sexta-feira, 17 de junho de 2022

 

“TRAIÇÃO E DESEJO” (“TRUST”), 2021, Estados Unidos, 1h34m, disponível na Netflix, direção de Brian Decubellis, que também assina o roteiro com a colaboração de Kristen Lazarian e K.S. Bruce. Não precisava de tanta gente para escrever uma história tão fraca para um filme idem. Trata-se de um romance que parecia rumar para um suspense, ou um filme erótico, mas acabou na maior água com açúcar. Os personagens centrais são Brooke (Victoria Justice) e Owen Shore (Mathew Daddario, irmão da atriz Alexandra Daddário). Eles moram em Nova Iorque, são jovens, casados, felizes, bonitos e bem sucedidos profissionalmente, ela dona de uma badalada galeria de arte e ele jornalista apresentador de um programa de prestígio na TV. O relacionamento complica quando Brooke precisa ir a Paris com Ansgar Doyle (Lucien Laviscount), um pintor de quadros eróticos de grande sucesso, cujas obras começam a ser cobiçadas por colecionadores de arte também da Europa. É com um deles que eles se encontrarão na capital francesa. Como a fama do pintor é de um mulherengo insaciável, Owen se derrete em ciúmes e resolve curtir sua desconfiança em um bar, onde conhece Amy (Katherine McNamara), uma loira cheia de amor pra dar. O espectador fica no maior suspense: qual deles trairá o outro. Tchan, Tchan, Tchan! Quando retorna de Paris, é Brooke que se enche de ciúmes, desconfiando que o marido pulou a cerca. Uma ou outra reviravolta acontece para tentar dar um sabor à história, mas o resultado final é decepcionante. Como informação adicional, lembro que Victoria Justice e Matthew Daddario já trabalharam juntos em um filme de 2015, “Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo”, sem qualquer importância cinematográfica, assim como este “Traição e Desejo”.   

terça-feira, 14 de junho de 2022

 

“TOSCANA” (“TOSKANA”), 2022, Dinamarca, produção original Netflix, 1h30m, direção do cineasta iraniano Mehdi Avaz, que também assina o roteiro com a colaboração de Nikolaj Scherfig. A história mistura romance e gastronomia. O personagem central é o chef Theo (Anders Matthesen), proprietário de um restaurante fino em Copenhagen, cuja culinária já recebeu várias premiações, inclusive duas estrelas Michelin, uma das maiores honrarias gastronômicas do mundo. Determinado dia, Theo recebe a notícia da morte do pai, proprietário do Castelo Ristonchi, na região de Toscana, na Itália. Filho único, ele recebe o imóvel como herança e parte para a Toscana para sacramentar o negócio. Sua intenção inicial é vender o castelo e investir o dinheiro na ampliação de seu restaurante em Copenhagen. Chegando ao seu destino, ele conhece a simpática Sophia (Cristiana Bell’Anna), responsável por um pequeno restaurante anexo ao castelo. De cara, já é possível prever o destino dos dois, principalmente depois que eles se beijam, uma grande forçada de barra do roteiro. Só que Sophia está de casamento marcado, o que estraga os planos românticos de Theo. Mas a vida continua e ele não perde as esperanças. Com exceção da exuberante fotografia e das belas paisagens da Toscana, o filme é insosso, falta emoção, culpa de um roteiro preguiçoso e pra lá de fraco. Já que estamos falando de gastronomia, eu comparo “Toscana” a um prato servido frio. Falado em dinamarquês, italiano e inglês, o filme conta ainda no elenco com Andrea Bosca, Ghita Norby, Sebastian Jessen, Ari Alexander, Christopher Nissen, Karoline Brygmann, e Taue Ersted Rasmussen. Resumindo, “Toscana” esbanja belos cenários, mas deixa a desejar em conteúdo.    

segunda-feira, 13 de junho de 2022

 

