sábado, 5 de junho de 2021

 

“ESQUADRÃO 6” (“6 UNDERGROUND”), 2019, Estados Unidos, produção original Netflix, 2h8m, direção de Michael Bay, seguindo roteiro escrito por Paul Wernick e Rhett Reese. Se você for fã dos filmes de ação, não deixe de assistir. Como na maioria das produções dentro desse gênero, a história pouco importa. O que vale mesmo são as cenas de ação. E são muitas, algumas delas espetaculares, como aquela que acontece nas ruas de Florença (Itália) nos primeiros vinte minutos. São de tirar o fôlego. Vamos à história. Um bilionário (Ryan Reynolds) forma uma equipe de seis agentes para lutar pelo bem no mundo inteiro. Com um detalhe: todos são considerados desaparecidos ou mortos, ou seja, agem clandestinamente. Cada um deles recebeu um número: Reynolds é o number one; Mélanie Laurent é a number two; o número três é Manuel Garcia-Rulfo; o número 4 é Ben Hardy: a número cinco é Adria Arjona; e o número seis é Dave Franco. Na missão executada em Florença, o número seis acaba morrendo durante a perseguição. Ele logo é substituído por um ex-soldado do exército norte-americano, Corey Arjona, nomeado como o número sete. A próxima missão da equipe é destituir e prender o sanguinário ditador Ravach Alimov (Lior Raz), que governa a república (fictícia) do Turgistão. Ele é responsável pelo assassinato em massa de seus opositores. Na caçada ao ditador, o “Esquadrão 6” viajará por várias partes do mundo, sempre em seu encalço. O ritmo do filme é frenético, com muitas cenas de ação muito bem realizadas, o que é uma especialidade do diretor norte-americano Michael Bay, que tem no currículo ótimos filmes do gênero, como “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, “Sem Dor, Sem Ganho”, “Pearl Harbor” e todos os filmes da franquia “Transformer”. Por causa das sensacionais cenas de ação, “Esquadrão 6” é considerado o filme mais radical de Bay. Além disso, é o segundo filme mais caro já produzido pela Netflix, feito com um orçamento de US$ 150 milhões, somente abaixo de “O Irlandês, de Martin Scorsese, que gastou US$ 175 milhões. Resumo da ópera: “Esquadrão 6” é, sem dúvida, um dos melhores filmes de ação dos últimos anos. Imperdível!   

quinta-feira, 3 de junho de 2021

 

“THE SOUL” (“JI HUN”), 2021, China/Taiwan, disponível na Netflix, 2h10m, roteiro e direção de Cheng Wei-Hao. A história é baseada no romance “Ji Hun”, escrito por Bo Jiang. Estamos em Taipé (capital de Taiwan), ano de 2033. Trata-se, portanto, de uma ficção científica. Mas não só. O enfoque principal é a investigação policial sobre a morte misteriosa do sr. Wang (Samuel K), presidente de um grande grupo empresarial. Na cena do crime, está ao seu lado, desmaiada, sua esposa Li Yan (Anke Sun). O que surpreende ainda mais é que o local parece ter sido palco de um ritual místico, obra do filho do empresário, o maluquinho Tian-You (Lin Hui Min). O promotor Liang Wenchao (Zhang Zhen) e sua esposa, a policial A-Bao (Janine Chang), são encarregados de comandar as investigações. Liang, por sinal, está enfraquecido por um câncer em metástase, mas ele se recusa a descansar. Até aqui, o foco é o trabalho da polícia. Além do suspense policial, a história cria, em torno do crime, fatos que exploram o sobrenatural, troca de corpos, possessão, terror oculto e, por fim, o drama do promotor sofrendo de dores e de metástase no cérebro. Tudo misturado, mais os nomes complicados dos personagens, leva a gente a confundir as coisas. Ou seja, não é um filme muito fácil de digerir, ainda mais pela sua longa duração. De qualquer forma, é um filme esteticamente muito interessante, com uma primorosa fotografia e uma reviravolta bem legal perto do desfecho. Vale a pena assistir. Obs.: estou assistindo a tantos filmes chineses que daqui a pouco estarei falando mandarim (quem dera!)...   

                               

        

terça-feira, 1 de junho de 2021

 

“PASSAGEIRO ACIDENTAL” (“STOWAWAY”), 2020, EUA, 1h56m, produção original Netflix, roteiro e direção do cineasta brasileiro Joe Penna. Mais do que ficção científica, trata-se de um drama de sobrevivência no espaço, resultando em um bom suspense na segunda metade. Uma nave com três tripulantes é enviada para cumprir uma missão de dois anos em Marte. Patrocinada por uma empresa chamada Hyperion, a viagem tem o objetivo de realizar pesquisas no planeta desabitado. A equipe é chefiada pela experiente comandante Marina Barnett (Toni Collette) e conta com a médica Zoe Levenson (Anna Kendrick) e com o cientista botânico David Kim (Daniel Dae Kim). A primeira etapa da viagem compreende uma parada na estação orbital Kingfisher. Quando faz o trabalho de checagem dos equipamentos da nave, eis que a comandante Marina tem uma enorme surpresa. Preso no compartimento onde fica o conjunto de remoção de dióxido de carbono, ela encontra um homem ferido, o tal passageiro acidental do título. Trata-se do engenheiro Michael Adams (Shamier Anderson), que pouco antes da decolagem da nave sofreu um acidente que o deixou preso naquele compartimento. O seu peso causou sérios danos ao equipamento, prejudicando o fornecimento de oxigênio. Eis agora o grande e trágico problema. A configuração da nave, incluindo o nível de oxigênio, foi planejada para abrigar três tripulantes. Com o acidente, sobrará oxigênio para apenas dois tripulantes. Olha só a enrascada. Após analisar as alternativas, eles chegam à conclusão de que só existe uma saída. Buscar oxigênio em um tanque localizado a 450 metros da estação, só acessível por dois cabos de aço. Agora sim, começam os melhores momentos de tensão do filme, pois até aí o filme estava bem entediante, com muito papo furado. A distância terá de ser percorrida por uma arriscada escalada pelos cabos de aço, ainda mais que está chegando nada mais nada menos que uma tempestade solar. Essa parte do filme tem sequências de tirar o fôlego, o que, por si só, acaba “valendo o ingresso”. Este foi o segundo filme escrito e dirigido por Joe Penna, 34 anos – o primeiro foi “Ártico” (“Arctic”), filmado na Islândia e estrelado pelo ator Mads Mikkelsen. Joe Penna, aliás Jônatas de Moura Penna, nasceu em São Paulo e está radicado há alguns anos nos Estados Unidos.  Como não sou muito fã de ficção científica, prefiro recomendar “Passageiro Acidental” apenas pra quem vive no mundo da lua.     

