“O
ESPIÃO” (“The Spy”), 2019, minissérie israelense com 6 episódios, disponível na
plataforma Netflix, roteiro e direção de Gideon Ralf. Baseado em fatos reais, o
filme conta uma das histórias mais fantásticas e emocionantes do mundo da espionagem mundial. No
início da década de 60 do século passado, Eli Cohen (Sacha Baron Cohen), judeu
nascido no Egito e residente em Telavive (Israel), é recrutado pelo Mossad
(serviço secreto de Israel) para uma missão das mais difíceis: infiltrar-se na
Síria como espião. Antes, porém, passou por um rigoroso treinamento por
especialistas do Mossad. Para disfarçar, Cohen entrou na Síria como Kamal Amin
Ta’Abat, um rico empresário do ramo de importação e exportação, com conexões
comerciais por vários países. O fato de aparentar ser um empresário bem
sucedido contribuiu para que ele fizesse amizade com políticos e militares do alto
escalão do governo sírio, ganhando sua confiança a tal ponto que foi cogitado para o cargo de Ministro da Defesa da Síria. Cohen chegou a fazer
negócios com Mohamed Bin Laden, pai do futuro terrorista Osama (que aparece no
filme ainda garoto). Ao longo de cinco anos, de 1961 a 1965, suas informações
secretas foram vitais para que Israel pudesse se antecipar militarmente aos
ataques desferidos pela Síria e outros países árabes, como aconteceu alguns
anos depois na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Famoso por suas comédias de humor
ácido, o ator britânico Sacha Baron Cohen revela-se aqui um ótimo ator
dramático. É ele quem carrega a minissérie nas costas, embora tenha a companhia
de um ótimo elenco, cujos nomes mais conhecidos são Noah Emmerick, Hadar
Ratzon, Alexander Siddig e Tim Seyfi. “O Espião” garante muita ação e suspense,
um filme tenso do começo ao fim. A gente fica imaginando como o espião manteve
a calma num nível de pressão tão intenso. Enfim, a minissérie é ótima, pela
história em si, como foi adaptada e produzida, com destaque para a primorosa
reconstituição de época, especialmente os cenários e os figurinos. Imperdível!
sábado, 11 de julho de 2020
quinta-feira, 9 de julho de 2020
“NADA
ORTODOXA” (“Unorthodox”), Alemanha, minissérie da Netflix (lançada em 26 de março de 2020), em
quatro capítulos, direção de Maria Schrader, com roteiro escrito por Anna
Winger e Alexa Karolinski, que adaptaram a história inspiradas na autobiografia de Deborah
Feldman (“Unorthodox: The Scandalous Rejection of My Hasidic Roots”), de 2012. O
drama é todo centrado na jovem judia Esther Shapiro (Shira Haas), de 19 anos, que
mora com a família ultraortodoxa no bairro de Williamsburg, Brooklyn (Nova
Iorque). É norma entre os judeus hassídicos da comunidade casar suas jovens
filhas para que logo tenham filhos, uma forma, segundo a tradição ultraortodoxa,
de repor as vidas perdidas no Holocausto. Seguindo esse preceito, Esther
Shapiro foi obrigada a casar com Yanky (Amit Rahav), um jovem fanático
religioso de boa família. Só que o casamento não dá certo, principalmente
porque Esther tem problemas em consumar o ato sexual e, portanto, dificilmente
ficará grávida. A pressão é tão grande que a jovem decide fugir para a Alemanha,
onde mora sua mãe Leah (Alex Reid), que também havia abandonado o marido e a
filha em Williamsburg. Em Berlim, Esther fica amiga de um grupo de músicos e
tenta iniciar uma nova vida. Ofendida em sua moral religiosa, a família do marido abandonado resolve ir buscá-la
em Berlim. Yanky e o primo Moishe (Jeff Wilbusch) viajam para tentar convencê-la
a voltar. Ambientada em Nova Iorque e Berlim, e falada em inglês, íidiche e alemão, a minissérie tem como principal
atrativo as tradições judaicas ortodoxas, segundo as quais as mulheres servem somente
para procriar e cuidar da casa. Destaque para o excelente elenco, em especial
para a atriz israelense Shira Haas, com uma atuação fenomenal, e para o primoroso
roteiro. Enfim, uma minissérie imperdível.
