sábado, 17 de fevereiro de 2024

 

JERRY E MARGE TIRAM A SORTE GRANDE (JERRY E MARGE GO LARGE), 2022, Estados Unidos, 1h36m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Dave Frankel (“O Diabo Veste Prada”, “Marley & Eu”), seguindo roteiro assinado por Brad Copeland. Baseado em fatos reais, ou seja, o filme relembra a incrível história do aposentado Jerry Selbee (Bryan Craston) e sua esposa Marge Selbee (Annette Bening), moradores de uma pequena e pacata cidade do Michegan, que entre 2003 e 2012, ganharam cerca de US$ 26 milhões apostando na Loteria Windfall, de Massachusetts. Para ganhar, Jerry descobriu uma brecha matemática na loteria, de forma a garantir os prêmios de acordo com a quantidade de bilhetes comprados. Jerry e a esposa chegaram a criar uma empresa (GS Investment Strategies LLC) para administrar os prêmios e distribuir pelos sócios, todos moradores da pequena cidade. No meio do caminho haveria, porém, um estudante universitário gênio da matemática que descobriu o método e passou a concorrer com Jerry. Confusão formada. Completam o elenco Uly Schlesinger, Rainn Wilson, K.D. O’Hair, Tori Kelly, Anna Camp, Larry Wilmore, Jake McDorman e Michael McKean. Levado num tom de comédia, o filme tem produção simples, roteiro enxuto e poucos trunfos a apresentar, a não ser a dupla de protagonistas principais, Annette Bening e Bryan Craston. Daí surgiu uma dúvida: por que dois atores tão talentosos, famosos e premiados, toparam participar de um filme de tão pouca repercussão. Annette Bening, por exemplo, é uma das favoritas ao Oscar 2024 de Melhor Atriz por “Nyad”, este sim uma produção à altura do seu talento (por esse papel, recebeu o Globo de Ouro). Annette também teve outras três indicações ao Oscar, por “Os Imorais” (1990), “Beleza Americana" (1999) e “Adorável Júlia (2004), pelo qual ganhou o Globo de Ouro. No caso de Bryan Craston, se destacou na série de grande sucesso “Breaking Bad”, conquistando vários Emmys e um “Globo de Ouro”. Em 2016, foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por “Trumbo”. Voltando a “Jerry e Marge Tiram a Sorte Grande”, não espere muito, mas não chega a decepcionar. Trata-se apenas de um filme leve, agradável de assistir, mas fica longe de uma recomendação entusiasmada.      

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A CONFERÊNCIA (DIE WANNSEEKONFERENZ), 2022, Alemanha, 1h48m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Matti Geschonneck, seguindo roteiro assinado por Magnus Vattrodt e Paul Mommertz. O filme apresenta um fato da maior importância da história mundial ligado à Segunda Grande Guerra. No dia 20 de janeiro de 1942, representantes do alto escalão do regime nazista se reuniram em uma mansão à beira do lago Wannsee, próximo a Berlim, para planejar o assassinato em massa de milhões em toda a Europa. Convidados por Reinhard Heydrich, chefe da polícia de segurança de Hitler, estavam lá 15 líderes da SS, do NSDAP (Partido Nacional Socialista) e ministros do governo alemão. O tema colocado em discussão foi a “Solução Final da Questão Judaica”, ou seja, qual o destino que deveriam dar aos judeus presos em toda a Europa. O objetivo comtemplaria pelo menos 11 milhões de judeus. O filme é verborrágico demais, mas não poderia ser diferente, já que a conferência foi feita com discussões, sugestões, apresentação de relatórios etc. O roteiro é bastante fiel aos fatos, já que foi baseado na ata da reunião escrita por Adolf Eichmann, aquele mesmo que seria capturado anos depois pelo Mossad (serviço secreto de Israel) na Argentina e executado em 1962. É preciso ter estômago forte para ouvir tanta maldade, tanto ódio destilado contra os judeus. Mesmo dentro desse contexto pesado demais, o filme foi sucesso em vários festivais internacionais de cinema, entre os quais o do Rio de Janeiro, o Riga International Film Festival e o Norwegian International Film Festival. Para quem curte fatos históricos mundiais, como eu, trata-se de um filme obrigatório, repleto de informações importantes, uma verdadeira aula de História.     

  

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

O MAURITANO (THE MAURITANIAN), 2021, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, 2h10m, em cartaz na Prime Vídeo, direção do escocês Kevin MacDonald, cineasta que ficou conhecido, principalmente, por dirigir filmes elogiados como “O Último Rei da Escócia” e “Intrigas de Estado”. O roteiro é assinado por Rory Hainese e Sohrab Noshirvani. Pena que esse drama está meio escondidinho na Prime Vídeo, pois é um grande filme. Conta a história de Mohamedou Ould Slahi (o ótimo ator francês de descendência argelina Tahar Rahim), nascido na Mauritânia (país do noroeste africano). A história começa em 2002, quando os Estados Unidos estavam empenhados em prender os envolvidos no atentado de 11 de setembro de 2001. Entre eles estava o mauritano, acusado de colaborar com os terroristas. Ele foi preso em seu país e depois levado para a prisão de Guantánamo, base militar norte-americana em Cuba. Mesmo sem uma prova contundente, Mahamedou ficou preso de 2002 a 2016, sofrendo as mais bárbaras torturas. Toda essa história foi contada por ele no livro “O Diário de Guantánamo”, cujo conteúdo serviu como base para o roteiro. Durante o período em que esteve preso, Mahamedou recebeu a assistência jurídica de duas advogadas, Nancy Hollander (Jodie Foster, que ganhou o “Globo de Ouro” pelo papel) e Teri Duncan (Shailene Woodley). O ator inglês Benedict Cumberbatch ficou com o personagem Stuart Couch, promotor militar encarregado de buscar provas para condenar o mauritano. O filme é muito bom, impactante, realista, merece ser visto. Simplesmente imperdível!