“UMA
NOITE DE 12 ANOS” (“La Noche de 12 Años”), 2018, Uruguai, 2h3m,
escrito e dirigido por Álvaro Brechner. Selecionado para representar o Uruguai
na disputa do Oscar 2019 de Melhor Filme Estrangeiro, “Uma Noite de 12 Anos” acompanha a prisão, o suplício e o sofrimento de três militantes do grupo guerrilheiro Tupamaros presos pela
ditadura militar uruguaia em 1973: Alfonso Torti (Eleutério Fernández Huidobro),
Maurício Rosencof (Chino Darín, filho do também ator argentino Ricardo Darín) e
José Mujica (Antonio de La Torre) – este último seria eleito presidente do
Uruguai em 2009. Ao lado de outros companheiros do Tupamaros, Mujica, Rosencof
e Torti foram mantidos em prisões das mais precárias até 1985, quando o o país
voltou a ser democrático. Os prisioneiros eram transferidos constantemente de
locais, provavelmente quartéis, encapuzados e proibidos de se comunicar uns com
os outros. Para diversão dos soldados, eram submetidos a violentas torturas. Um
martírio que parecia não ter fim e cuja sobrevivência era encarada com uma
grande vitória. O diretor Brechner conseguiu transmitir de forma bastante
realista o clima claustrofóbico das prisões e o isolamento que chegou a levar alguns
prisioneiros à loucura. Enfim, um filme muito pesado, a quilômetros de distância
de um entretenimento agradável. Pelo contexto da história, não poderia ter sido
feito de outra maneira. Além da ótima atuação do trio de protagonistas
principais, destaco a participação, embora pequena, da grande atriz argentina
Soledad Villamill, do espetacular “O Segredo dos Seus Olhos”, que interpreta
uma psiquiatra que servia ao regime militar uruguaio. Destaco ainda a fabulosa interpretação
da música “The Sound of Silence” (hino da dupla Simon & Garfunkel) pela
cantora Sílvia Perez Cruz – de arrepiar! Resumo da ópera: o filme é excelente e merece ser visto por quem gosta de cinema de qualidade.
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