sábado, 11 de julho de 2020

“O ESPIÃO” (“The Spy”), 2019, minissérie israelense com 6 episódios, disponível na plataforma Netflix, roteiro e direção de Gideon Ralf. Baseado em fatos reais, o filme conta uma das histórias mais fantásticas e emocionantes do mundo da espionagem mundial. No início da década de 60 do século passado, Eli Cohen (Sacha Baron Cohen), judeu nascido no Egito e residente em Telavive (Israel), é recrutado pelo Mossad (serviço secreto de Israel) para uma missão das mais difíceis: infiltrar-se na Síria como espião. Antes, porém, passou por um rigoroso treinamento por especialistas do Mossad. Para disfarçar, Cohen entrou na Síria como Kamal Amin Ta’Abat, um rico empresário do ramo de importação e exportação, com conexões comerciais por vários países. O fato de aparentar ser um empresário bem sucedido contribuiu para que ele fizesse amizade com políticos e militares do alto escalão do governo sírio, ganhando sua confiança a tal ponto que foi  cogitado para o cargo de Ministro da Defesa da Síria. Cohen chegou a fazer negócios com Mohamed Bin Laden, pai do futuro terrorista Osama (que aparece no filme ainda garoto). Ao longo de cinco anos, de 1961 a 1965, suas informações secretas foram vitais para que Israel pudesse se antecipar militarmente aos ataques desferidos pela Síria e outros países árabes, como aconteceu alguns anos depois na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Famoso por suas comédias de humor ácido, o ator britânico Sacha Baron Cohen revela-se aqui um ótimo ator dramático. É ele quem carrega a minissérie nas costas, embora tenha a companhia de um ótimo elenco, cujos nomes mais conhecidos são Noah Emmerick, Hadar Ratzon, Alexander Siddig e Tim Seyfi. “O Espião” garante muita ação e suspense, um filme tenso do começo ao fim. A gente fica imaginando como o espião manteve a calma num nível de pressão tão intenso. Enfim, a minissérie é ótima, pela história em si, como foi adaptada e produzida, com destaque para a primorosa reconstituição de época, especialmente os cenários e os figurinos. Imperdível!


quinta-feira, 9 de julho de 2020


“NADA ORTODOXA” (“Unorthodox”), Alemanha, minissérie da Netflix (lançada em 26 de março de 2020), em quatro capítulos, direção de Maria Schrader, com roteiro escrito por Anna Winger e Alexa Karolinski, que adaptaram a história inspiradas na autobiografia de Deborah Feldman (“Unorthodox: The Scandalous Rejection of My Hasidic Roots”), de 2012. O drama é todo centrado na jovem judia Esther Shapiro (Shira Haas), de 19 anos, que mora com a família ultraortodoxa no bairro de Williamsburg, Brooklyn (Nova Iorque). É norma entre os judeus hassídicos da comunidade casar suas jovens filhas para que logo tenham filhos, uma forma, segundo a tradição ultraortodoxa, de repor as vidas perdidas no Holocausto. Seguindo esse preceito, Esther Shapiro foi obrigada a casar com Yanky (Amit Rahav), um jovem fanático religioso de boa família. Só que o casamento não dá certo, principalmente porque Esther tem problemas em consumar o ato sexual e, portanto, dificilmente ficará grávida. A pressão é tão grande que a jovem decide fugir para a Alemanha, onde mora sua mãe Leah (Alex Reid), que também havia abandonado o marido e a filha em Williamsburg. Em Berlim, Esther fica amiga de um grupo de músicos e tenta iniciar uma nova vida. Ofendida em sua moral religiosa, a família do marido abandonado resolve ir buscá-la em Berlim. Yanky e o primo Moishe (Jeff Wilbusch) viajam para tentar convencê-la a voltar. Ambientada em Nova Iorque e Berlim, e falada em inglês, íidiche e alemão, a minissérie tem como principal atrativo as tradições judaicas ortodoxas, segundo as quais as mulheres servem somente para procriar e cuidar da casa. Destaque para o excelente elenco, em especial para a atriz israelense Shira Haas, com uma atuação fenomenal, e para o primoroso roteiro. Enfim, uma minissérie imperdível.          


