“SNIPER AMERICANO” (“American Sniper”), 2014, EUA, dirigido por Clint Eastwood,
conta a história real do soldado Chris Kyle, atirador de elite das forças
especiais da Marinha dos EUA – os navy seals -, que em 10 anos, em missões no
Iraque, assassinou 150 inimigos. Virou herói. No topo de edifícios, Chris
(Bradley Cooper) era encarregado de alvejar qualquer pessoa que colocasse em
risco os soldados americanos. Às vezes o inimigo era apenas um garoto ou uma
mulher carregando uma granada ou um lança-morteiros. Para Chris, não importava
quem era o inimigo, embora ficasse chateado nesses casos. Para ele, o que
importava mesmo era salvar seus companheiros. Nos 10 anos (1999 a 2009) em que
foi atirador de elite, Chris cumpriu 4 longas missões no Iraque, totalizando
mais de mil dias. Entre os 150 inimigos que matou estava um atirador de elite
recrutado na Síria e que já havia participado de Jogos Olímpicos. A esposa de
Chris, Taya Renae (Sienna Miller), sofria muito quando o marido estava em
missão, principalmente por temer que ele voltasse num caixão. O filme de Eastwood
teve seis indicações para concorrer ao Oscar 2015, entre as quais Melhor Filme
e Melho Ator. Independente se ganhar ou não alguma estatueta, o filme é muito bom, apesar do tom
um tanto patriótico adotado por Eastwood.
sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
O drama
“HOMENS,
MULHERES E FILHOS” (“Men, Women & Children”), EUA, 2014, do diretor canadense Jason Reitman (de “Amor sem Escalas” e
“Juno”), aborda um assunto bastante atual: a interferência cada vez maior da
Internet em nosso cotidiano, em nossas ações, em nossas atitudes. A mensagem do
filme é bastante clara: estamos conectados virtualmente, mas desconectados na
vida real. Reitman exemplifica apresentando famílias de classe média disfuncionais,
com problemas de relacionamento e, principalmente, falta de comunicação, além de adolescentes em crise. O
casal que não se relaciona mais sexualmente e encontra uma saída nas redes sociais,
o rapaz que abandona o time de futebol por causa de um jogo virtual, a menina
que se torna obcecada por regime, a garota que quer ser uma celebridade cinematográfica
e até uma vilã virtual, que costuma invadir o computador da filha e até
responder e-mails em nome dela. Enfim, são várias histórias de pessoas psicologicamente
abaladas e que têm, em comum, alguma influência nefasta da Internet. Embora com
um elenco de peso (Jennifer Garner, Adam Sandler, Ansel Elgort, Judy Greer,
Rosemarie Dewitt e Kaitlin Dever), o filme foi um grande fracasso nos EUA, onde
ficou apenas um mês em cartaz com pouco público. Como curiosidade, a voz que
narra a história em off pertence à atriz
inglesa Emma Thompson. De qualquer forma, o filme não é tão ruim quanto parece,
mas não é tão bom que mereça uma avaliação ou recomendação entusiasmada. Mas não deixa de ser interessante.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
“NASCIDO EM ALGUM LUGAR” (“Né Quelque Part”), 2012, é uma comédia francesa cuja história
é inspirada em fatos que aconteceram com o próprio diretor, o francês de
família argelina Mohamed Hamidi. No filme, ele é Farid (Tewfik Jallab), nascido
na França de pais argelinos que saíram do país natal na década de 60. Ao
receber a notícia de que a casa que construiu e em que morou num pequeno
vilarejo da Argélia será desapropriada, Hadj (Mohamed Majder), pai de Farid, fica
nervoso e é internado num hospital. Ele pede a Farid que vá até a Argélia e resolva
o problema, não deixando desapropriar a casa de tantas recordações para a
família. Quando chega ao vilarejo, Farid logo faz amizade com um primo trambiqueiro
(Jamel Debbouze), o que lhe custará um grande aborrecimento. Com um pouco de
conhecimento que adquiriu no curso de Direito que faz na França, Farid vai enfrentar
as autoridades locais e tentar reverter a desapropriação não só da casa de seu
pai como de outras pessoas do vilarejo. Em sua estada, Farid vai
conhecer muito da cultura e das tradições argelinas, além da história de sua família. É nas conversas entre os
moradores, com a participação de Farid, que o diretor Hamidi extrai os momentos
mais engraçados do filme, mostrando que o bom humor também faz parte do
cotidiano daquelas pessoas. O ator Mohamed Majder, que interpreta o pai de
