelos. Completam o elenco Michael Ely, Joseph Sikora, Lili Sepe, Alvina August, Erica Cerra, Kurt Evans, Roxanne Avent e Debs Howard. O clima do filme é de muita tensão, do começo ao fim, graças, principalmente, ao excelente desempenho de Dennis Quaid, tornando “Hóspede Indesejado” um ótimo entretenimento para quem curte um bom suspense e gosta de tomar sustos. Não perca!