segunda-feira, 6 de julho de 2020


Se você procura um ótimo entretenimento na telinha, não perca “EM RITMO DE FUGA” (“BABY DRIVER”), 2017, Estados Unidos, 1h53m, roteiro e direção de Edgar Wright. Não tem erro. Doc (Kevin Spacey) é um financiador de assaltos: contrata bandidos para roubar bancos, correios e qualquer outra coisa que diga respeito a muito dinheiro. Ele nunca trabalha com a mesma equipe, só com Baby (Ansel Elgort), um motorista que dá fuga aos criminosos e sabe, como ninguém, despistar a polícia. Um piloto incrível, mesmo que sofra de uma deficiência auditiva depois de um acidente automobilístico quando era criança. Ficou um zumbido terrível nos ouvidos e, para abafá-los, usa o tempo inteiro fones com música no mais alto volume. O filme já começa em alta rotação, com uma perseguição pelas ruas de Atlanta de tirar o fôlego. Outras perseguições acontecerão, filmadas com muita competência. Em meio aos assaltos, o roteiro abre espaço para o romance: Baby conhece Débora (a atriz inglesa Lily James), uma atendente de lanchonete. Os dois se apaixonam e Baby resolve largar a vida de crimes, mas antes, como deve dinheiro a Doc, ainda será cúmplice de um novo assalto, que acaba se complicando e termina em tragédia. “Em Ritmo de Fuga” foi um grande sucesso de bilheteria, arrecadando nas primeiras semanas de lançamento nada menos do que 226 milhões de dólares, lembrando que o orçamento da produção não passou de 34 milhões de dólares. O elenco conta ainda com Jamie Foxx, Jon Hamm e Eiza González. Destaque especial para a deliciosa trilha sonora: The Jon Spencer Blues Explosion, The Beach Boys, The Commodores, Barry White, Sky Ferreira, Run the Jewls e Queen. Enfim, o filme tem uma boa história, muita ação, romance e humor, ingredientes que completam um entretenimento de primeira. Esqueça os problemas e dê uma folga aos seus neurônios. Embarque nessa ótima aventura e aproveite a diversão (disponível na plataforma Netflix).               

domingo, 5 de julho de 2020


Se você continua alimentando algum preconceito contra o cinema asiático, comece a rever os seus conceitos. Os filmes sul-coreanos, por exemplo, têm dado mostras de que estão fazendo um excelente cinema. Vide “Parasita”. Outra boa comprovação da qualidade do cinema sul-coreano é “CHUVA DE AÇO” (“GANGCHEOLBI”) – em inglês, “Steel Rain” -, 2017, roteiro e direção de Yang Woo-Seok, 2h19m. Um filmaço de ação, com muito suspense e ritmo alucinante. Enquanto as duas Coreias começam a se preparar para negociações de paz com objetivo de conduzir os países à reunificação, um golpe militar ocorre no país comunista, com a tentativa de assassinato do atual líder do governo Kim Jong-un, que fica muito ferido no atentado. Um experiente agente secreto norte-coreano, Eom (Jung Chul-Woo), consegue resgatar o seu líder e o leva secretamente para a Coreia do Sul. Aqui, Eom entra em contato como o governo sul-coreano e pede proteção. A negociação é acertada com um alto oficial do serviço secreto da Coreia do Sul, Kwak Chul-Woo (Kwak D-Won). Ambos se unem numa missão secreta para evitar uma guerra entre os dois países. É ação do começo ao fim, corda esticada ao máximo, envolvendo não só as duas Coreias, mas também os governos dos Estados Unidos e do Japão, aliados da Coreia do Sul, e a China, parceira da Coreia Comunista. A tensão aumenta cada vez mais, pois existe uma possibilidade enorme de começar uma guerra nuclear. “Chuva de Aço” estreou nos cinemas sul-coreanos no dia 14 de dezembro de 2017, batendo recordes de bilheteria. O filme também está disponível na plataforma Netflix desde o dia 14 de março de 2018. Um filmaço!