sexta-feira, 5 de abril de 2024

 

“SHIRLEY PARA PRESIDENTE” (“SHIRLEY”), 2024, Estados Unidos, 1h56m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de John Ridley (“12 Anos de Escravidão”). Sempre gostei muito de assistir filmes cuja história é baseada em fatos reais, principalmente quando tratam de política. É o caso de “Shirley”, que conta a trajetória de Shirley Chisholm (1924-2005), uma nova-iorquina que foi a primeira congressista negra dos Estados Unidos e que, em 1972, concorreu nas primárias à presidência pelo Partido Democrata. Shirley foi congressista por sete mandatos, de 1968 até 1983. O filme destaca especialmente os bastidores de sua árdua batalha para conseguir ser indicada a disputar a presidência, os meandros obscuros da política e os conchavos indecorosos que a congressista foi obrigada a participar. A atriz Regina King vive a personagem, dando mais uma vez um show de atuação – ela já havia recebido um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2019 pelo filme “Se a Rua Beale Falasse”. Também fazem parte do ótimo elenco Terrence Howard (indicado ao Oscar de Melhor Ator por "Ritmo de um Sonho"), Lance Reddick, Lucas Hedges e Brian Stokes Mitchell. Confesso que não conhecia a história de Shirley e o filme veio tapar esse buraco da minha ignorância. Talvez muita gente também não conheça e, por isso mesmo, “Shirley” deve ser visto, pois é um filme excelente, muito bem escrito e dirigido. Imperdível!             

          

terça-feira, 2 de abril de 2024

 

“A MULHER DOS MORTOS” (“TOTENFRAU”) 2023, coprodução Áustria/Alemanha, minissérie em 6 episódios da Netflix, direção de Nicolais Rohde, com roteiro assinado por Barbara Stepansky, Benito Mueller e Wolfgang Mueller. A história é uma adaptação do livro “Totenfrau” escrito por Bernard Aichner em 2015. Tudo acontece numa pequena cidade nos arredores de Innsbruck, a capital do Tirol, nos Alpes Austríacos – os cenários  são exuberantes. A personagem central é Bruhnilde Blum (Anna Maria Mühe, ótima), que herdou a funerária do pai. Um dia, seu marido, o policial Mark (Maximilian Krauss), sai de moto para o trabalho e logo que entra na estrada é atingido violentamente por um Range Rover preto, cujo motorista foge do local sem socorrer a vítima. Aparentemente, trata-se de um acidente, mas Blum acredita ter sido um assassinato, tese confirmada quando surge no cenário a refugiada Diunja (Romina Küper), que alega ter sido estuprada por quatro homens utilizando máscaras de animais. Acreditando que esses quatro estupradores tenham assassinado seu marido, Blum parte para a vingança e vai atrás de cada um. Completam o elenco Yousef Swide, Romina Küper, Robert Palfrader, Simon Schwarz e Michou Friesz. O título "A Mulher dos  Mortos" refere-se ao poder imaginário de Blum de se comunicar com os cadáveres que prepara para os respectivos velórios. A minissérie prende a atenção do começo ao fim, garantindo um ótimo entretenimento. Uma excelente aquisição da Netflix. Imperdível!             

domingo, 31 de março de 2024

 

“O VERÃO MAIS QUENTE” (“L’ESTATE PIÙ CALDA"), 2023, Itália, 1h36m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Matteo Pilati, seguindo roteiro assinado por Giuseppe Paternò e Tommaso Triolo.  Comédia dramática explora o dilema enfrentado pelos padres da Igreja, ou seja, “o pecado da carne”. Impossível não lembrar a história do clássico da literatura “Pássaros Feridos”, da escritora Colleen McCullough, que virou série em 1983 com Richard Chamberlain (aquele mesmo do Dr Kildare, 20 anos antes). Ele era padre e se apaixonou por uma mulher (Rachel Ward) e assim por diante. “O Verão Mais Quente” é centralizado no jovem diácono Nicola (Gianmarco Saurino), enviado para uma pequena cidade litorânea na Sicília. Com pinta de galã, ele chega e encanta a mulherada local. Uma delas, a jovem Valentina (Alice Angelica), se apaixona perdidamente e o assedia com insistência. Só que Nicola tem os olhos para a irmã dela, Lucia (Nicole Damiane), que está quase noiva de outro jovem. As coisas começam a ficar quentes no vilarejo, para desespero de Don Carlo (Nino Frassica), pároco local, e da carola Carmen (Stefania Sandrelli, eterna musa do cinema italiano dos anos 60/70). Confusão formada, resta ao diácono decidir se abandona o desejo de ser padre ou o desejo de se casar. Bom, é melhor assistir ao filme e ver o que acontece. Trocando em miúdos, trata-se de um filme bem água com açúcar, romântico e com pitadas de humor. Destaco ainda os belos cenários naturais do vilarejo, principalmente nas cenas gravadas perto do mar.