“MILLENNIUM:
A GAROTA NA TEIA DE ARANHA” (“THE GIRL IN THE SPIDER’S WEB: A NEW DRAGON TATTOO
STORY”), 2018, EUA, 1h57m, roteiro e direção do uruguaio Fede
Alvarez. Trata-se da quarta adaptação para o cinema da série Millennium, na
minha opinião a melhor de todas. A hacker
profissional Lisbeth Salander, agora interpretada pela atriz inglesa Claire Foy (a esposa de Neil Armstrong em "O Primeiro Homem"),
é contratada para recuperar um programa de computador intitulado “Firefall”,
que dá ao seu usuário acesso ilimitado a um imenso arsenal bélico. O programa
está em poder do governo norte-americano, mas há outros interessados em se
apoderar dele, inclusive um grupo aliado à máfia russa chamado “Aranhas”. O
filme foi rodado em locações de Estocolmo e redondezas durante o rigoroso
inverno típico dos países nórdicos. As ótimas cenas de ação foram filmadas
nesses ambientes. Aliás, o filme tem muita ação, perseguições, tiros e
pancadaria, num ritmo bastante frenético. Além de Foy, ótima no papel da
anti-heroína, estão no elenco Stephen Merchant, Suerrir Gunadson, Sylvia Hoeks,
Lakeita Stanfield e a diva sueca Synnøve Macody Lund. Enfim, um filmaço para
quem gosta de filmes de ação. Como informação adicional, lembro que a trilogia
Millennium foi iniciada com “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, em 2008,
obtendo um grande sucesso mundial de vendas (o livro) e de bilheteria (o
filme). Com a morte repentina do autor da série, o jornalista sueco Stieg Larsson,
a Editora Norstedts contratou o escritor David Lagercrantz para dar sequência à
franquia. Em 2015, seria lançado o livro “Millennium: A Garota na Teia de
Aranha” (“Det Som Inte Dödar Oss”), adaptado para o cinema dois anos depois
pelo diretor Fede Alvarez.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
“A
AMANTE” (“INHEBBEK HEDI”), 2016, Tunísia/Bélgica/França, 88 minutos,
primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Mohamed Ben Attia (o segundo é
de 2018, “Meu Querido Filho”) e produzido pelos belgas Luc e Jean-Pierre
Dardenne, conhecidos como os irmãos Dardenne, conceituados diretores de cinema.
Um aval e tanto para esta produção do cinema tunisiano. A história é centrada
no jovem Hedi (Majd Mastoura), de 25 anos, um sujeito tímido, inseguro e
completamente dominado pela mãe autoritária Baya (Sabah Bouzouita). Ele sente
um ciúme doentio do irmão mais velho Ahmed (Hakim Boumessoudi), que vive em
Paris e cuja esposa não se dá com sua mãe. Como é comum nos países árabes, as
famílias muçulmanas escolhem os parceiros para seus filhos. Baya escolhe a bela
e doce Khedija (Omnia Ben Ghali), de uma família tradicional da cidade, para
casar com Hedi. Mas ele não se entusiasma muito, mas aceita calado, quase mudo.
Até o dia em que seu chefe na concessionária Peugeot, onde trabalha como
vendedor, o envia a outra cidade, Mahdi, para prospectar novos clientes. No
hotel onde está hospedado, à beira-mar, ele conhece a fogosa Rim (Rym Ben Messaoud),
cinco anos mais velha, e inicia um romance proibido. Mais paixão do que amor,
na verdade. Hedi muda seu comportamento da água para o vinho, torna-se mais
falante e alegre. Até o desfecho da história, Hedi terá de decidir se casa com Khedija
ou foge do casamento para ficar com Rim. Além da história em si, o filme
explora com sensibilidade as tradições familiares dos tunisianos, o que o torna
ainda mais interessante. “A Amante” foi exibido por aqui na programação da 40ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016. No mesmo ano, recebeu
dois prêmios no Festival de Berlim: Melhor Filme de Estreia e Melhor Ator (Majd
Mastoura). Vale a pena conferir!
domingo, 24 de fevereiro de 2019
“UMA
NOITE DE 12 ANOS” (“La Noche de 12 Años”), 2018, Uruguai, 2h3m,
escrito e dirigido por Álvaro Brechner. Selecionado para representar o Uruguai
na disputa do Oscar 2019 de Melhor Filme Estrangeiro, “Uma Noite de 12 Anos” acompanha a prisão, o suplício e o sofrimento de três militantes do grupo guerrilheiro Tupamaros presos pela
ditadura militar uruguaia em 1973: Alfonso Torti (Eleutério Fernández Huidobro),
Maurício Rosencof (Chino Darín, filho do também ator argentino Ricardo Darín) e
José Mujica (Antonio de La Torre) – este último seria eleito presidente do
Uruguai em 2009. Ao lado de outros companheiros do Tupamaros, Mujica, Rosencof
e Torti foram mantidos em prisões das mais precárias até 1985, quando o o país
voltou a ser democrático. Os prisioneiros eram transferidos constantemente de
locais, provavelmente quartéis, encapuzados e proibidos de se comunicar uns com
os outros. Para diversão dos soldados, eram submetidos a violentas torturas. Um
martírio que parecia não ter fim e cuja sobrevivência era encarada com uma
grande vitória. O diretor Brechner conseguiu transmitir de forma bastante
realista o clima claustrofóbico das prisões e o isolamento que chegou a levar alguns
prisioneiros à loucura. Enfim, um filme muito pesado, a quilômetros de distância
de um entretenimento agradável. Pelo contexto da história, não poderia ter sido
feito de outra maneira. Além da ótima atuação do trio de protagonistas
principais, destaco a participação, embora pequena, da grande atriz argentina
Soledad Villamill, do espetacular “O Segredo dos Seus Olhos”, que interpreta
uma psiquiatra que servia ao regime militar uruguaio. Destaco ainda a fabulosa interpretação
da música “The Sound of Silence” (hino da dupla Simon & Garfunkel) pela
cantora Sílvia Perez Cruz – de arrepiar! Resumo da ópera: o filme é excelente e merece ser visto por quem gosta de cinema de qualidade.
Assinar:
Postagens (Atom)