sábado, 14 de julho de 2018


“UM PERFIL PARA DOIS” (“UN PROFIL POUR DEUX”), 2017, França, é daquelas comédias românticas agradáveis de assistir, engraçada e sem qualquer compromisso com o intelecto. O filme foi escrito e dirigido por Stéphane Robelin – o mesmo roteirista e diretor do ótimo “E Se Vivêssemos Todos Juntos” (2011). Desta vez, Robelin explora, de forma bem-humorada, o tema da solidão na velhice e os conflitos familiares. Beirando os 80 anos, Pierre (Pierre Richard) não sai de casa há dois anos, desde que sua esposa Madeleine faleceu. Preocupadas com a situação, sua filha Sylvie (Stéphane Bissot) e a neta Juliette (Stéphanie Crayencour) resolvem recrutar o jovem Alex (Yannis Lespert) para ensinar Pierre a mexer no computador e navegar pelo mundo da Internet. Quem sabe assim Pierre sai da toca, pelo menos virtualmente. Só que tem um detalhe: Sylvie e Juliette não revelam que Alex é namorado da sua neta, já que Pierre gostava muito do seu antigo namorado e não gostaria de vê-la com outro. Com o decorrer das aulas, Pierre acaba se entusiasmando por um site de relacionamentos, através do qual conhece Flora (Fanny Valette), uma bela jovem que mora em Bruxelas (Bélgica). Pierre usa sua verve de galanteador e conquista a simpatia de Flora, que pede a sua foto. Imaginando que Flora não se contentará com um velho, Pierre envia a foto de Alex. Pronto, começa a confusão, principalmente quando Flora decide ir para Paris encontrar com Pierre, aliás, Alex. Exibido por aqui na programação do Festival Varilux de Cinema Francês, em 2017, o filme é muito divertido, ideal para esquecer, nem que seja por 1h39, as agruras do nosso dia-a-dia. Não perca!                            

sexta-feira, 13 de julho de 2018


“BEIRUTE – O RESGATE” (“BEIRUT”), EUA, 2018, direção de Brad Anderson, com história assinada pelo aclamado roteirista Tony Gilroy, responsável por filmes de ação como os quatro da saga Bourne. “Beirute” dificilmente será exibido por aqui no circuito comercial, já que é uma produção da Netflix, tendo estreado na programação televisiva mundial no dia 15 de junho de 2018. Uma pena, pois é um bom filme de ação. Mason Skiles (Jon Hamm, da série “Mad Men”) trabalhava como diplomata em Beirute (Líbano) no início da década de 70. Tinha um casamento feliz com Nadia (Leïla Bekht) e morava numa bela casa, onde organizava recepções sociais das mais concorridas. Numa delas, porém, aconteceria uma tragédia: militantes da Milícia de Libertação Islâmica invadiram a casa com o objetivo de sequestrar Karim, um jovem libanês que morava com Skiles e que era tratado como filho. Ninguém sabia, porém, que o menino era irmão de um terrorista, fato que teria consequências futuras na história. Durante a invasão, uma troca de tiros ocasionaria a morte de Nadia. Transtornado com a tragédia, Skiles deixa Beirute e volta para os Estados Unidos. Dez anos depois, a CIA o procura e pede sua ajuda para libertar o agente Cal Riley (Mark Pellegrino), sequestrado por uma organização terrorista. Skiles volta para o Líbano em companhia da agente Sandy Crowder (Rosamund Pike), encarregada de chefiar a missão de resgate do agente Riley. Destaque especial para a atriz inglesa Rosamund Pike, que se especializou nesse gênero de filme, desde “Jack Reacher: O Último Tiro”, onde contracenou com Tom Cruise, e o recente “7 Dias em Entebbe“. Bom lembrar também que Pike já havia sido indicado ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme “Garota Exemplar”, de 2014. Com muito suspense, uma boa história e ótimas sequências de ação, “Beirute” é um entretenimento dos melhores.                          

segunda-feira, 9 de julho de 2018


    O drama italiano “THE PLACE”, 2017, escrito e dirigido por Paolo Genovese (“Uma Famiglia Perfetta”), é uma adaptação da série televisiva norte-americana “The Booth at the End”, exibida durante 2011. É uma história bastante fantasiosa, inverossímel demais. The Place é um restaurante. Numa das mesas lá no fundo, um homem misterioso (Valério Mastandrea) recebe algumas pessoas, ouve seus problemas, dá conselhos e pede que revelem os seus desejos, o que fica parecendo mais um consultório de psicanalista. Até aí tudo bem, mas só que ele diz poder atender aos desejos dessas pessoas desde que elas façam o que ele ordenar. Por exemplo, uma freira tem o desejo de reencontrar Jesus, só que, para isso, terá que perder a virgindade. Outro “paciente” é um policial, que deseja encontrar o dinheiro de um roubo. Para isso, terá que espancar alguém. Uma senhora pede a cura de seu marido, que está com Alzheimer. O homem recomenda que ela coloque uma bomba num restaurante. E por aí vai essa história bem maluca, mas até que assistível, pelo menos para ver o que vai acontecer no desfecho. Como já deu para perceber, não é um filme muito fácil de assistir, mas até que a proposta é interessante. Acho que vale a pena arriscar. Eu não me arrependi de ter arriscado.                            

    domingo, 8 de julho de 2018


    Nos anos 60 e 70, o ator norte-americano Burt Reynolds era idolatrado como galã e por sua atuação em filmes como “Amargo Pesadelo” e “Agarre-me se Puderes”. Tantos anos depois, Reynolds volta – aos 82 anos, velho e alquebrado – à telinha como o astro principal do drama “O ÚLTIMO ASTRO DO CINEMA” (“The Last Movie Star”), 2018, EUA, roteiro e direção de Adam Rifkin. Ele interpreta Vic Edwards, um antigo ator de grande sucesso em Hollywood, mas que hoje está quase esquecido e sem dinheiro. É como se fosse o próprio Burt Reynolds - não sei se o "sem dinheiro" pode ser aplicado ao astro. Vic mora em Los Angeles e recebe um convite para ser homenageado no International Nashville Filme Festival, em Nashville, a capital do Estado de Tenesse. Para enfatizar a importância do tal festival, os organizadores mencionam no convite que Robert De Niro e Clint Eastwood já tinham sido homenageados no evento. Com o incentivo do amigo Sonny (Chevy Chase), Vic topa participar do festival. Quando chega a Nashville, porém, percebe que algo está errado. Não é uma limusine que vem pegá-lo e sim um carro caindo aos pedaços dirigido pela maluquinha Lil McDougal (Ariel Winter), encarregada de ciceroneá-lo durante os dias de evento. Vic descobre que não há tapete vermelho nem holofotes, mas um esquema dos mais amadores. O roteirista e diretor Rifkin teve uma ótima ideia: pegou alguns filmes antigos de Reynolds e, através de efeitos especiais muito bem feitos, fez com que Vic contracenasse com o astro, como se estivesse no filme. Não duvido que, por sua sensível interpretação, Burt Reynolds receba uma indicação ao Oscar 2019. Resumo da ópera: o filme é ótimo, tem muito humor, ótimos diálogos e um elenco bastante afinado com Reynolds. Um filme muito agradável de assistir. Na verdade, achei um belo tributo àquele que foi um dos grandes astros de Hollywood. Termino informando que o título em português é de minha autoria, já que o filme ainda não chegou por aqui e, portanto, não tem tradução oficial.