O ótimo
drama de guerra “SUÍTE FRANCESA” (“Suite Française”), 2014, Reino Unido, é inspirado no livro
homônimo da escritora ucraniana Irène Némirovsky. A história, ambientada na
cidade francesa de Bussy durante a Segunda Guerra Mundial, é centrada na jovem
Lucile Angellier (Michelle Williams), que mora com a sogra, Madame Angellier
(Kristin Scott Thomas), enquanto espera o marido voltar da guerra. Enquanto
isso, a cidade é dominada por um regimento de nazistas, cujos oficiais exigem
ser acomodados nas melhores casas. Numa delas, justamente a de Madame
Angellier, é hospedado Bruno Von Falk (o ator belga Matthias Schoenaertes), um
oficial refinado que toca piano e compõe – a “Suíte Francesa”, que dá nome ao
título do filme, é uma de suas composições. Como era de se prever, o clima fica
quente entre o alemão e Lucile, o que vai ocasionar várias situações de risco.
O filme é muito bem dirigido por Saul Dibb (“A Duquesa”) e conta com um ótimo
elenco de apoio, incluindo o ator francês Lambert Wilson, Margot Robbie, Sam
Riley e Ruth Wilson. Embora não prejudique o resultado final, fica estranho um
filme ambientado no interior da França ser falado em inglês. Curiosidade: Irène
Némirovsky morreu no Campo de Auschwitz em 1942 e “Suite Française” só foi
publicado em 2004, depois que sua filha Denise encontrou o romance entre os
manuscritos deixados pela escritora.
quarta-feira, 2 de março de 2016
terça-feira, 1 de março de 2016
“BATALON”,
2015, direção de Dimitriy Meskhiev, é um drama de guerra russo baseado em fatos
reais. Ambientado em 1917, conta a história da participação de um batalhão de
mulheres no front da Primeira Guerra Mundial contra os alemães. O grupo foi
formado e autorizado por ordem do então Ministro da Guerra Alexander Kerensky como
uma estratégia para motivar o exército masculino, então em fase de dissolução
por causa da guerra civil provocada pela Revolução Russa. O batalhão de
mulheres ficou conhecido como “O Batalhão da Morte”, pois havia poucas chances
delas voltarem vivas. E, como o filme deixa bem claro, elas sabiam disso, mas
mostraram muita coragem ao assumir o risco. O comando desse grupo ficou a cargo
da oficial Maria Bochkareva (Mariya Aronova), uma mulher que, antes de
ingressar no exército, apanhava do marido. No comando do grupo, porém, ela se
destacou como uma voz que se fazia ouvir e respeitar, mas que tinha lá seus
momentos de ternura. Interpretada por uma ótima atriz, é a personagem mais
interessante do filme, lembrando que a verdadeira Maria Bochkareva foi
consagrada como heroína nacional, motivando a formação de outros batalhões
femininos, o que se tornou prática normal no exército russo a partir de então. Filme
interessante por contar uma história pouco conhecida da Primeira Guerra
Mundial.
