“22
DE JULHO” (“22 July”), 2018, EUA/Noruega, 2h23m, roteiro e
direção de Paul Greengrass, produção Netflix – foi lançado mundialmente no dia 10
de outubro de 2018. O filme relembra em detalhes a tragédia ocorrida na Noruega
no dia 22 de julho de 2011, quando um maluco neonazista, anti-islâmico e com ideais fundamentalistas de
extrema-direita, explodiu um carro-bomba nas proximidades da sede do governo
norueguês, em Oslo, e logo em seguida rumou para a ilha de Utoya, onde saiu
atirando e matando dezenas de jovens que estavam numa colônia de férias. Os
dois atentados resultaram na morte de 77 pessoas e ferimentos em outras 200. O
filme descreve todos os detalhes da tragédia, incluindo os preparativos do
terrorista, os atentados em si e em seguida o julgamento de Anders Behring Breivk,
além das consequências para uma família cujo filho foi gravemente ferido. O realismo
das cenas é de alta tensão, principalmente aquelas que mostram o ataque aos
jovens acampados na ilha de Utoya. Méritos ao diretor inglês Paul Greengrass,
que já mostrou competência no gênero ação/suspense em filmes como “Capitão
Phillips”, “O Ultimato Bourne”, “A Supremacia Bourne” e, principalmente, em “Vôo
United 93”, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Diretor em 2007. “22 de Julho”
foi exibido no Festival de Veneza 2018, conquistando o Prêmio Especial do Júri.
Para elaborar o roteiro, Greengrass utilizou as informações contidas no livro “One
of Us: The Story of Anders Breivik and The Massacre in Norway”, da jornalista
norueguesa Asne Seierstad (“O Livreiro de Cabul”). Embora falado em inglês, o
elenco de “22 de Julho” é todo composto por atores noruegueses, a grande
maioria amadores. É preciso ter estômago forte para assistir a este filme tão chocante
e impactante, mas é cinema de alta qualidade. Imperdível! Complementando o
comentário, acrescento a informação de que também foi lançado recentemente um outro
filme, desta vez norueguês, abordando a mesma tragédia. Trata-se de “Utoya 22
de Julho: Terrorismo na Noruega”, do diretor Erik Poppe.
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
“MISSÃO
IMPOSSÍVEL 6: EFEITO FALLOUT” ("MISSION IMPOSSIBLE – FALLOUT”), EUA, 2018,
roteiro e direção de Christopher McQuarrie. Duas horas e meia de muita ação que
farão os fãs do gênero delirar com as perseguições, tiroteios, pancadarias, algumas
pitadas de humor, muito suspense e mulheres bonitas (Rebecca Ferguson, Michelle
Monaghan e Vanessa Kirby, um trio de respeito). Mais uma aventura do agente
especial Ethan Hunt (Tom Cruise), desta vez contra o grupo terrorista chamado
de “Apóstolos”, que rouba um carregamento de plutônio e ameaça explodir várias cidades
importantes do mundo. Para sua missão “impossível”, Hunt é obrigado, muito a
contragosto, a aceitar um novo parceiro, o agente da CIA August Walker (Henry
Cavill). As cenas de ação são espetaculares, principalmente aquela com uma
perseguição pelas ruas de Paris. Méritos para o diretor Christopher McQuarrie,
que já havia dirigido Cruise em “Missão Impossível: Nação Secreta” e em “Jack
Reacher: O Último Tiro”, ambos também excelentes filmes de ação. Com toda
justiça, “Efeito Fallout” é considerado, inclusive pelos críticos especializados, o melhor filme da franquia “Missão
Impossível”, iniciada em 1995. O custo da produção chegou a 250 milhões de
dólares e até agosto último, o retorno nas bilheterias do mundo inteiro já havia superado o dobro dessa quantia. Como é sabido, o astro Tom Cruise faz questão de
participar das cenas de perigo e, por isso mesmo, quebrou o tornozelo numa
correria pelas ruas de Londres. As filmagens foram interrompidas durante 8
semanas. Será que ainda farão a versão número 7? Duvido que supere “Efeito
Fallout”. Embarque nesta sensacional aventura e divirta-se com um sacão de
pipoca. Imperdível!
domingo, 11 de novembro de 2018
“A
BELA E OS CÃES” (“AALA KAF IFRIT”), 2016, coprodução Tunísia/França,
roteiro e direção da diretora tunisiana Kaouther Bem Hania. Inspirada em fatos
reais ocorridos em 2012 em Túnis (capital da Tunísia) e relatados no livro “Culpada
de Ser Estuprada”, de Mariem Ben Mohamed, a história é toda centrada na jovem Mariam
(Mariam Al Ferjani), que, ao sair de uma balada acompanhada pelo jovem Youssef
(Ghanem Zrelli), acaba sendo estuprada por dois policiais. Ela vai ao hospital
pedir ajuda e pegar um atestado médico que comprovaria o que aconteceu. Os
médicos se recusam a fazer o exame, exigindo um boletim de ocorrência. Só que,
para isso, ela teria que ir à delegacia, onde possivelmente estariam seus
agressores. O filme acompanha o dilema da jovem, que é tratada como se fosse a
culpada de tudo o que aconteceu. Nesse contexto, o filme deve ser visto como
uma denúncia contra uma sociedade machista e patriarcal – como acontece em quase
todos os países árabes -, onde a mulher não passa de um ser de segunda classe.
É terrível e angustiante assistir ao sofrimento da jovem Mariam, imaginando que
tudo aconteceu de verdade. O filme tem grande impacto, embora o elenco seja
muito fraco. A atriz Mariam Al Ferjani é gorducha demais para ser chamada de “Bela”,
pelo menos para os padrões ocidentais. O filme estreou no Festival de Cannes
2017, competindo na mostra “Um Certain Regard”.
Assinar:
Postagens (Atom)