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Se você
procura um ótimo entretenimento na telinha, não perca “EM RITMO DE FUGA” (“BABY
DRIVER”), 2017, Estados Unidos, 1h53m, roteiro e direção de Edgar Wright. Não
tem erro. Doc (Kevin Spacey) é um financiador de assaltos: contrata bandidos
para roubar bancos, correios e qualquer outra coisa que diga respeito a muito
dinheiro. Ele nunca trabalha com a mesma equipe, só com Baby (Ansel Elgort), um
motorista que dá fuga aos criminosos e sabe, como ninguém, despistar a polícia.
Um piloto incrível, mesmo que sofra de uma deficiência auditiva depois de um
acidente automobilístico quando era criança. Ficou um zumbido terrível nos ouvidos
e, para abafá-los, usa o tempo inteiro fones com música no mais alto volume. O
filme já começa em alta rotação, com uma perseguição pelas ruas de Atlanta de
tirar o fôlego. Outras perseguições acontecerão, filmadas com muita
competência. Em meio aos assaltos, o roteiro abre espaço para o romance: Baby conhece Débora (a atriz inglesa Lily James), uma atendente de lanchonete.
Os dois se apaixonam e Baby resolve largar a vida de crimes, mas antes, como
deve dinheiro a Doc, ainda será cúmplice de um novo assalto, que acaba se
complicando e termina em tragédia. “Em Ritmo de Fuga” foi um grande sucesso de
bilheteria, arrecadando nas primeiras semanas de lançamento nada menos do que
226 milhões de dólares, lembrando que o orçamento da produção não passou de 34
milhões de dólares. O elenco conta ainda com Jamie Foxx, Jon Hamm e Eiza González.
Destaque especial para a deliciosa trilha sonora: The Jon Spencer Blues
Explosion, The Beach Boys, The Commodores, Barry White, Sky Ferreira, Run the
Jewls e Queen. Enfim, o filme tem uma boa história, muita ação, romance e humor, ingredientes
que completam um entretenimento de primeira. Esqueça os problemas e dê uma folga
aos seus neurônios. Embarque nessa ótima aventura e aproveite a diversão (disponível na plataforma Netflix).
domingo, 5 de julho de 2020
Se você continua
alimentando algum preconceito contra o cinema asiático, comece a rever os seus
conceitos. Os filmes sul-coreanos, por exemplo, têm dado mostras de que estão
fazendo um excelente cinema. Vide “Parasita”. Outra boa comprovação da
qualidade do cinema sul-coreano é “CHUVA DE AÇO” (“GANGCHEOLBI”) – em inglês,
“Steel Rain” -, 2017, roteiro e direção de Yang Woo-Seok, 2h19m. Um filmaço de
ação, com muito suspense e ritmo alucinante. Enquanto as duas Coreias começam a se preparar para negociações de paz com objetivo de conduzir os países à reunificação, um
golpe militar ocorre no país comunista, com a tentativa de assassinato do atual
líder do governo Kim Jong-un, que fica muito ferido no atentado. Um experiente agente
secreto norte-coreano, Eom (Jung Chul-Woo), consegue resgatar o seu líder e o
leva secretamente para a Coreia do Sul. Aqui, Eom entra em contato como o governo
sul-coreano e pede proteção. A negociação é acertada com um alto
oficial do serviço secreto da Coreia do Sul, Kwak Chul-Woo (Kwak D-Won). Ambos se
unem numa missão secreta para evitar uma guerra entre os dois países. É ação do
começo ao fim, corda esticada ao máximo, envolvendo não só as duas Coreias, mas
também os governos dos Estados Unidos e do Japão, aliados da Coreia do Sul, e a
China, parceira da Coreia Comunista. A tensão aumenta cada vez mais, pois existe
uma possibilidade enorme de começar uma guerra nuclear. “Chuva de Aço” estreou
nos cinemas sul-coreanos no dia 14 de dezembro de 2017, batendo recordes de
bilheteria. O filme também está disponível na plataforma Netflix desde o dia 14
de março de 2018. Um filmaço!
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