terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Mesmo com uma trama inverossímil demais e um personagem que parece ter saído de uma história em quadrinhos – só faltou a fantasia de super-herói – “O CONTADOR” (“The Accountant”), 2015, EUA, funciona muito bem como um filme de suspense e ação, garantindo um ótimo entretenimento. Christian Wolff (Ben Affleck) é o tal personagem. Desenvolveu a Síndrome de Asperger, ou seja, é autista. Filho de pai militar, cresceu aprendendo artes marciais, tornou-se atirador de elite e, para coroar o currículo, se especializou como contador de organizações criminosas, encarregado de lavar o dinheiro ilícito. Quando assumiu a contadoria de uma empresa chamada Living Robotica, dirigida por Lamar Blackburn (John Lithgow), Wolff virou bonzinho, o mocinho do filme, principalmente depois de conhecer Dana Cummings (Anna Kendrick). Só que passou a ser caçado pela Agência Federal norte-americana depois de ter executado várias pessoas em nome de uma vingança. Dirigido por Gavin O’Connor (“Guerreiro” e “Em Busca da Justiça”), com roteiro de Bill Dubuque, o filme conta ainda com a participação de J.K. Simmons, Jon Bernthal e Cythia Addai-Robinson.                                         
 
              
 

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Coincidência trágica, “ATENTADO EM PARIS” (“Bastille Day”), coprodução Inglaterra/França/EUA, estreou nos cinemas franceses um dia antes do atentado de Nice, em julho do ano passado, durante as comemorações do Dia da Bastilha, que resultou na morte de 84 pessoas. O filme foi imediatamente retirado de cartaz e teve o nome mudado para “The Take”. Trata-se de um ótimo filme de ação estrelado pelo brucutu inglês Idris Alba (“Beasts of no Nation”, o primeiro filme produzido pela Netflix). Ele é o agente especial da CIA Sean Briar, recrutado para investigar um atentado terrorista à bomba em Paris, no qual morreram quatro pessoas. Briar descobrirá que o jovem norte-americano Michael Mason (Richard Madden, da série “Game of Thrones”), um habilidoso bateador de carteiras e ladrão de celulares, acabou se envolvendo no crime ao roubar uma sacola de Zoe Naville (Charlotte Le Bon), uma jovem francesa recrutada por nacionalistas radicais que intencionam colocar a culpa nos árabes. Dirigido pelo inglês James Watkins (“A Mulher de Preto”), o filme traz ótimas cenas de ação, principalmente aquela que mostra uma perseguição de tirar o fôlego sobre os telhados da capital francesa. O bom elenco ainda é valorizado pelas presenças de José Garcia e Kelly Reilly. Bom programa para uma sessão da tarde com pipoca.                                        
 
              

 
Representante oficial da Palestina na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, “O ÍDOLO” (“Ya Tayr El Tayer”) conta a história verídica do jovem cantor Mohammed Assaf, que em 2013 saiu de Gaza para vencer o Arab Idol – versão árabe do American Idol – no Cairo Opera House, na capital egípcia. Escrito e dirigido pelo israelense Hany Abu-Assad (dos ótimos “Paradise Now” e “Omar”), o filme pode ser visto em duas partes. A primeira mostra o garoto Assaf (Kaís Attalah) e sua turma querendo montar um grupo musical, sonho desfeito quando Nour, a irmã, fica gravemente doente. Ela sofre de insuficiência renal e precisa de um transplante. Numa das visitas que Assaf faz à irmã no hospital, ela pergunta por que contraiu a doença. Assaf responde que se ela fosse uma criança sueca não ficaria doente dessa forma. “Deve ser por causa das nossas frustrações”. Dá o que pensar. O filme dá um salto para 2012, quando Assaf (agora interpretado por Tawfeek Barhom) trabalha como motorista de táxi. Nessa parte, o diretor Abu-Assad explora a situação de calamidade vivida pela população de Gaza, com imagens de bairros inteiros destruídos pelos ataques de Israel. O desfecho, é claro, reproduz a vitória de Assaf no Arab Idol, com direito a imagens do verdadeiro cantor no dia em que venceu a disputa, tornando-se um grande herói para o povo palestino. Enfim, um filme biográfico e musical com pano de fundo político, com alguns momentos sensíveis e até comoventes, principalmente na primeira fase. Mas está longe de ser um grande filme ou merecedor de um Oscar.