“THAR”, 2022, Índia, 1h48m, produção original Netflix, roteiro e direção de Raj Singh Chaudhary. Bollywood, o maior produtor mundial de filmes, de vez em quando surpreende. E de modo bastante positivo, exemplo deste policial ambientado nos anos 80 do século passado – não consegui descobrir se é baseado em fatos reais. Por incrível que pareça, tem muito do gênero faroeste moderno. No caso específico de “Thar”, a crítica especializada o rotulou de western noir. Tem deserto poeirento, cavalos, xerife e malfeitores. Só faltaram os índios, embora sejam todos indianos. Começa a história com um sujeito misterioso chegando a um pequeno vilarejo situado no deserto de Thar, na região do Rajastão, perto da fronteira com o Paquistão. É por aqui que passava, na época, a rota do contrabando de ópio. Uma dor de cabeça e tanto para o inspetor de polícia Surekha (Anil Kapoor). Um dia, chega ao vilarejo um sujeito misterioso que se identifica como Siddarth (Harsh Varrdhan Kapoor), que afirma ser colecionador e negociante de antiguidades. A polícia começa a desconfiar dele a partir do momento em que ocorre um homicídio, mas não há evidências concretas contra ele. Livre da desconfiança inicial do policial Surekha, Siddarth parte para a ação e aí a violência explícita toma conta. Só perto do desfecho é que o roteiro explica a motivação para a vingança de Siddarth. Além de uma tensão crescente, “Thar” apresenta um trunfo que só quem acompanha o cinema indiano é capaz de comemorar: a ausência daquelas cantorias e danças irritantes, uma das marcas registradas de Bollywood. Como curiosidade, o ator Harsh Varrdhan Kappor´, que faz o Siddharth, é filho de Anil Kapoor, o inspetor de polícia. Vale a pena assistir, pois o cinema indiano não costuma produzir filmes de faroeste.           

 

domingo, 12 de junho de 2022

 

“RAMBO: ATÉ O FIM” (“RAMBO: LAST BLOOD”), 2019, Estados Unidos, 1h40m, disponível na Netflix desde 6 de junho de 2022, direção de Adrian Grunberg ("Plano de Fuga"), seguindo roteiro de Matt Cirulnick. Rambo está de volta. Estou falando de John Rambo (Sylvester Stallone), aquele personagem criado pelo escritor David Morrell que surgiu no filme “Rambo – Programado para Matar”, em 1982. Depois vieram “Rambo – A Missão”, de 1985, “Rambo III”, de 1988, e “Rambo IV”, de 2008. Portanto, “Rambo: Até o Fim” é o quinto da franquia, apresentando Sylvester Stallone aos 74 anos, mas fisicamente em ordem. Só o rosto aparece bem envelhecido, com aquela mesma cara afetada por uma cãibra, sem nenhuma expressão. A história mostra o velho soldado agora aposentado, morando em um rancho perto da fronteira dos Estados Unidos com o México. Com ele vivem a sobrinha Gabrielle (Yvette Monreal) e Maria Beltran (Adriana Boarraza), imigrante mexicana que ajudou a criar a menina. Tudo vai bem até que Gabrielle resolve conhecer o pai biológico que a abandonou ainda criança. Por intermédio de uma antiga amiga, ela descobre que o pai mora em uma cidade fronteiriça do México, famosa por sua violência. Mesmo assim Gabrielle resolve ir, contrariando os conselhos de Rambo e de Maria Beltran. Só que a viagem se transforma em um verdadeiro pesadelo. Rejeitada pelo pai, ela acaba indo para uma balada, onde conhece uns tipos bem suspeitos. Resultado: ela é sequestrada por uma gangue que explora o tráfico de drogas e a prostituição. Quando fica sabendo da situação da sobrinha, Rambo entra em ação e vai para o México tentar resgatá-la, tarefa que não será nada fácil. Até o desfecho, Rambo enfrentará, sozinho, um verdadeiro exército de bandidos, culminando com uma matança generalizada. Também estão no elenco a atriz espanhola Paz Veja, Sergio Peris, Óscar Jaenada e Marco de La O. Nos créditos finais, surgem várias cenas dos filmes anteriores de Rambo e, pelo título original, parece que este será o último filme do famoso personagem. “Rambo: Até o Fim” foi detonado pela crítica especializada, sem contar que teve indicações em 8 categorias para o “Framboesa de Ouro”, prêmio dado aos piores filmes do ano. O filme também não agradou o escritor David Morrell, criador do personagem. Após assisti-lo, Morrell disse: “Eu concordo com as críticas negativas de ‘Rambo: Até o fim’. O filme é uma bagunça. Tenho vergonha de ter meu nome relacionado a ele”. Tudo bem, o filme é mesmo fraco, mas deve agradar quem gosta de violência explícita, ou seja, os fãs do astro Stallone.