sábado, 2 de julho de 2016

Imagine você lá em Londres no dia 8 de maio de 1945, comemorando com os ingleses o “Dia da Vitória”, ou seja, a derrota dos alemães e o fim da Segunda Grande Guerra. A produção inglesa “UMA NOITE FORA DO PALÁCIO” (“A Royal Night Out”), 2015, proporciona essa verdadeira viagem no tempo. O cenário de toda a ação é este, mas a história do filme é centrada nas princesas irmãs Elizabeth (Sarah Gadon), que alguns anos mais tarde seria coroada Rainha Elizabeth II, e Margaret (Bel Powley). Elas queriam ir para as ruas, incógnitas, para se juntar à multidão. E foi o que fizeram, com a devida autorização dos pais, o Rei George VI (Rupert Everett) e a Rainha Mãe Elizabeth (Emily Watson), e com a companhia de dois oficiais do Exército. Nas ruas, as princesas confraternizaram, fizeram amizades, dançaram e visitaram lugares pouco adequados para moças da realeza. A saída delas do Palácio de Buckingham, naquela noite, realmente aconteceu, mas os roteiristas Kevin Hood e Trevor de Silva, além do diretor Julian Jarrold (“Amor e Inocência”), certamente criaram fatos fantasiosos para dar maior sabor à história, como o namorico de Elizabeth com o aviador Jack (Jack Reynor) ou a bebedeira da princesa Margaret. O filme tem muito de conto de fadas e é muito agradável de assistir. Recomendo. 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

“DEMÊNCIA” (“Dementia”), 2015, EUA, direção de Mike Testin. Trata-se de um filme de suspense cuja história é centrada em George Lockhart (Gene Jones), um setentão veterano e herói da Guerra do Vietnã. Ele sofre um AVC e os médicos também constatam o início de uma demência. Seu filho Jerry (Peter Cilella) e a neta Shelby (Hassie Harrison) resolvem então contratar uma enfermeira. Eis que surge Michelle (Kristina Klebe), aparentemente um anjo de pessoa. Shelby é a única a desconfiar da enfermeira. A partir daí, os fatos que se desenrolam até o desfecho trágico estão todos relacionados com o passado de George e a Guerra do Vietnã. Aliás, muito mal explicados. O filme é um suspense de quinta categoria, elenco fraco, história que não se sustenta, tensão superficial e uma solução para o desfecho pra lá de lamentável, com cenas constrangedoras. Nem a surpreendente revelação no final, causando uma reviravolta na história, consegue salvar. Não dá para indicar. 

quarta-feira, 29 de junho de 2016

A produção cinematográfica da Romênia é bastante acanhada em comparação com outros países. Produz cerca de 10 filmes por ano, no máximo. Mas, se perde na quantidade, ganha na qualidade. Posso citar dois exemplos recentes: “Instinto Materno” e “Casamento Silencioso”. Na maioria deles, o pano de fundo tende a ser a política do país pós-comunismo. Não é o caso de um filme que resgatei de 2006: “AMOR LOUCO” (“LEGATURI BOLNAVICIOASE”), escrito e dirigido por Tudor Giurgiu. Trata-se da adaptação do romance homônimo escrito por Cecília Stefaneson. A história: Alex (Joana Barbu) sai da distante cidade de Pietrosita, zona rural da Romênia, e vai estudar na capital Bucareste. Na faculdade, faz amizade com Kiki (Maria Popistasu). Começam a namorar em segredo. Kiki, porém, passa a se revelar emocionalmente desequilibrada, além de manter um relacionamento muito estranho com o irmão Sandu (Tudor Chirila), beirando o incestuoso. O caldo engrossa quando Alex resolve levar Kiki para passar uns dias em sua cidade interiorana. Tratado de forma novelesca, o que me fez lembrar “Malhação”, com muito papo furado, o filme pode encantar o público mais jovem. O que eu mais gostei, porém, foi da interpretação das duas atrizes principais. Ah, também de bom posso citar o fato de que, ao contrário da maioria dos filmes que envolvem relacionamentos homossexuais, as (poucas) cenas de sexo não são apelativas. Pelo menos isso. 

terça-feira, 28 de junho de 2016

O drama biográfico “REDENÇÃO” (“Machine Gun Preeacher”), EUA, 2011, direção de Mark Foster (“Guerra Mundial Z”, “007 – Quantun of Solace” e “O Caçador de Pipas”), conta a incrível história do norte-americano Sam Childers (o ator escocês Gerard Butler, de "300"), um ex-viciado em drogas que se tornou pastor da igreja pentecostal, depois um construtor de sucesso e, por fim, voluntário na África, ajudando crianças no Sudão e em Uganda, países envolvidos em sangrentas guerras civis. A história começa nos anos 90, quando aconteceu a conversão de Sam. Em 1998, depois de ouvir uma palestra de um pastor voluntário sobre os problemas enfrentados pela população pobre da África, Sam resolve viajar para Uganda com o objetivo de reconstruir as casas destruídas pela guerra. Durante esse trabalho, Sam se comove com a situação das crianças órfãs no sul do Sudão e resolve ajudá-las, construindo um orfanato (“Angels of East Africa”). Casado com Lynn (Michelle Monaghan), que o levou para a igreja, e pai de Paige (Madeline Carrol), Sam enfrentou muitos desafios na África e chegou até a pegar em armas para enfrentar os sanguinários mercenários do perigoso Grupo LRA. Nos créditos finais, o verdadeiro Sam Childers é apresentado em fotografias. Ainda no elenco, Michael Shannon e Katy Baker. Um belo filme e uma história que merece ser conhecida.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

“FIM DE SEMANA EM PARIS” (“Le Week-End”), 2013, Reino Unido, roteiro de Hanif Kureishi e direção de Roger Michell. Trata-se de uma comédia dramática, mas, no geral, é um filme melancólico sobre o desgaste de um casamento. Os professores universitários ingleses Nick Burrows (Jim Broadbent) e Meg (Lindsay Duncan) resolvem comemorar o 30º aniversário de casamento passando um final de semana em Paris. A ideia é relembrar a lua de mel que passaram na “Cidade Luz”, incluindo reservas no mesmo hotel. Só que, aos poucos, Nick e Meg percebem que a relação está um tanto desgastada. Não são mais o marido e a esposa apaixonados de trinta anos atrás. Nas andanças do casal pela capital francesa, eles discutem a relação, alternando alguns momentos românticos e outros de desentendimentos. O convite para jantar na casa de um ex-aluno de Nick, Morgan (Jeff Goldblum), provocará uma repentina mudança no relacionamento do casal. O roteiro força a barra em algumas cenas, como aquela em que Nick e Meg saem correndo pelas ruas de Paris (um casal normal de meia idade não faria isso nem teria esse fôlego) e outra onde eles fogem de um restaurante sem pagar. De qualquer forma, a dupla de atores é excelente e o cenário deslumbrante. Paris à noite é uma festa para os olhos, compensando alguns momentos tediosos do filme.