sexta-feira, 29 de julho de 2016

“UM HOMEM ENTRE GIGANTES” (“CONCUSSION”), 2015, EUA, segundo filme dirigido por Peter Landesman – o primeiro foi “JFK, A História não Contada”. O roteiro foi baseado em fatos reais. Em 2002, ao realizar a autópsia no cadáver de Mike Webster (David Morse), ex-astro do futebol norte-americano que se suicidara, o dr. Bennet Omalu (Will Smith), neuropatologista forense de um hospital de Pittsburg, descobre que o falecido sofria de ETC (Encefalopatia Traumática Crônica), causada pelos impactos na cabeça durante os anos em que jogou futebol profissional. Dr. Omalu pesquisou o assunto e resolveu tornar pública a sua descoberta, contrariando os interesses comerciais e econômicos da poderosa NFL (National Football League). Outros casos semelhantes ao de Mike Webster começam a surgir, dando razão ao dr. Omalu. Mas o show deve continuar. E continuou. A NFL está aí, viva e cada vez mais poderosa. Também estão no elenco Alec Baldwin, Gugu MBatha-Raw e Albert Brooks. O filme é muito bom e a história melhor ainda. Imagine o que o Dr. Omalu teve de enfrentar, ainda mais sendo negro e nigeriano. Só para ilustrar: 90% dos casos de ETC foram constatados em ex-atletas de futebol e boxe. Aqui no Brasil, os casos mais conhecidos são do jogador de futebol Bellini e do boxeador Maguila. 

quinta-feira, 28 de julho de 2016

“UMA CAMINHADA NA FLORESTA” (“A Walk in the Woods”), 2015, EUA, comédia, direção de Ken Kwapis. Depois de duas décadas morando na Inglaterra e viajando por vários países para fazer reportagens sobre roteiros turísticos, o jornalista Bill Bryson (Robertg Redford) retorna aos EUA para curtir uma merecida aposentadoria ao lado da esposa Catherine (Emma Thompson) e dos filhos. Só que um dia, após comparecer ao velório de antigo amigo, Bill chega à conclusão de que ainda não chegou a hora de se entregar à velhice. Ele quer um novo desafio. Resolve, então, partir para uma aventura: enfrentar uma caminhada de 3.500 km pela Trilha dos Apalaches (“Apalachian Trail”). Sua mulher, porém, o aconselha a encarar o desafio com uma companhia. Surge então um antigo colega de colégio, Katz (Nick Nolte), um beberrão gordo e completamente fora de forma. E lá vão eles pela floresta e montanhas afora. Claro que não seguirão à risca o manual do andarilho aventureiro, pois hospedam-se em motéis e pegam caronas na estrada. A história é baseada em fatos reais, relatados no livro “A Walk in the Woods: Rediscovering America on the Appalachian Trail”, de Bill Bryson (o personagem de Redford). O filme é muito divertido. Parece que Redford e Nolte estão realmente curtindo a aventura e se divertindo de verdade nas filmagens. Curioso é ver a grande Emma Thompson num papel tão pequeno. O time de veteranos do elenco é reforçado pela ótima Mary Steenburgen. O diretor Kwapis (“Ela não está tão a fim de Você” e “Licença para Casar”) prova mais uma vez que entende de comédia. Diversão garantida!                                             