 

segunda-feira, 31 de maio de 2021

 

“WILD DOG”, 2020, Índia, 2h25m, disponível na Netflix, roteiro e direção de Ashishor Solomon. Mais um bom filme de ação e espionagem produzido por Bollywood, contando uma história baseada em fatos reais. Durante a primeira década deste século, vários de atentados à bomba foram responsáveis pela morte de centenas de indianos em várias cidades do país. A autoria dos crimes foi assumida pelo grupo Mujahideen indiano, chefiado pelo terrorista Yasin Bhatkal, que seria preso por agentes da Agência Nacional de Investigação (NIA) numa operação secreta no Nepal. “Wild Dog”, título original do filme e nome da operação efetuada para capturar o terrorista, conta tudo a respeito do planejamento e execução daquele que seria considerado um ato heroico dos agentes do NIA. Vijay Varma (Nagarjuna Akkineni), oficial nomeado para comandar a operação, ficou famoso por assassinar sem perdão aqueles que julgava traidores da pátria, incluindo inúmeros terroristas – em um dos atentados, a filha de Varma foi uma das vítimas fatais. Por suas atitudes intempestivas, Varma passou a ser chamado de “Cão Selvagem”. Quando os atentados terroristas aumentaram, Varma trabalhava no serviço burocrático, uma punição por ter agredido um oficial superior. Para organizar a operação destinada a capturar os terroristas, o governo indiano resolveu recrutar novamente o “Cão Selvagem”, que chamou três homens de sua confiança e mais uma agente que trabalhava como espiã no Nepal, Arya Pandit (Saiyami Kher, a atriz mais bonita de Bollywood). Os cinco seriam responsáveis pela prisão do terrorista, numa arriscada operação clandestina no Nepal. Apesar de bem movimentado, com muita ação e suspense, o filme exagera na patriotada, muito mais do que os norte-americanos costumam fazer com os atos heroicos dos seus soldados. Mas isso não tira os méritos desse ótimo filme indiano, mais um gol de placa de Bollywood. Como curiosidade adicional, o filme é falado em telugo, uma das 22 línguas oficiais da Índia, a terceira mais falada no país, atrás do hindi e do bengalês. “Wild Dog” é um filmaço. Não perca!  

 

domingo, 30 de maio de 2021

 

“THE LAST DAYS OF AMERICAN CRIME” (repito o título original, como está na Netflix), 2020, Estados Unidos, 2h29m, direção do cineasta francês Olivier Megaton. O roteiro, assinado por Karl Gajdusek, é uma adaptação da história em quadrinhos que leva o mesmo título, lançada em 2009, de autoria de Rick Remender e do ilustrador brasileiro Greg Tocchini. Trata-se de um filme de ação ambientado num futuro não muito distante.  O personagem principal é Graham Bricke (Edgar Ramirez), um conhecido ladrão de bancos que, ao lado de milhares de outros marginais, recebeu um chip, colocado atrás da orelha, que emite um sinal que impossibilita as pessoas de cometerem atos ilegais. Após passar por estudos de eficiência, o governo norte-americano resolve anunciar o dia em que o sinal do chip será acionado. Ao mesmo tempo em que isso está acontecendo, Bricke recebe a notícia de que seu irmão se suicidou na cadeia. Será que não foi assassinado? Enquanto tenta desvendar esse mistério, Bricke conhece Kevin Cash (Michael Pitt) e sua namorada Shelby Dupree (Anna Brewster), um casal de malandros drogados que o convida para praticar um último assalto antes do chip ser acionado. O fato de ser um montante de 1 bilhão de dólares desperta o interesse de Bricke. Os três planejam o assalto e a fuga para o Canadá. Apesar de algumas boas sequências de ação, uma especialidade do diretor Megaton (“Busca Implacável 2 e 3”, “Carga Explosiva 3”, “Colombiana: Em Busca de Vingança”), o filme se estende demais em diálogos fúteis e no romance de Bricke com Shelby, a namorada de Kevin. O ator venezuelano Edgar Ramirez, que continua sendo bastante requisitado por Hollywood, é o único do elenco que merece destaque por sua atuação. A atriz e modelo inglesa Anna Brewster não decepciona, mas também não convence. Michael Pitt exagera no papel de drogado, filhinho de papai e rebelde sem causa, assim como outros vilões caricaturais. Nunca fui muito amigo de adaptações das atuais histórias em quadrinhos, principalmente daqueles tais mangás japoneses. “The Last Days of American Crime” é mais uma decepcionante adaptação, com um roteiro complicado que se estende demais da conta, comprovando o exagero da duração de duas horas e meia. Trocando em miúdos, nada de especial, um filme apenas descartável.