“A
GAROTA NA NÉVOA” (“LA RAGAZZA NELLA NEBBIA”), 2017, Itália, estreia
no roteiro e direção de Donato Carrisi, um escritor italiano de romances
policiais de grande sucesso. Ele mesmo adaptou para o cinema o livro que
escreveu e que leva o título original. Trata-se de um suspense policial
centrado no desaparecimento misterioso da jovem Anna Lou (Ekaterina Buscemi), moradora
num vilarejo localizado nos Alpes Italianos. O inspetor Vogel (Toni Servillo) é
encarregado de investigar o caso, formando uma grande equipe de detetives. Durante
as investigações, surge um suspeito: o professor Loris Martin (Alessio Boni),
que é detido e logo considerado culpado. O caso chega ao conhecimento da
imprensa, que envia várias equipes ao vilarejo, transformando o sumiço de Anna
Lou no grande assunto dos noticiários italianos. Até chegar ao desfecho, numa
surpreendente reviravolta, o filme segue num ótimo suspense, ficando o espectador
no aguardo de uma situação esclarecedora. Porém,
não é isso que acontece. Não há respostas claras sobre o verdadeiro responsável
pelo sequestro e suas razões, culminando com um final confuso, sem uma explicação
razoável. A crítica especializada não economizou elogios, mas eu não gostei. A
começar pelo desempenho de Toni Servillo (“A Grande Beleza”), atuando no piloto
automático, sempre com olhar de “peixe morto”, parecendo dopado. O elenco conta
ainda com o ator francês Jean Reno, Lucrezia Guidone e Greta Scacchi (irreconhecível).
Numa das cenas mais importantes do filme, perto do desfecho, o fundo musical é
de Beth Carvalho cantando “Dança da Solidão”. Não entendi a intenção do diretor
ao acrescentar esse número musical que nada tem a ver com a história. De
qualquer forma, o filme foi um grande sucesso de bilheteria na Itália. Se
quiser arriscar, fique à vontade.
sábado, 1 de dezembro de 2018
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
“NASCE UMA ESTRELA” (“A Star is Born”), 2018, EUA, 2h16, marca a estreia na direção do ator Bradley Cooper, que também atua como um dos protagonistas principais. Trata-se da quarta versão da história: a primeira em 1937, escrita pelos roteiristas William A. Wellman e Robert Carson; a segunda, em 1954; e a terceira em 1977, com Barbra Streisand e Kris Kristofferson. Na versão de 2018, a grande surpresa é o excelente desempenho da cantora Lady Gaga (seu nome verdadeiro é Stefani Joanne Angelina Germanotta). Ela atua de “cara lavada” quase o filme inteiro, demonstrando um talento surpreendente também como atriz. Além disso, ela também é responsável pela autoria de todas as canções do filme. O filme conta a história do astro do rock Jackson Maine (Cooper), que numa noite, após um de seus shows, vai a uma boate e se entusiasma com uma cantora chamada Ally (Gaga) interpretando “La Vie en Rose”. Ele vai procurá-la no camarim, conversam e acabam, claro, se apaixonando. A partir daí, o enredo segue adiante como todo mundo conhece: ela acaba se transformando numa grande estrela da música e ele, em franca decadência, aumenta o consumo de bebida e de drogas. Resumo da ópera: o filme é um drama musical romântico que se destaca pelos ótimos números musicais e pelo desempenho de Gaga e Bradley como o par romântico da história. Certamente será um dos indicados ao Oscar 2019, com boas chances para Melhor Trilha Sonora, Música ("Shallow"), Melhor Atriz, Melhor Ator e, quem sabe, Melhor Diretor. Não sou muito fã de musicais, mas achei este bem interessante e muito bem realizado.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
“REFÉM
DO JOGO” (“Final Score”), 2018, Inglaterra, direção de Scott Mann
(O Sequestro do Ônibus 657”). É um filme de ação ambientado dentro do Upton
Park Stadium, em Londres, onde as equipes do West Ham e Dínamo Moscou decidiriam
uma das vagas para a finalíssima da Liga Europa. O jogo é à noite, o estádio
lotado (35 mil pessoas), tudo em clima de festa. Só que nos bastidores a
história era outra. Um grupo de terroristas dissidentes russos ocuparam a
cabine de comando do complexo esportivo, fecharam todos os acessos e saídas,
além de implantar várias bombas num dos setores mais importantes do estádio. O
objetivo dos terroristas é identificar, entre os torcedores do Dínamo, o líder
revolucionário russo Dimitri (Pierce Brosnan) e sequestrá-lo. Quem tentará
impedir esta ação é o ex-soldado do exército norte-americano Michael Knox (Dave
Bautista). Ele enfrentará sozinho os terroristas, apanhará muito e, ao estilo
Bruce Willis de “Duro de Matar”, sobreviverá todo arrebentado. É o quarto filme
do grandalhão Dave Bautista, um ex-lutador de MMA. Antes, havia participado de “007
Contra Spectre”, “Guardiões da Galáxia e “Blade Runner 2049”. Embora o material
promocional do filme dê destaque à participação do ator Pierce Brosnan, ele
aparece pouco e sem nenhum brilho. Enfim, trata-se de um bom filme de ação num
ritmo alucinante, com cenas espetaculares de luta e perseguições no telhado do
estádio e muito suspense. Ótimo entretenimento, sem exigir muito dos neurônios
do espectador.
domingo, 25 de novembro de 2018
“CORO”
(“CHORUS”), 2015, Canadá, 1h36, escrito e dirigido por François
Delisle. Filmado em preto e branco e falado em francês, “Coro” é um drama
bastante pesado, beirando o limite do depressivo. Dez anos depois de ter desaparecido misteriosamente, o
corpo de Hugo, um garoto de oito anos, foi descoberto enterrado numa zona
rural. Irene (Fanny Mallette), a mãe, é avisada. Ela entra em contato com Christophe
(Sébastian Ricard), ex-marido e pai do menino, que agora mora no México. Ela
pede a ele que venha com urgência para ajudá-la a enfrentar a situação:
depoimentos à polícia, reconhecimento dos objetos do filho, velório, enterro etc. Ao se
reencontrarem, após cerca de dez anos separados, Irene e Christophe engatam uma
possibilidade de reconciliação. Antes, porém, terão que enfrentar situações
bastante desagradáveis, tais como assistir ao vídeo no qual o pedófilo Jean-Pierre
Blake (Luc Senay) confessa o crime e o descreve em detalhes dos mais
escabrosos. Eu gostei do filme. Achei muito bem feito, uma fotografia em preto
e branco muito bonita e um elenco de primeira, destaque para os dois protagonistas
principais e a presença marcante da veterana atriz canadense Genevíève Bujold, que
chegou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1969 por “Ana dos Mil Dias”,
quando interpretou magistralmente Ana Bolena, a segunda esposa do rei inglês
Henrique VIII. Foi ótimo revê-la na telinha.
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