sábado, 1 de março de 2025

“PRESSÃO MÁXIMA” (“CESTA DO TMY”), 2023, República Tcheca, 1h20m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Jirí Svoboda. A história é baseada no livro “The Little Girl”, de Martin Goffa. Começa quando um homem invade um banco de arma na mão e faz vários reféns, entre eles duas crianças e o ministro das Relações Exteriores do país. Aparentemente sua intenção é assaltar o banco. Mas aos poucos o espectador ficará sabendo quem é ele e os motivos que o levaram a esta atitude tresloucada. A polícia e a tropa de elite logo chegam e cercam o quarteirão. Enquanto o suspense rola solto dentro do banco, o sujeito ameaçando matar um e outro, o roteiro dá espaço para vários flashbacks que explicam o seu surto de violência. O espectador fica sabendo que o homem é um renomado cientista, cuja filha adolescente acabara de morrer de overdose de drogas. Vladimir (Matej Hádek) culpa o sistema judiciário do país por abrandar as penas dos traficantes – como acontece com a maioria dos países ocidentais (aqui, nem se fala). Resumindo, Vladimir, com sua atitude, quer chamar a atenção das autoridades e dos legisladores. A polícia tenta negociar a soltura dos reféns e, para isso, recruta uma ex-namorada de Vladimir. O clima de tensão segue firme até o desfecho, consagrando um filme acima da média. Concluindo, é impossível não se sensibilizar com a situação de Vladimir, principalmente quem é pai nos dias de hoje.                

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

“O LUTADOR DE AUSCHWITZ” (“MISTRZ”), 2022, Polônia, 1h31m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Maciej Barczewski. A história é baseada em fatos reais. O personagem principal é Tadeusz Pietrzykowski (1917-1991), soldado polonês preso pelos alemães na invasão da Polônia. Em 1940, ele e outros prisioneiros, em sua maioria judeus, foram os primeiros a chegar ao recém-inaugurado campo de concentração de Auschwitz, em 1940. Antes de ingressar no exército, Pietrzykowski era um campeão de boxe da categoria peso-galo (entre 57 e 61 quilos). Para entreter os soldados alemães no campo de concentração e conseguir rações alimentares adicionais, as quais dividia com os outros presos, “Teddy” começou a participar de algumas lutas, primeiro contra prisioneiros, depois contra soldados alemães. Não perdeu nenhuma, embora tenha lutado com oponentes de maior peso, como foi o caso do peso-pesado alemão Schally Hottenbach, ”O Martelada”, também nocauteado pelo polonês. O filme não se concentra apenas no boxeador e nas suas lutas. As cenas de maior impacto são aquelas que mostram o tratamento cruel dado aos prisioneiros, as torturas às quais eram submetidos e os assassinatos a sangue frio. As mais chocantes são aquelas que mostram as filas formadas por homens, mulheres e crianças para ingressarem nos chamados “recintos de banho”, quando na verdade caminhavam para a morte por gás. Enfim, “O Lutador de Auschwitz” é um filme obrigatório, embora muito triste e impactante. Mas faz parte de um capítulo negro da história mundial e que, por isso mesmo, deve ser visto.              

 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

“PISCINA INFINITA” (“INFINITY POOL”), 2023, coprodução Canadá/Hungria/França, 1h58m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Brandon Cronenberg (filho do renomado e polêmico cineasta canadense David Cronenberg). Alerto de cara, trata-se de um filme de terror maluco, indigesto, sem pé e cabeça, tronco e membros. Um casal viaja de férias para uma ilha (fictícia) chamada La Tolqa. Ele é James Foster (Alexander Skarsgard), um escritor em crise de criatividade com apenas um livro publicado. Ela é Ern Foster (Cleopatra Coleman), de família rica e, aparentemente, a fonte de dinheiro que sustenta o casal. Eles se hospedam num resort e conhecem outro casal, Gabi Bauer (Mia Goth) e Alban Bauer (Jalil Lespert). Segundo as regras estabelecidas pelo governo da ilha, os turistas hospedados no resort não podem sair de suas imediações. Os dois casais, porém, alugam um carro e resolvem sair escondidos para conhecer melhor os lugares naturais da ilha. Na volta, à noite, o veículo atropela um homem na estrada. Como Foster é quem dirigia, ele é preso e condenado à morte, a não ser que pague para que seja criado um clone para morrer no seu lugar. Aí começa toda a loucura na telinha, todo mundo cheirando a fumaça de uma erva alucinógena. O diretor deve ter cheirado também, pois o filme se transforma num caleidoscópio psicodélico, com imagens de entortar os olhos. Ou seja, nada compreensíveis. Como curiosidade, descobri que as filmagens foram realizadas no resort Amadria Park, em Sibenik, Croácia, e em locações da Hungria. Para resumir o que é esse filme separei dois comentários de críticos profissionais. Michael O’Sullivan, do The Washington Post: “Um enredo de revirar os olhos. Brandon, o diretor, herdou alguns dos piores excessos do pai: violência fetichista e sexualização gratuita”. David Rooney, do The Hollywood Reporter: “Filme carece de substância e tem enredo bobo, superficial, frio e úmido”. Modestamente, como cinéfilo amador, também resolvi colocar minha colher nesse angu: “O filme é ridículo, realizado única e exclusivamente para causar polêmica. Enfim, um filme totalmente dispensável”.