“A SAPIÊNCIA” (“La Sapienza”), 2014, França, roteiro e direção de Eugène Green, nascido nos EUA e
naturalizado francês. No dicionário, “Sapiência” quer dizer “Sabedoria”. Mas,
para suportar os 104 minutos desse filme, é preciso ter não apenas Sapiência, e sim uma dose extra de Paciência. O
filme acompanha a crise existencial e de criatividade do renomado arquiteto francês
Alexandre Schmid (Fabrizio Rongione). A situação começa a interferir no seu
casamento com Aliénor (Cristelle Prot). Alexandre resolve fazer uma viagem de
estudos à Itália e leva a esposa. Seu objetivo é se aprofundar na obra de dois
mestres do Barroco, Francesco Borromini e Gian Lorenzo Bernini. Na pequena cidade
de Stresa, o casal conhece os jovens irmãos Lavínia (Arianna Nastro) e Goffredo
(Ludovico Succio). Alexandre convida Goffredo para acompanhá-lo a Roma,
enquanto Aliénor fica em Stresa com Lavínia. Quando estão em cena, Alexandre e
Goffredo dedicam-se a discutir a Arquitetura Clássica italiana, ao mesmo tempo
em que as imagens mostram detalhes das obras de Borromini e Bernini, datadas do
Século XVII - o diretor filma de forma didática, como se preparasse slides para uma aula de Arquitetura (as imagens, aliás, são muito bonitas). As cenas são alternadas com os passeios de Aliénor e Lavínia, cujos
diálogos têm como tema a importância do Amor na vida das pessoas. Viu como é
preciso Paciência para chegar até o final do filme? Recomendo apenas para o
pessoal que está estudando ou é ligado à Arquitetura. E também para quem sofre
de insônia... De qualquer forma, vale acrescentar que o filme foi selecionado
para exibição, durante 2014, nos Festivais de Locarno, Vancouver, Toronto, Londres
e Nova Iorque.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
“MULHER DE OURO” (“Woman in Gold”), 2015, EUA/Inglaterra, direção de Simon
Curtis (“Sete Dias com Marilyn”), conta a história incrível e verídica de uma
mulher austríaca, Maria Altmann (Helen Mirren, e, quando jovem, Tatiana
Maslany), que fugiu dos nazistas no início da Segunda Guerra Mundial e foi
morar em Los Angeles. Seus familiares acabaram mortos nos campos de
concentração na Europa. Quase sessenta anos depois, ela resolve tentar
recuperar as obras de arte roubadas de sua casa em Viena pelos alemães,
principalmente o quadro “Retrato de Adele Bloch-Bauer”, de Gustav Klimt, que há
anos estava exposto na famosa Galeria Belvedere de Viena. Adele, a modelo do
quadro, era a tia preferida de Maria. Para iniciar o processo judicial, Maria
recorre ao jovem advogado Randol Schoenberg (Ryan Reynolds), ele mesmo nascido
na Áustria e neto do famoso compositor. Mesmo com pouca experiência, Randol
assume o caso e resolve enfrentar o governo austríaco nos tribunais. A relação
entre Randol e Maria e o desenrolar da batalha jurídica – cujo final não conto –,
além de flashes da família Altmann nas primeiras décadas do século 20, dão
força ao excelente roteiro escrito pelo dramaturgo Alexi Kaye Campbell. Mais uma vez é Helen Mirren quem domina as
cenas, comprovando porque é uma das melhores atrizes da atualidade. Além dela e
de Ryan Reynolds, estão no elenco Daniel Brühl, Katie Holmes (a ex de Tom
Cruise), Elizabeth McGovern e Jonathan Price.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
O
direito ao voto (sufrágio) foi uma das conquistas mais árduas das mulheres.
Entre fins do Século XIX e princípio do Século XX, elas batalharam em vários
países do mundo para conseguir exercer o direito que, até então, era somente
dos homens. No caso do drama histórico inglês “AS
SUFRAGISTAS” (“Suffragette”), 2015, direção
de Sarah Gavron, a história é ambientada na Inglaterra e mostra como foi que as
mulheres conseguiram conquistar o direito de votar naquele país. O enredo é centralizado na
jovem Maud Watts (Carey Mulligan), que desde os 7 anos de idade trabalhava numa
grande lavanderia de Londres, onde os trabalhadores – principalmente as trabalhadoras - eram
explorados sem qualquer escrúpulo, a começar pelo salário irrisório.
Incentivada por Edith Ellyon (Helena Bonham Carter), proprietária de uma
farmácia que servia de local para as reuniões clandestinas do grupo de
mulheres, Maud ingressa no movimento, contrariando seu marido e seus chefes na
lavanderia. Maud participa das manifestações, apanha da polícia e acaba presa
diversas vezes. A luta dessas mulheres ganha corpo com a presença, em Londres, da
fundadora do movimento britânico do sufragismo, Emmeline Pankhurst (Meryl
Streep). Aliás, a grande Meryl Streep aparece muito pouco, apenas uma ponta. O
filme é muito bom não apenas pela história em si, mas também pelo esmero na
recriação de época, figurinos e cenários. Uma grande produção que merece ser
conferida (Espere os créditos finais, antes dos quais são relacionados inúmeros
países – inclusive o Brasil - e as respectivas datas em que o voto foi liberado
para as mulheres).
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