REBECCA
– A MULHER INESQUECÍVEL (“REBECCA”), 2020, Estados Unidos, produção e distribuição
Netflix, 2h2m, direção de Ben Wheatley. A história foi adaptada do romance de
Daphne Du Maurier, de 1938, um grande best-seller mundial na época e que se transformou
em roteiro escrito por Joe Shrapnel, Jane Goldman e Anna Waterhouse. Já houve
outra adaptação para o cinema, em 1940, dirigida por Alfred Hitchcock e que
conquistou a estatueta do Oscar como Melhor Filme. Trata-se de um suspense psicológico
cujo maior trunfo é realmente a ótima história criada pela escritora inglesa
Daphne Du Maurier (1907-1989). Vamos a ela. O milionário Maxim De Winter (Armie
Hammer) fica viúvo de Rebecca, morta num acidente de barco. Pouco tempo depois,
ele conhece uma jovem cuidadora de idosos que logo se tornaria a sra. De Winter
(a atriz inglesa Lily James) – o primeiro nome da personagem não é mencionado. O
casal vai morar na mansão Manderley, na costa inglesa, pertencente à família De Winter há várias
gerações. No que seria um verdadeiro conto de fadas, o casamento com Max se
transformou num verdadeiro inferno para a nova sra. De Winter. A começar pela
evidente rejeição a ela pela governanta mrs. Danvers (Kristin Scott Thomas), o
mesmo sentimento de outros empregados da mansão, que sempre colocaram a
falecida Rebecca num pedestal sagrado. A jovem mrs. De Winter também foi
obrigada a conviver com o comportamento estranho do marido, ainda muito ligado
às lembranças da esposa morta. Aos poucos, mrs. De Winter desvendará muitos
segredos da vida de Rebecca, alguns relacionados com a sua morte. O desfecho
trágico, numa sequência de grande suspense, consagra uma das histórias mais
emocionantes e bem escritas da literatura mundial. No caso das adaptações para
o cinema, o filme de 1940 é considerado, pela maioria dos críticos, como a
melhor. Não discordo, mas acho que a nova versão também tem muitas qualidades,
a começar pelas ótimas atuações de Kristin Scott Thomas e de Lily James, além dos
cenários deslumbrantes e de um primoroso trabalho de fotografia. Filmaço!