sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

 

“O REFÚGIO” (“THE NEST”), 2020, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 1h47m, coprodução Inglaterra/Canadá, roteiro e direção de Sean Durkin. Prejudicado pela pandemia de Covid, este ótimo drama não obteve sucesso de bilheteria nos cinemas. Começou a ser admirado depois de chegar à plataforma Amazon Prime. Pena não tido maior sucesso de público, pois o filme é excelente. Estamos no início dos anos 80. Rory O’Hara (Jude Law) mora em Nova Iorque com a família, a esposa Allison (Carrie Coon), e os dois filhos, a adolescente Samantha (Oona Roche) e o pequeno Benjamin (Charlie Shotwell). Rory trabalha em um grande escritório e é muito bem sucedido como empreendedor, garimpando novos negócios. Mas Rory é um empreendedor ambicioso e ousado, pretende ir mais longe, ganhar muito dinheiro e ser dono do próprio negócio. Então, apesar dos protestos da esposa, decide mudar para a Inglaterra, pois acredita ter descoberto a mina de ouro em uma nova empresa. Com mania de grandeza e um ego do tamanho de sua ambição, Rory aluga uma mansão vitoriana no campo, longe de Londres, onde funciona seu escritório. Para agradar Allison, reservou um terreno da casa para a construção de um haras. Nas reuniões em que participa com sócios em potencial, Rory costuma destilar mentiras sobre sua riqueza, sua cultura e outros devaneios. Só que o negócio que pretendia alavancar não dá certo e a família começa a passar necessidades. A crise se instaura entre os O’Hara e é nesse ponto que se sobressai a ótima atriz Carrie Coon. Cansada de ver o marido sonhar cada vez mais, Allison assume o comando da situação e até arruma emprego como empregada na fazenda vizinha. Carrie Coon tem uma cena memorável durante o jantar em que o marido destila suas mentiras a um grupo de empresários. Ela entra no meio da discussão e fala toda a verdade que estava entalada na garganta. Um primor de atuação dessa ótima atriz norte-americana que merecia mais atenção de Hollywood. Jude Law também está muito bem no papel no papel de falso empresário rico que vive de aparências. Ainda estão no elenco Anne Reid, Michael Culkin, Andrey Alen, Stuart McQuarrie, Adeel Akhtar e Wendy Crenson. Tanto Carrie quanto Jude Law foram indicados como melhor atriz e ator ao Gothan Awards, prêmio importante do cinema independente. Drama da melhor qualidade. Não perca!                                                                 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

 

“SEBERG CONTRA TODOS” (“SEBERG”), 2019, disponível na plataforma Amazon Prime Video, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, 1h42m, direção do cineasta australiano Benedict Andrews, seguindo roteiro assinado por Joe Shrapnel e Anna Waterhouse. Jean Seberg (1938-1979) foi uma atriz norte-americana de muito sucesso nos anos 60 e 70, principalmente depois que atuou em vários filmes franceses da chamada Nouvelle Vague. Um deles, “Acossado”, com direção de Jean-Luc Godard, a consagrou de vez. “Seberg Contra Todos” aborda alguns anos da biografia da atriz a partir de 1968, ano em que retorna para os Estados Unidos e se envolve na luta pelos direitos civis dos negros. Seberg (Kristen Stewart) começa a contribuir financeiramente com o movimento Panteras Negras e ainda se torna amante do ativista negro Hakim Jamal (Anthony Mackie). Essa relação era secreta, pois ela era casada e ele também, fora o fato de um negro ir para a cama com uma branca era considerado um crime pelos ativistas. John Edgar Hoover, então diretor do FBI, mobilizou seus agentes para monitorar cada passo da atriz nos Estados Unidos. Não satisfeito, Hoover e seus agentes iniciaram uma campanha de difamação de Seberg através dos jornais de fofoca, divulgando seu caso com o ativista negro e denunciando que ela estava grávida dele. Mentira, pois ela estava grávida de um mexicano que conheceu em uma filmagem no México. Pressionada psicologicamente, Seberg não suportou a pressão e tentou o suicídio várias vezes. Ela morreria em 1979, com apenas 41 anos, em circunstâncias bastante suspeitas, não elucidadas até hoje. O filme é muito interessante não apenas pela história da atriz, mas também por ser ambientado em um período dos mais profícuos da história política dos Estados Unidos. Kristen Stewart, que aprendi a admirar já faz algum tempo, tem uma interpretação primorosa, além de estar muito bem caracterizada como Seberg, principalmente com aqueles cabelos loiros curtos, uma marca registrada da jovem atriz. Aliás, a recriação de época, notadamente os figurinos, também é um dos destaques deste ótimo drama biográfico. Ainda estão no elenco Jack O’Connell, Margaret Qualley, Zazie Beetz, Vince Vaughn, Colm Meaney, Yvan Attal e Stephen Root. Simplesmente imperdível!                                                               

