“TUDO
NOS SEPARA” (“TOUT NOUS SÉPARE”), 2017, escrito e dirigido por
Thierry Klifa. Existem três bons motivos
para recomendar este excelente thriller
francês. Primeiro, o roteiro muito bem elaborado, originando uma história bem
interessante e repleta de suspense. O segundo bom motivo é a direção de Thierry
Klifa, que consegue manter o clima angustiante de tensão do começo ao fim,
lembrando um fio bem esticado a ponto de se romper de repente. O terceiro
motivo é o ótimo elenco, capitaneado pelas atrizes Catherine Deneuve e Diane
Kruger, com destaque também para Brigitte Sy e os atores Nicolas Duvauchelle e Nekfeu
(um rapper francês de grande sucesso, cujo nome verdadeiro é Ken Samaras). Vamos
finalmente à história: Julia Keller (Kruger) é a filha drogada e problemática
da empresária Louise Keller (Deneuve). O namorado de Júlia é Rodolphe Calavera
(Duvauchelle), um delinquente que ganha a vida traficando drogas. Ao lado de
seu companheiro Ben Torres (Nekfeu), ele se envolve com uma violenta quadrilha
de traficantes, à qual acabam devendo uma grana bem alta. Em paralelo, o clima
entre Julia e Rodolphe não está nada bom, culminando com uma briga em que ela
acaba acertando-lhe a cabeça com uma barra de ferro. O cara morre e Julia corre
para a saia da mãe, pedindo para lhe ajudar a sair dessa situação. Elas tentam encobrir
o assassinato, mas Ben desconfia e passa a chantagear Louise. No desfecho
haverá uma reviravolta surpreendente, valorizando ainda mais este bom suspense
francês. Vale a pena!
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
domingo, 26 de agosto de 2018
“O
MOTORISTA DE TÁXI” (“TAEKSI WOONJUNSA”), 2017, Coreia do Sul, roteiro
e direção de Jang Hoon. Mais um excelente exemplar do cada vez melhor cinema
sul-coreano. A história é baseada em incríveis fatos reais ocorridos em maio de
1980, quando o motorista de táxi Man-Seop (Song Kang-Ho, o ator sul-coreano mais popular da atualidade), afundado em dívidas,
aceita levar o jornalista alemão Peter (Tohmas Kretschmann) de Seul para a
cidade de Gwangiu, onde o exército do ditador Chun Doo-Hwan promovia uma
sangrenta repressão contra os contrários ao governo, assassinando centenas de
civis, principalmente estudantes. Alheio aos acontecimentos, Man-Seop acha que
sua missão será tranquila. Mal sabe ele que será envolvido nas manifestações,
correndo risco de vida, ele e o jornalista alemão. O grande mérito desse filme
é relembrar com realismo o que aconteceu naquela época, ou seja, um fato
histórico da maior importância. Apesar do contexto violento da história, o
diretor Jang Hoon conseguiu alguma sensibilidade com a amizade entre o
motorista de táxi e o jornalista alemão. Nos créditos finais, o verdadeiro
jornalista alemão aparece vinte e tantos anos depois dando um depoimento emocionado
sobre essa amizade, afirmando que teria a maior alegria em reencontrar o amigo
sul-coreano, o que, infelizmente, não aconteceu. O filme é ótimo, imperdível! Para
terminar, lembro que foi o filme escolhido para representar a Coreia do Sul na
disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro.
O drama argentino “MATER”, 2017, foi inspirado na peça
teatral “El Viento em um Violin”, do dramaturgo Claudio Tolcachir. O elenco do
filme é o mesmo que atuou na peça, ou seja, Lautaro Perotti, Araceli Dvoskin,
Tamara Kiper, Inda Lavalle e Miriam Cordeiro. Este é o primeiro longa-metragem escrito
e dirigido por Pablo D’Alo Abba, mais conhecido na Argentina como realizador de
documentários. A história de “MATER”
é centrada no jovem Dario (Perotti), mimado, folgado e dependente da mãe Mecha
(Miriam Odorico), que toma todas as decisões pelo filho e o domina na base da rédea
curta. Vendo que seu filho, aos 30 anos, não quer nada com a hora da Argentina,
Mecha paga umas consultas com um psicólogo, sem resultados. As sessões são um
fracasso, pois Dario se acha um gênio da psicologia e quer ensinar o coitado do
psicólogo. As sessões até que rendem alguns momentos bem-humorados. Corre em
paralelo a história de Celeste (Tamara Kiper) e Lena (Inda Lavalle), que querem
ser mães – ou pais, lá sei eu – e resolvem encontrar um homem numa balada. O
escolhido é justamente Dario, que é obrigado na base da força a consumar o ato.
Por aquelas coincidências que só acontecem em filme, uma das lésbicas é filha
de Nora (Araceli Dvoskin), empregada há muitos anos na casa de Dario. A
confusão está formada, e as duas famílias vão ter que resolver com quem ficará
a criança. Mais um bom filme argentino que merece ser visto.
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