Farid, morreu logo após o término das filmagens, em janeiro de 2013, e a ele é
dedicado o filme.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
“ALABAMA MONROE" (“The Broken Circle Breakdown”), de 2012, é um belo e comovente drama belga que
conta a história do amor de um cantor, tocador de banjo e líder de uma banda
country, Didier (Johan Heldenbergh), por uma tatuadora, Elise (Veerle Baetens). Ele
é ateu e ela, apesar de toda tatuada, é religiosa. Eles se casam, têm uma filha
e vivem felizes, mas não para sempre. Uma doença grave que terminará em morte irá
quebrar o círculo de felicidade, o que remete ao título do filme. Apesar do tema
dramático, o filme alterna momentos de bom humor e sensibilidade, principalmente
quando a banda se apresenta nos palcos, agora com Elise como crooner. No meio
de tudo isso, o diretor Felix Van Groeningen ainda encontra espaço para
discutir a questão dos estudos das células-tronco e a eutanásia. Os dois atores
principais são espetaculares. Como curiosidade, o filme é todo falado em
Flemish, dialeto alemão do norte da Bélgica. Se você for de chorar, esqueça a
pipoca e separe uma caixa de lenços de papel. Sem exagero, um dos melhores filmes deste século.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
“BABÁ FORA DE CONTROLE” (“Babysitting”), 2014, é
uma comédia francesa bastante divertida, o que não deixa de ser uma raridade no cinema atual. A história é centrada em Franck
(Philippe Lacheau), recepcionista de uma grande editora parisiense. Ele adora
desenhar histórias em quadrinhos e quer seguir essa carreira. No dia do seu 30º
aniversário, Franck planeja uma grande festa com seus amigos, mas seu patrão,
sr. Schaudel (o ótimo Gérard Jugnot), o convoca para ser babá de seu filho Rémi (Enzo
Tomasini), de 10 anos, por um dia. Com a promessa feita por Schaudel de
analisar seus desenhos, Franck aceita a missão e cancela a festa. Só que seus
amigos insistem na comemoração e, sem avisar Franck, farão uma surpresa que
colocará a casa de Schaudel literalmente de pernas para o ar. Na manhã
seguinte, a polícia localiza Schaudel para avisá-lo da bagunça na sua casa e
que seu filho havia sumido. Schaudel e a esposa (Clotilde Courau) voltam apavorados
para casa, onde assistem, ao lado dos policiais, a um vídeo gravado por um dos
amigos de Franck registrando tudo o que aconteceu de noite e de madrugada. É
uma sucessão de momentos hilariantes e situações bastante engraçadas. O filme
não perde o pique do começo ao fim, num ritmo quase alucinante. O ator
comediante Lacheau, além de atuar, escreveu e dirigiu, ao lado de Nicolas
Benamou. Não deixe de ver e se divertir!
Se
no filme argentino “Abutres” (2010), dirigido por Pablo Trapero, Ricardo Darín
era um advogado à espreita e forjador de acidentes de trânsito para depois
ganhar indenizações das seguradoras, em “O ABUTRE” (“The Nightcrawler”),
2014, EUA, o ator Jake Gylenhaal é Louis
Bloom, um cinegrafista amador que filma ocorrências policiais de madrugada para
depois vender as imagens a telejornais matutinos. A cidade é Los Angeles, ou
seja, garantia de material farto. Bloom é um sujeito fracassado, desempregado e
trambiqueiro. Um dia, tem a ideia de se transformar numa espécie de paparazzo macabro, seguindo ambulâncias
e viaturas da polícia para filmar pessoas morrendo. Ele vende as imagens para
uma pequena emissora de TV local, cuja diretora de telejornais, Nina Romina
(Rene Russo), é adepta de notícias sensacionalistas e imagens chocantes para
elevar o índice de audiência. Bloom não tem escrúpulos em forjar situações, o
que inclui arrastar vítimas de acidente de trânsito para conseguir um ângulo de
filmagem melhor e ainda colocar seu assistente Rick (Riz Ahmed) em situações de
perigo. Sua ousadia chega ao cúmulo de, antes de a polícia chegar, invadir uma
casa para filmar os cadáveres de vítimas de um violento tiroteio. O filme é
muito bom, chega a ter cenas realmente eletrizantes, e Gylenhaal está ótimo
(merecia uma indicação ao Oscar). Chegou a emagrecer 10 quilos para fazer o
personagem ficar parecido, segundo ele próprio, com “um coiote faminto”. Dan
Gilroy, o diretor, é conhecido como roteirista de filmes como “O Legado Bourne”
e agora dirige seu primeiro filme. Um destaque especial para a atriz Rene Russo
- por sinal, esposa do diretor -, que aos 60 anos continua bonita e charmosa.