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

 

“O HOMEM INVISÍVEL” (“THE INVISIBLE MAN”), 2020, Estados Unidos, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 2h5m, roteiro e direção do australiano Leigh Whannell. Este é o oitavo filme realizado até hoje inspirado no conto clássico homônimo de H.G. Wells – o primeiro foi em 1933. A versão mais recente revelou-se um ótimo suspense, repleto de tensão, aflição e sustos, apresentando como trunfo adicional a excelente atuação da atriz Elisabeth Moss, que não passa um minuto sequer fora de cena do começo ao fim. Ela é Cecília Kass, uma mulher que sofre torturas físicas e psicológicas por parte do violento marido, o cientista milionário Adryan Griffin (Oliver Jackson-Cohen). Numa determinada noite, ela consegue fugir de casa depois de dopar Adryan. Ela vai para casa da irmã Emily (Harriet Dyer), ex-mulher do policial James Lanier (Aldis Hodge). Dominada pelo pânico a ponto de não conseguir sair na rua, Cecília ainda vive o trauma do antigo relacionamento. Até que chega a notícia da morte de Adryan, para alívio de todos. Ainda mais de Cecília, que ainda recebe uma herança milionária. Mas essa alegria durará pouco, pois coisas estranhas começam a acontecer. Ao alegar que algo invisível está atuando para deixá-la apavorada, Cecília é considerada louca e internada em uma clínica psiquiátrica. Mas a “coisa” invisível não a deixará em paz. Até conseguir provar sua versão, Cecília sofrerá um bocado, culminando com uma surpreendente reviravolta no desfecho. Algumas cenas são realmente de arrepiar os pelos da nuca, você esperando, como ela, surgir de repente algum movimento estranho na cozinha, na sala, no banheiro, no quarto. Tudo no maior silêncio. Haja coração! Também estão no elenco Michael Dorman e Harriet Dyer. Filmaço!                                                               

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

 

