quinta-feira, 30 de agosto de 2018


“TUDO NOS SEPARA” (“TOUT NOUS SÉPARE”), 2017, escrito e dirigido por Thierry Klifa.  Existem três bons motivos para recomendar este excelente thriller francês. Primeiro, o roteiro muito bem elaborado, originando uma história bem interessante e repleta de suspense. O segundo bom motivo é a direção de Thierry Klifa, que consegue manter o clima angustiante de tensão do começo ao fim, lembrando um fio bem esticado a ponto de se romper de repente. O terceiro motivo é o ótimo elenco, capitaneado pelas atrizes Catherine Deneuve e Diane Kruger, com destaque também para Brigitte Sy e os atores Nicolas Duvauchelle e Nekfeu (um rapper francês de grande sucesso, cujo nome verdadeiro é Ken Samaras). Vamos finalmente à história: Julia Keller (Kruger) é a filha drogada e problemática da empresária Louise Keller (Deneuve). O namorado de Júlia é Rodolphe Calavera (Duvauchelle), um delinquente que ganha a vida traficando drogas. Ao lado de seu companheiro Ben Torres (Nekfeu), ele se envolve com uma violenta quadrilha de traficantes, à qual acabam devendo uma grana bem alta. Em paralelo, o clima entre Julia e Rodolphe não está nada bom, culminando com uma briga em que ela acaba acertando-lhe a cabeça com uma barra de ferro. O cara morre e Julia corre para a saia da mãe, pedindo para lhe ajudar a sair dessa situação. Elas tentam encobrir o assassinato, mas Ben desconfia e passa a chantagear Louise. No desfecho haverá uma reviravolta surpreendente, valorizando ainda mais este bom suspense francês. Vale a pena!                                            

domingo, 26 de agosto de 2018


“O MOTORISTA DE TÁXI” (“TAEKSI WOONJUNSA”), 2017, Coreia do Sul, roteiro e direção de Jang Hoon. Mais um excelente exemplar do cada vez melhor cinema sul-coreano. A história é baseada em incríveis fatos reais ocorridos em maio de 1980, quando o motorista de táxi Man-Seop (Song Kang-Ho, o ator sul-coreano mais popular da atualidade), afundado em dívidas, aceita levar o jornalista alemão Peter (Tohmas Kretschmann) de Seul para a cidade de Gwangiu, onde o exército do ditador Chun Doo-Hwan promovia uma sangrenta repressão contra os contrários ao governo, assassinando centenas de civis, principalmente estudantes. Alheio aos acontecimentos, Man-Seop acha que sua missão será tranquila. Mal sabe ele que será envolvido nas manifestações, correndo risco de vida, ele e o jornalista alemão. O grande mérito desse filme é relembrar com realismo o que aconteceu naquela época, ou seja, um fato histórico da maior importância. Apesar do contexto violento da história, o diretor Jang Hoon conseguiu alguma sensibilidade com a amizade entre o motorista de táxi e o jornalista alemão. Nos créditos finais, o verdadeiro jornalista alemão aparece vinte e tantos anos depois dando um depoimento emocionado sobre essa amizade, afirmando que teria a maior alegria em reencontrar o amigo sul-coreano, o que, infelizmente, não aconteceu. O filme é ótimo, imperdível! Para terminar, lembro que foi o filme escolhido para representar a Coreia do Sul na disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro.                                            


O drama argentino “MATER”, 2017, foi inspirado na peça teatral “El Viento em um Violin”, do dramaturgo Claudio Tolcachir. O elenco do filme é o mesmo que atuou na peça, ou seja, Lautaro Perotti, Araceli Dvoskin, Tamara Kiper, Inda Lavalle e Miriam Cordeiro. Este é o primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Pablo D’Alo Abba, mais conhecido na Argentina como realizador de documentários. A história de “MATER” é centrada no jovem Dario (Perotti), mimado, folgado e dependente da mãe Mecha (Miriam Odorico), que toma todas as decisões pelo filho e o domina na base da rédea curta. Vendo que seu filho, aos 30 anos, não quer nada com a hora da Argentina, Mecha paga umas consultas com um psicólogo, sem resultados. As sessões são um fracasso, pois Dario se acha um gênio da psicologia e quer ensinar o coitado do psicólogo. As sessões até que rendem alguns momentos bem-humorados. Corre em paralelo a história de Celeste (Tamara Kiper) e Lena (Inda Lavalle), que querem ser mães – ou pais, lá sei eu – e resolvem encontrar um homem numa balada. O escolhido é justamente Dario, que é obrigado na base da força a consumar o ato. Por aquelas coincidências que só acontecem em filme, uma das lésbicas é filha de Nora (Araceli Dvoskin), empregada há muitos anos na casa de Dario. A confusão está formada, e as duas famílias vão ter que resolver com quem ficará a criança. Mais um bom filme argentino que merece ser  visto.