terça-feira, 26 de julho de 2016

“NISE – O CORAÇÃO DA LOUCURA”, 2015, segundo filme dirigido por Roberto Berliner (o primeiro foi “Júlio Sumiu”). A história é centrada no trabalho da médica psiquiatra Nise da Silveira, considerada a pioneira da terapia ocupacional no Brasil. O filme é ambientado em 1944, quando Nise (Glória Pires) ingressa no corpo médico do Centro Psiquiátrico Nacional D. Pedro II, no Engenho de Dentro (Rio de Janeiro). Ao descartar os tratamentos violentos da época, como a lobotomia e o eletrochoque, Nise entra em conflito com os outros médicos da clínica. Ela não permite que os doentes sejam chamados de pacientes. “Eles são nossos clientes. Nós é que temos de ser pacientes com eles”, diz ela numa cena. Isolada pelo corpo médico do hospital, ela decide criar o Setor de Terapia Ocupacional, onde monta um ateliê para os doentes esquizofrênicos, os quais, com o tempo, demonstram uma incrível habilidade com os pincéis. O trabalho de Nise ganhou repercussão no meio psiquiátrico nacional, que passou a respeitar e adotar os métodos de tratamento mais humanos implantados pela médica alagoana. Vale a pena assistir e conhecer o trabalho dessa mulher incrível, que venceu preconceitos lutando por seus ideais. À frente de um excelente elenco, Glória Pires mais uma vez comprova ser a melhor atriz brasileira da atualidade. Imperdível!   

segunda-feira, 25 de julho de 2016

“MARAVILHOSO BOCCACCIO” (“Maraviglioso Boccaccio”), 2015, Itália, roteiro e direção dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani. Filme de época, ambientado em 1348, quando a Europa era devastada pela peste negra. Dez jovens fogem de Florença (Itália) para não contrair a doença e se refugiam numa casa de campo. Para descontrair o ambiente, eles resolvem que cada um contará uma história por dia. No total, cinco novelas do clássico “Decamerão”, escrito por Giovanni Boccaccio, são acrescentadas ao filme. Algumas repletas de humor, como aquela que conta a história de um homem simples que acredita ficar invisível depois de encontrar uma pedra negra. Outras falam de amor, com final trágico ou feliz. Apesar do contexto de época e do estilo teatral da interpretação dos atores, o filme é leve e em nenhum momento monótono. As histórias são saborosas, os cenários campestres deslumbrantes e as atrizes do elenco lindas. Só para citar algumas: Jasmine Trinca, Paola Cortellesi, Vittoria Puccini e Carolina Crescentini. Os veteranos irmãos Taviani, de obras consideradas primas como “Pai Patrão” e “A Noite de São Lourenço”, além do recente “César Deve Morrer”, provam que continuam em plena forma. Vale a pena assistir, principalmente pelos contos encenados.     

domingo, 24 de julho de 2016

 
“MARGUERITE”, 2015, França, direção de Xavier Giannoli. A história é ambientada nos anos 20 em Paris. A rica baronesa Marguerite Dumont é apaixonada por ópera e sempre quis ser uma cantora lírica. Nos saraus musicais beneficentes privados que realizava em seu palácio, ela recolhia donativos para a campanha “Órfãos da Guerra” (pós 1ª Guerra Mundial), servia o melhor champanhe e convidava cantores líricos para apresentações com orquestra. Ao final de cada concerto, Marguerite se apresentava cantando. Só que tinha um problema: era completamente desafinada. O pessoal aplaudia, por pena e hipocrisia. Mas eram eventos sociais importantes que a alta aristocracia parisiense fazia questão de prestigiar. Até que um dia Marguerite resolve se apresentar ao público num grande teatro e, para isso, contrata um professor de canto. Embora tenha seus momentos de humor, graças à “qualidade” vocal de Marguerite, o filme chega a ser triste e melancólico. Afinal, Marguerite, em sua inocência, acredita piamente que é uma ótima cantora lírica. Um dia ela terá que se confrontar com a verdade, o que não será nada fácil. A história de Marguerite é baseada na norte-americana Florence Foster Jenkins, milionária que nas primeiras décadas do século XX mobilizou a fina flor da sociedade de Nova Iorque com seus ganidos. Depois desta versão francesa, está sendo lançada a de Hollywood, “Florence – Quem é essa Mulher?”, com Meryl Streep, que pretendo assistir e depois comentar. O filme francês é ótimo, com uma estupenda recriação de época e cenários deslumbrantes, além de uma trilha sonora da melhor qualidade. Estão no elenco Catherine Frot (divina), André Marcon, Micheu Fau, Sylvain Dieuaid e Denis Mpunga.