“HIGH LIFE”, 2018,
França, 1h53m, direção de Claire Denis, que também assina o roteiro ao lado de
Jean-Pol Fargeau e Geoff Cox. A estreia do filme, o primeiro da veterana
diretora francesa falado em inglês, aconteceu em setembro de 2018 durante o
Festival de Cinema de Toronto (Canadá) e, de cara, causou grande polêmica entre
os críticos especializados e o público, uns contra outros a favor. A história
(totalmente ambientada numa nave): um grupo de criminosos é “recrutado” do
corredor da morte e enviado numa nave para o espaço em direção do Buraco Negro
mais próximo do Sistema Solar. Sua missão: descobrir novas energias
alternativas. Eles não sabiam, mas desconfiavam, que a passagem era só de ida. Dois
personagens se destacam na história: a médica Dibs (Juliette Binoche), e Monte
(Robert Pattinson). Dibs cuida da saúde do pessoal, além de fazer experiências
reprodutivas. Ela é movida a sexo, enfim, uma ninfomaníaca. Monte é pai de um
bebê provavelmente fruto das experiências de Dibs. A mãe não é revelada, a não
ser que seja um bebê de proveta. Todos os ocupantes da nave apresentam
comportamentos estranhos e perigosos, o que aumenta o suspense em relação ao
que acontecerá na próxima cena. Confesso que no início do filme fiquei
incomodado com o estilo adotado pela veterana diretora francesa, lembrando
muito os filmes do abominável e insuportável diretor norte-americano Terrence
Malick. Ou seja, textos em off, legendados, filosofando a respeito da vida, dos
seres humanos e suas atitudes, cenas longas e uma lentidão quase sonífera. Apesar
disso, é um filme bastante interessante, que tem como principal trunfo as
excelentes performances de Juliette Binoche e Robert Pattinson. Assisti a
vários filmes de Claire Denis, entre os quais recomendo “Minha Terra, África”
(2009), “Deixe a Luz do Sol Entrar” (2018), também com Binoche, “Bom Trabalho”
(1999) e "25 Doses de Run" (2008).
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
“HUROK”, 2016,
Hungria, 1h35m, roteiro e direção de Isti Madarász, sua estreia em longas. Em
português, hurok quer dizer laço, mas como o filme não chegou por aqui –
e duvido que chegue - não teve tradução. Ádám (Dénes Száraz) é um sujeito fracassado
que vive de bicos, o principal deles como traficante de drogas a serviço do
truculento Dezsõ (Zsolt Anger), segurança de um hospital. Em sua rotina de
trabalho, Ádám conhece a viciada Anna (Dorina Martinovics), pela qual se apaixona.
Um dia, os namorados resolvem aplicar um golpe em Dezsõ, ou seja, vender um
grande lote de drogas e fugir da Hungria. Só que o planejado dá errado. Anna fica
grávida e se recusa a participar da tramoia e Dezsõ descobre a traição. Para
piorar ainda mais a situação, Anna morre atropelada. Até aí, a história corre
de forma normal. Só que o roteiro dá uma guinada radical, reproduzindo as cenas
iniciais com a participação de um “outro” Ádám, que vê tudo prestes a acontecer
e tem a oportunidade de mudar o destino dos fatos e, principalmente, tentar evitar a morte
de Anna. Sem dúvida, um filme bastante interessante, criativo e original, que
merece ser visto.
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