“NÃO
ESTOU LOUCA” (“NO ESTOY LOCA”), 2018, Chile, 1h56m, disponível na plataforma Netflix,
roteiro e direção de Nicolás Lopes. É uma comédia bastante divertida, com
ótimas atuações do elenco e sequências hilariantes. A principal personagem da história é Carolina (Paz
Bascuñán), uma mulher de 38 anos que sofre dois baques num mesmo dia. Primeiro,
ela recebe o diagnóstico de que é infértil - ela e o marido Fernando (Marcial
Tagle) vinham tentando há anos. Para contar a triste notícia, Carolina combina um
encontro com o marido em um restaurante. Mas é Fernando quem conta a pior
notícia: ele está apaixonado por Maité (Fernanda Urrejola), justamente a melhor
amiga e companheira de trabalho de Carolina. Pior ainda, Maité está grávida.
Arrasada, Carolina vai para casa, enche a cara e tenta o suicídio se atirando
da janela do apartamento. Só que a queda é amortecida por um toldo, mas mesmo assim ela
fica bastante ferida e inconsciente. Fernando aproveita a ocasião para interná-la
numa clínica psiquiátrica. De início apavorada, Carolina aos poucos começa a
interagir com a turma de malucos e logo faz amizade com alguns, na verdade
algumas. Embora seja uma comédia, “Não Estou Louca” reserva momentos bastante sensíveis,
como as conversas de Carolina com o psiquiatra-chefe (Luis Pablo Román). Destaque
para as atuações de Paz Bascuñan e da veterana Antonia Zegers (do ótimo drama
chileno “O Clube”) como Silvia, uma das birutas do pedaço. Outra participação que
merece um elogio especial é da atriz Gabriela Hernández como Marta, a mãe
possessiva e autoritária de Carolina. Ao contrário da maioria dos filmes que envolvem
doentes mentais, que costumam carregar no drama, esta comédia chilena adota o
politicamente incorreto, fazendo graça justamente com a deficiência das pessoas,
criando personagens caricatos e engraçados. Não acredito que alguém possa se
chatear com isso. Resumo da ópera: “Não Estou Louco” é uma comédia que diverte
e emociona. Imperdível!