“PASSAGEIRO
ACIDENTAL” (“STOWAWAY”), 2020, EUA, 1h56m, produção original Netflix, roteiro e
direção do cineasta brasileiro Joe Penna. Mais do que ficção científica,
trata-se de um drama de sobrevivência no espaço, resultando em um bom suspense
na segunda metade. Uma nave com três tripulantes é enviada para cumprir uma
missão de dois anos em Marte. Patrocinada por uma empresa chamada Hyperion, a
viagem tem o objetivo de realizar pesquisas no planeta desabitado. A equipe é chefiada
pela experiente comandante Marina Barnett (Toni Collette) e conta com a médica
Zoe Levenson (Anna Kendrick) e com o cientista botânico David Kim (Daniel Dae Kim).
A primeira etapa da viagem compreende uma parada na estação orbital Kingfisher.
Quando faz o trabalho de checagem dos equipamentos da nave, eis que a
comandante Marina tem uma enorme surpresa. Preso no compartimento onde fica o conjunto
de remoção de dióxido de carbono, ela encontra um homem ferido, o tal
passageiro acidental do título. Trata-se do engenheiro Michael Adams (Shamier
Anderson), que pouco antes da decolagem da nave sofreu um acidente que o deixou
preso naquele compartimento. O seu peso causou sérios danos ao equipamento,
prejudicando o fornecimento de oxigênio. Eis agora o grande e trágico problema.
A configuração da nave, incluindo o nível de oxigênio, foi planejada para abrigar
três tripulantes. Com o acidente, sobrará oxigênio para apenas dois
tripulantes. Olha só a enrascada. Após analisar as alternativas, eles chegam à
conclusão de que só existe uma saída. Buscar oxigênio em um tanque localizado a
450 metros da estação, só acessível por dois cabos de aço. Agora sim, começam
os melhores momentos de tensão do filme, pois até aí o filme estava bem
entediante, com muito papo furado. A distância terá de ser percorrida por uma arriscada
escalada pelos cabos de aço, ainda mais que está chegando nada mais nada menos que uma
tempestade solar. Essa parte do filme tem sequências de
tirar o fôlego, o que, por si só, acaba “valendo o ingresso”. Este foi o
segundo filme escrito e dirigido por Joe Penna, 34 anos – o primeiro foi “Ártico”
(“Arctic”), filmado na Islândia e estrelado pelo ator Mads Mikkelsen. Joe
Penna, aliás Jônatas de Moura Penna, nasceu em São Paulo e está radicado há
alguns anos nos Estados Unidos. Como não
sou muito fã de ficção científica, prefiro recomendar “Passageiro Acidental” apenas
pra quem vive no mundo da lua.
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