sábado, 1 de dezembro de 2018


“A GAROTA NA NÉVOA” (“LA RAGAZZA NELLA NEBBIA”), 2017, Itália, estreia no roteiro e direção de Donato Carrisi, um escritor italiano de romances policiais de grande sucesso. Ele mesmo adaptou para o cinema o livro que escreveu e que leva o título original. Trata-se de um suspense policial centrado no desaparecimento misterioso da jovem Anna Lou (Ekaterina Buscemi), moradora num vilarejo localizado nos Alpes Italianos. O inspetor Vogel (Toni Servillo) é encarregado de investigar o caso, formando uma grande equipe de detetives. Durante as investigações, surge um suspeito: o professor Loris Martin (Alessio Boni), que é detido e logo considerado culpado. O caso chega ao conhecimento da imprensa, que envia várias equipes ao vilarejo, transformando o sumiço de Anna Lou no grande assunto dos noticiários italianos. Até chegar ao desfecho, numa surpreendente reviravolta, o filme segue num ótimo suspense, ficando o espectador no aguardo de uma situação esclarecedora.   Porém, não é isso que acontece. Não há respostas claras sobre o verdadeiro responsável pelo sequestro e suas razões, culminando com um final confuso, sem uma explicação razoável. A crítica especializada não economizou elogios, mas eu não gostei. A começar pelo desempenho de Toni Servillo (“A Grande Beleza”), atuando no piloto automático, sempre com olhar de “peixe morto”, parecendo dopado. O elenco conta ainda com o ator francês Jean Reno, Lucrezia Guidone e Greta Scacchi (irreconhecível). Numa das cenas mais importantes do filme, perto do desfecho, o fundo musical é de Beth Carvalho cantando “Dança da Solidão”. Não entendi a intenção do diretor ao acrescentar esse número musical que nada tem a ver com a história. De qualquer forma, o filme foi um grande sucesso de bilheteria na Itália. Se quiser arriscar, fique à vontade.    

quarta-feira, 28 de novembro de 2018


“NASCE UMA ESTRELA” (“A Star is Born”), 2018, EUA, 2h16, marca a estreia na direção do ator Bradley Cooper, que também atua como um dos protagonistas principais. Trata-se da quarta versão da história: a primeira em 1937, escrita pelos roteiristas William A. Wellman e Robert Carson; a segunda, em 1954; e a terceira em 1977, com Barbra Streisand e Kris Kristofferson. Na versão de 2018, a grande surpresa é o excelente desempenho da cantora Lady Gaga (seu nome verdadeiro é Stefani Joanne Angelina Germanotta). Ela atua de “cara lavada” quase o filme inteiro, demonstrando um talento surpreendente também como atriz. Além disso, ela também é responsável pela autoria de todas as canções do filme. O filme conta a história do astro do rock Jackson Maine (Cooper), que numa noite, após um de seus shows, vai a uma boate e se entusiasma com uma cantora chamada Ally (Gaga) interpretando “La Vie en Rose”. Ele vai procurá-la no camarim, conversam e acabam, claro, se apaixonando. A partir daí, o enredo segue adiante como todo mundo conhece: ela acaba se transformando numa grande estrela da música e ele, em franca decadência, aumenta o consumo de bebida e de drogas. Resumo da ópera: o filme é um drama musical romântico que se destaca pelos ótimos números musicais e pelo desempenho de Gaga e Bradley como o par romântico da história. Certamente será um dos indicados ao Oscar 2019, com boas chances para Melhor Trilha Sonora, Música ("Shallow"), Melhor Atriz, Melhor Ator e, quem sabe, Melhor Diretor. Não sou muito fã de musicais, mas achei este bem interessante e muito bem realizado.   

segunda-feira, 26 de novembro de 2018


“REFÉM DO JOGO” (“Final Score”), 2018, Inglaterra, direção de Scott Mann (O Sequestro do Ônibus 657”). É um filme de ação ambientado dentro do Upton Park Stadium, em Londres, onde as equipes do West Ham e Dínamo Moscou decidiriam uma das vagas para a finalíssima da Liga Europa. O jogo é à noite, o estádio lotado (35 mil pessoas), tudo em clima de festa. Só que nos bastidores a história era outra. Um grupo de terroristas dissidentes russos ocuparam a cabine de comando do complexo esportivo, fecharam todos os acessos e saídas, além de implantar várias bombas num dos setores mais importantes do estádio. O objetivo dos terroristas é identificar, entre os torcedores do Dínamo, o líder revolucionário russo Dimitri (Pierce Brosnan) e sequestrá-lo. Quem tentará impedir esta ação é o ex-soldado do exército norte-americano Michael Knox (Dave Bautista). Ele enfrentará sozinho os terroristas, apanhará muito e, ao estilo Bruce Willis de “Duro de Matar”, sobreviverá todo arrebentado. É o quarto filme do grandalhão Dave Bautista, um ex-lutador de MMA. Antes, havia participado de “007 Contra Spectre”, “Guardiões da Galáxia e “Blade Runner 2049”. Embora o material promocional do filme dê destaque à participação do ator Pierce Brosnan, ele aparece pouco e sem nenhum brilho. Enfim, trata-se de um bom filme de ação num ritmo alucinante, com cenas espetaculares de luta e perseguições no telhado do estádio e muito suspense. Ótimo entretenimento, sem exigir muito dos neurônios do espectador.   

domingo, 25 de novembro de 2018


“CORO” (“CHORUS”), 2015, Canadá, 1h36, escrito e dirigido por François Delisle. Filmado em preto e branco e falado em francês, “Coro” é um drama bastante pesado, beirando o limite do depressivo. Dez anos depois de ter desaparecido misteriosamente, o corpo de Hugo, um garoto de oito anos, foi descoberto enterrado numa zona rural. Irene (Fanny Mallette), a mãe, é avisada. Ela entra em contato com Christophe (Sébastian Ricard), ex-marido e pai do menino, que agora mora no México. Ela pede a ele que venha com urgência para ajudá-la a enfrentar a situação: depoimentos à polícia, reconhecimento dos objetos do filho, velório, enterro etc. Ao se reencontrarem, após cerca de dez anos separados, Irene e Christophe engatam uma possibilidade de reconciliação. Antes, porém, terão que enfrentar situações bastante desagradáveis, tais como assistir ao vídeo no qual o pedófilo Jean-Pierre Blake (Luc Senay) confessa o crime e o descreve em detalhes dos mais escabrosos. Eu gostei do filme. Achei muito bem feito, uma fotografia em preto e branco muito bonita e um elenco de primeira, destaque para os dois protagonistas principais e a presença marcante da veterana atriz canadense Genevíève Bujold, que chegou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1969 por “Ana dos Mil Dias”, quando interpretou magistralmente Ana Bolena, a segunda esposa do rei inglês Henrique VIII. Foi ótimo revê-la na telinha.