quinta-feira, 23 de julho de 2020


Eleita pelos críticos de cinema como a melhor minissérie europeia de 2016, a norueguesa “NOBEL” (“NOBEL – FRED PARA ENHVER PRIS”) realmente é sensacional. Como afirmou um crítico, “É instantaneamente viciante”. Concordo plenamente, pois é difícil fazer um intervalo, por menor que seja, entre os 8 capítulos (cada um de 45 minutos). O pano de fundo é a participação da Noruega na Guerra do Afeganistão. Por trás da intenção de combater o Talibã, porém, há outros motivos para que o governo norueguês envie seus soldados. Como mostra a minissérie, a principal motivação é um acordo envolvendo a produção e venda de petróleo, negócio que também contemplaria uma parceria com o governo da China. Além dos bastidores dessas negociatas, a minissérie confere maior destaque à participação de um grupo das forças especiais do exército norueguês comandado pelo tenente Erling Riiser (Aksel Hennie). Ele e seus comandados serão encarregados de várias missões em território afegão, uma delas, a mais difícil de todas, é a de convencer os talibãs que a Noruega está oferecendo um negócio que beneficiará o povo afegão. Outra missão da equipe de Erling é a de garantir a segurança do ministro das relações exteriores da Noruega durante uma visita secreta aos líderes do Talibã. Quando volta a Oslo para um período de descanso, Erling ainda terá de enfrentar a insatisfação da esposa Johanne (a ótima Tuva Novotny) com seus longos períodos longe de casa. A minissérie é bastante abrangente ao focar vários temas, como a guerra, a amizade, os bastidores da política e o drama familiar. Revela também a pressão política exercida sobre a indicação ao Prêmio Nobel, daí a justificativa para a escolha do título. Ainda estão no elenco Danica Curcic, Anders Danielsen Lie e Christian Rubeck, só para citar os mais conhecidos. Sem dúvida, uma das melhores minisséries já realizadas pelo cinema europeu - disponível na plataforma Netflix. Não deixe de ver!             

quarta-feira, 22 de julho de 2020


“SEGURANÇA EM JOGO” (“BODYGUARD”), 2018, minissérie em 6 episódios, Inglaterra, produção da BBC, roteiro e direção de Jed Mercurio. Começa o filme com uma longa sequência de grande impacto e repleta de tensão. Um verdadeiro teste para cardíacos. Em um trem de passageiros, uma jovem muçulmana ameaça detonar a bomba que carrega no corpo. O policial David Budd (Richard Madden, o Rob Stark de “Game of Thrones”), de folga, assume a responsabilidade de convencer a mulher-bomba a não se explodir, o que certamente mataria muita gente, inclusive os filhos do policial. Depois de muita conversa e o trem já cercado pela polícia inglesa, a moça finalmente resolve se entregar. Resumindo, o caso ganha grande repercussão na mídia e David Budd é aclamado como herói nacional. Como compensação, é promovido a chefe da segurança da Ministra do Interior do Reino Unido, Julia Montague (Keeley Hawes), que está em grande evidência por defender políticas mais rígidas e leis mais severas antiterroristas, além de se posicionar a favor do envio de soldados ingleses para países simpáticos ao terrorismo. A posição da ministra não agradará apenas os terroristas, mas também gente do próprio governo inglês, incluindo o serviço secreto. Dessa forma, a ministra Julia passa a ser considerada um alvo em potencial de um atentado, o que fará David Budd se defrontar com muitos inimigos tentando defender a vida da sua chefe. A esposa e os filhos de Budd também estarão em perigo. Ainda estão no elenco Gina McKee, Sophie Rundle, Paul Ready, Vincent Franklin e Tom Brooke. Lembro que o ator Richard Madden, por sua atuação, conquistou o Globo de melhor ator de minisséries. “Segurança em Jogo”, já disponível na plataforma Netflix, foi a minissérie mais vista de 2018 na programação da BBC. Realmente, é excelente, prende a atenção do começo ao fim, com várias reviravoltas, muita tensão e um desfecho de tirar o fôlego. E um romance que, embora previsível, fornece um toque mais leve à tensão reinante. Imperdível!       
  