domingo, 25 de janeiro de 2015
Para
tentar decifrar as mensagens secretas nazistas criptografadas, o governo
britânico criou o Projeto Ultra e convidou os maiores gênios da matemática e da
lógica da Inglaterra para fazer parte da equipe. O trabalho desse pessoal é
mostrado no filme “O JOGO DA
IMITAÇÃO” (“The Imitation Game”), 2014.
O personagem central da história é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), que por
sua inteligência e espírito de liderança viria chefiar o grupo. Alan, com a
ajuda de sua equipe, e mesmo a despeito da desconfiança das autoridades
inglesas envolvidas no projeto, inventou uma máquina (considerada a precursora
dos computadores atuais) bastante complexa que, depois de muito trabalho,
conseguiu finalmente decifrar as mensagens dos nazistas, contribuindo para
vitórias importantes dos aliados durante a Segunda Grande Guerra. A
homossexualidade de Alan também é destacada no filme. Em 1952, Alan seria preso por atentado ao pudor e submetido a um tratamento hormonal conhecido como “castração
química”. Ou era isso ou a prisão. Como o Projeto Ultra era supersecreto, as
autoridades policiais não sabiam o que Alan havia feito. Dirigidos pelo
norueguês Morten Tyldum (do ótimo “Headhunters”), ainda estão no elenco Keira
Knightley, Matthew Goode, Mark Strong e Charles Dance. O filme é muito bom e,
com justiça, recebeu 8 indicações ao Oscar 2015, entre as quais Melhor Filme,
Melhor Ator (Cumberbatch), Melhor Atriz Coadjuvante (Keira) e Melhor Diretor. Imperdível!
Ao ser
exibido no Festival de Berlim, em fevereiro de 2014, o suspense “AS
DUAS FACES DE JANEIRO” (“The Two Faces of January”), EUA, 2013,
dividiu os críticos. Na verdade, a acolhida geral foi bem morna, com poucos elogios. A história,
baseada em livro da escritora de romances policiais Patricia Highsmith, é
ambientada em 1962 e começa na Acrópole de Atenas, na Grécia. Aqui, o guia norte-americano Rydal (Oscar
Isaac) conhece Chester MacFarland (Viggo Mortensen) e Colette (Kirsten Dunst),
turistas que vieram dos EUA. Rydal é um trambiqueiro notório, enganando
turistas principalmente na hora de trocar seus dólares por dracmas (a moeda em
uso na Grécia até ser substituída pelo euro em 2002). Depois de deixar o casal
no hotel, Rydal encontra no táxi uma pulseira de Colette. Rydal está no
corredor do hotel para devolver a pulseira quando surpreende Chester arrastando
o corpo de um homem. A partir daí, Rydal torna-se cúmplice de um provável
assassinato e, por causa de sua atração por Colette, vai ajudar o casal a sair
de Atenas. Os três fogem para a Ilha de Creta e depois para Istambul, na
Turquia. Já dá para advinhar que as paisagens são muito bonitas, valorizadas por
uma excelente fotografia. Tanto a história como o desenrolar da trama e o tipo de suspense lembram muito os filmes de Alfred Hitchcock,
o que já é um bom aval para recomendar este que é o filme de estreia do diretor iraniano Hossein Amini.
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