“O RESGATE – O DIA DA REDENÇÃO” (“REDEMPTION DAY”), 2021, Estados Unidos, disponível na plataforma Netflix, 1h39m, direção do cineasta marroquino Hicham Hajji – é o seu primeiro longa-metragem -, que também assina o roteiro com a colaboração de Sam Chouia e Lemore Syvan. É um filme de ação centrado no fuzileiro naval do exército norte-americano Brad Paxton (Gary Dourdan), condecorado depois de uma missão na Síria. Ele volta para casa e – primeiro clichê - sofre de pesadelos diários, o tal estresse pós-traumático. Sua esposa, Kate Paxton (Serinda Swan), uma renomada arqueóloga, acompanha o sofrimento do marido e promete jamais deixá-lo sozinho. Até o dia em é convidada para chefiar os trabalhos de escavação de uma cidade submersa no deserto de Marrocos, bem ao lado da fronteira com a Argélia. Kate fica em dúvida se vai ou não vai por causa do marido. Ele próprio resolve incentivá-la e ela embarca para Marrocos. No primeiro dia de trabalho, a equipe de Kate ultrapassa sem querer a fronteira com a Argélia e acaba sequestrada por terroristas, que exigem 10 milhões de dólares do governo norte-americano para soltá-la. Não se conhecia até aquele momento o esconderijo dos sequestradores, o que acabou atrasando uma eventual mobilização dos SEAL’S (soldados das forças especiais da Marinha dos EUA). Então o marido-herói resolve entrar em ação, com a ajuda de um ex-companheiro do exército. Eles entram em território argelino e, de uma maneira que só o cinema é capaz de inventar, conseguem descobrir onde estão os sequestradores e a arqueóloga. Se o filme já não é lá muito bom, ficou ainda pior com um desfecho dos mais esquisitos e patéticos, criado para você não entender absolutamente nada. Sem contar com algumas frases de diálogos que beiram o ridículo, tais como “Escute, filho, eu sou seu pai”, diz o pai ao filho herói, ou então “Eu sei que nada disso faz sentido. Vamos nos divertir”, diz o embaixador norte-americano em meio a toda aquela tensão, e ainda “Ora, ora, ora. Vamos começar esta festa!”, exclama o marido-herói antes de invadir o reduto dos sequestradores. Trocando em miúdos, bom mesmo é contar com a competência e a beleza da atriz canadense Serinda Swan, da série “Coronel”, ainda em cartaz na TV a cabo. Impressionante a semelhança física de Serinda com a atriz australiana Ruby Rose. Parecem irmãs gêmeas, com uma diferença fundamental: Serinda é mais feminina e Ruby mais machona, assumidamente lésbica. Em todo caso, as duas são muito bonitas. Ainda estão no elenco Andy Garcia, Samy Naceri, Erny Hudson, Brice Bexter e Martin Donovan. Entre os prós e contras, fique com os “prós” por causa de algumas boas cenas de ação e, claro, por causa de Serinda. Pode registrar como "contras" todo o resto.                                                               

domingo, 16 de janeiro de 2022

 

“211: O GRANDE ASSALTO” (“211”), 2018, coprodução Estados Unidos/Bulgária, 1h30m, disponível na plataforma Netflix, filme de estreia no roteiro e direção do jovem cineasta York Alec Shackleton. A história é inspirada em fatos reais ocorridos em 1997 no bairro de North Hollywood, em Los Angeles, ou seja, um intenso e prolongado tiroteio entre assaltantes de banco e policiais, incluindo a SWAT, com muitos mortos e feridos. Só para esclarecer: o 211 do título refere-se ao número do código utilizado pela polícia da Califórnia para comunicar que há um assalto em andamento. Não sei se faz parte dos eventos reais, mas o filme começa no Afeganistão, onde um grupo de mercenários, ex-soldados das forças especiais do exército norte-americano, promove uma matança para cobrar uma dívida de um importante empresário para o qual prestavam serviços de segurança. Não conseguiram receber o dinheiro, mas obtiveram a informação de que havia uma grande quantia em um banco na cidade (fictícia) de Chesterford (Massachusetts) na conta do tal empresário. Dias depois, já em Chesterford, o policial Mike Chandler (Nicolas Cage), prestes a se aposentar, está fazendo uma ronda rotineira com seu parceiro e genro Steve MacAvoy (Dwayne Cameron). Além dos dois, está no banco traseiro o adolescente Kenny (Michael Rainey), que se envolveu em um incidente na escola e agora, como punição, é obrigado a acompanhar de perto o trabalho da polícia (só nos EUA mesmo). Só que a patrulha não será muito calma, pois daqui a pouco acontecerá uma grande explosão numa cafetaria e logo em seguida um assalto ao principal banco local por um grupo de homens fortemente armados. Não se pode negar que, como filme de ação, “211” funciona perfeitamente, pois não há economia de tiros, explosões, mortes, tensão, muito sangue jorrando e, claro, muito ação, em um ritmo alucinante. Com uma vantagem adicional: Nicolas Cage está menos canastrão como de costume. Também estão no elenco Alexandra Dinu, Sophie Skelton, Amanda Cerny, Velizar Binev, Ori Pfeffer, Cory Hardrict, Mark Basnight, Michael Belisario e Weston Cage Coppola, este último filho de Nicolas Cage na vida real. Trocando em miúdos, trata-se de um ótimo entretenimento, principalmente para o público fã de filmes de ação. Sai da frente que aí vem bala!