terça-feira, 21 de julho de 2020


“CASTELO DE AREIA” (“SAND CASTLE”), 2017, Estados Unidos/Inglaterra, produção Netflix, 1h53m, direção do cineasta brasileiro Fernando Coimbra. A história é ambientada durante a ocupação norte-americana no Iraque, em 2003, e acompanha um pelotão encarregado de ações em Bagdá. Como última missão, os soldados devem ir até o vilarejo de Bakuba consertar o serviço de fornecimento de água, destruído meses antes em um ataque aéreo realizado pelos próprios norte-americanos. Só que a população local, embora seja beneficiada pelos reparos, não quer a presença dos soldados. O personagem principal é o soldado Matt Ocre (Nicholas Hoult), que se alistou em 2001 no exército como alternativa para pagar sua faculdade. Porém, não imaginava que seria enviado para o front, ou seja, o Iraque. Do medo inicial – ele chegou a forjar um ferimento para cair fora da ação -, Ocre vai aos poucos adquirindo gosto pelo perigo, tornando-se um ótimo soldado. As cenas de batalha são muito bem realizadas e a tensão corre solta do começo ao fim, lembrando “Falcão Negro em Perigo” e o sul-coreano “Sequestro no Mar Vermelho”, dois dos melhores filmes de guerra ambientados no Oriente Médio. Além de Nicholas Hoult (“Ex-Men”), estão no elenco Henry Cavill ("Batman vs. Superman"), Logan Marchall-Green, Glen Powel e Tommy Flanagan, só para citar os mais conhecidos. Em seu primeiro filme em língua estrangeira, Fernando Coimbra comprova que é um dos diretores mais promissores do cinema atual. Ele já havia mostrado competência no excelente “Um Lobo Atrás da Porta” e em dois episódios da série “Narcos”, chamando a atenção dos produtores internacionais. Em “Castelo de Areia”, Coimbra contou com a colaboração do roteirista Chris Roessner, um ex-soldado do exército norte-americano que também esteve no Iraque. O filme estreou na plataforma Netflix no dia 21 de abril de 2017.       
  

domingo, 19 de julho de 2020


“CALIFADO” (“KALIFAT”) é uma série sueca com 8 capítulos (47 minutos cada um) dirigida por Goran Kapetanovic, com roteiro de Wilhelm Behrman e Niklas Rockström, que estreou em janeiro de 2020 no “streaming” SVT Play da Suécia e depois, em 18 de março, na Netflix. O pano de fundo da história é o fanatismo religioso dos muçulmanos radicais e o aliciamento de jovens pelo Estado Islâmico, o que acontece na vida real em vários países da Europa, inclusive na Suécia. A história começa a partir do momento em que o setor de antiterrorismo do Serviço de Segurança Sueco (SAPO) é alertado por sua equipe de inteligência de que o EI está planejando um atentado na capital Estocolmo. No transcorrer de suas investigações, a agente Fatima Zukic (Aliette Opheim), especialista em contraterrorismo do Serviço de Segurança Sueco (SAPO), recebe um telefonema de Pervin El Kaddouri (Gizem Erdogan), que mora com o marido Husam El Kaddouri (Amed Bozan) e a filha recém-nascida em Ar-Raqqah, na Síria, cidade dominada pelo Estado Islâmico. Insatisfeita com a situação, Pervir pede que Fatima a ajude a voltar para a Suécia, país que abandonou depois que o marido foi cooptado pelo Estado Islâmico. Fatima promete ajudá-la, desde que ela obtenha informações sobre o eventual atentado em Estocolmo. Ao mesmo tempo, o filme mostra a rotina do jovem Ibrahim Hadda (Lancelot Ncube) e seus métodos para aliciar jovens suecos para a causa do EI, principalmente nas escolas da capital sueca. As irmãs Suleika (Nora Rios) e Lisha Wasem (Yussra El Adouni) são cooptadas e, para desespero dos pais, são levadas para a Síria. Até o seu desfecho, a série apresenta momentos de alta tensão, principalmente com relação ao risco de Pervin ser desmascarada como espiã a serviço do governo sueco. Alguns sequências são mesmo de tirar o fôlego, de prender a respiração. “Califado” é, sem dúvida, uma série bastante impactante, das melhores produzidas nos últimos anos. Não perca!