Representante da
Turquia na disputa do Oscar/2019 de Melhor Filme Estrangeiro, “A ÁRVORE
DOS FRUTOS SELVAGENS” (“AHLAT AGACI”) leva a assinatura do cultuado – não por
mim - roteirista e diretor Nuri Bilge Ceylan. A história: o jovem Sinan (Dogu
Demirkol) termina a faculdade e retorna à sua vila natal, no interior da
Turquia. Ao reencontrar sua família, vê
que as coisas não andam bem. Idris (Murat Cencir), seu pai, um professor à
beira da aposentadoria, é viciado em apostas de corridas de cavalo e está
endividado, a ponto de não poder pagar nem a conta de energia da casa. Asuman
(Bennu Yildirimlar), a mãe, trabalha como babá, não reage, sofre calada e vive
apenas se lamentando, mas não admite que Sinan fale mal do pai. Em meio a esse
clima melancólico e de rusgas familiares, Sinan, que sonha em ser escritor, enfrenta
dificuldades em levantar um financiamento para editar seu primeiro livro, cujo título é o mesmo do filme. E
assim vão passando as longas e entediantes 3h9m de filme, com longas cenas
recheadas de diálogos onde se discute filosofia, literatura e religião – algumas
dessas cenas demoram mais de 20 minutos. Eu já conhecia o estilo do diretor
Nuri Bilge Ceylan, depois de assistir a dois de seus filmes mais conhecidos, “Era
uma Vez na Anatolia” e “Sono de Inverno”. Ceylan teima em tornar seus filmes
monótonos, verborrágicos demais. Quando foi exibido no Festival de Cannes em
maio de 2018, onde concorreu à Palma de Ouro, parte da plateia de críticos
deixou a sessão, provavelmente para não pegar no sono. Eu consegui assistir até
o final, apesar de alguns cochilos. Resumo da ópera: o novo filme de Ceylan,
assim como os anteriores, exige uma paciência hercúlea. Não é para espectadores
iniciantes. Apesar dos pesares, o filme foi exibido por aqui durante a
programação oficial da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Duvido
que chegue ao circuito comercial.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Nesses tenebrosos
tempos de tantas notícias ruins, trágicas e estressantes, nada melhor do que se
divertir assistindo a uma boa comédia. É o caso de “JOHNNY ENGLISH 3.0” (“JOHNNY ENGLISH STRIKES AGAIN”), 2018, Inglaterra,
1h29m, roteiro de William Davies e direção de Peter Howitt. Este é o terceiro
filme da série que mostra as confusões do desastrado agente secreto britânico
Johnny English, interpretado pelo ator Rowan Atkinson (o “Mr. Bean”). O
primeiro foi “Johnny English”, de 2002, e o segundo “O Retorno de Johnny
English, de 2011. Trata-se de uma sátira aos filmes de espiões famosos como James
Bond, utilizando agentes atrapalhados e sem qualquer inteligência, como víamos
na famosa série “A Pantera Cor de Rosa”, com Peter Sellers no papel do inspetor
Jacques Clouseau. Em “Johnny English 3.0”, a missão do agente é descobrir o hacker que invadiu o bando de dados do
governo inglês, revelando a identidade de todos os agentes secretos ingleses –
só sobrou Johnny English, que estava aposentado. Além disso, o hacker prometia cometer atos terroristas
não só na Inglaterra, como no mundo todo. English e seu inseparável assistente
trapalhão Angus Bough (Ben Miller) serão responsáveis por grandes confusões
durante a missão, como, por exemplo, incendiar um famoso restaurante de luxo e
outras trapalhadas hilariantes. A comédia conta ainda com a participação da
bela atriz russa Olga Kurylenko como uma espiã contratada pelo vilão e a
inglesa Emma Thompson como a primeira-ministra. Claro que o filme é uma grande
bobagem, mas diverte muito.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
“UM PEQUENO FAVOR” (“A SIMPLE FAVOR”), EUA,
2018, direção de Paul Feig. Assina o roteiro Jessica Sharzer, que o escreveu inspirada
no livro “A Simple Favor”, o primeiro romance escrito pela norte-americana
Darcey Bell e que se transformou num grande best-seller, agora adaptado para o cinema. A história reúne duas mulheres com
personalidades totalmente opostas. Stephanie (Anna Kendrick) é mãe solteira, dona
de casa, vive solitária, um tanto carente e insegura, é baixinha e atrapalhada,
sem nenhum atrativo físico capaz de atrair um olhar masculino. Por sua vez,
Emily (Blake Lively) é segura de si, bonita, alta, muito charmosa e sensual, tem
classe e um corpaço. Além disso, é relações-públicas numa grande empresa e
ganha um dinheirão, como comprova a bela casa onde mora, as roupas e o carro.
As duas se conhecem na porta da escola onde estudam os seus filhos e daí nasce
uma forte amizade, a ponto de um dia Emily pedir “Um Pequeno Favor” a
Stephanie. Buscar seu filho no colégio. Só que Emily sumiu misteriosamente, dando margem a muitas especulações. Será que ela foi
assassinada ou fugiu com algum amante? O marido de Emily, Sean Townsend (Henry
Goldine), torna-se o primeiro suspeito, ainda mais depois de arrastar as asas
para cima de Stephanie, além de uma polpudo seguro de vida no meio. Até o desfecho, muitas reviravoltas acontecerão,
esclarecendo todo o mistério do desaparecimento de Emily. Resumindo: trata-se
de um misto de comédia e suspense, ou, como definiu um crítico, um “suspense
tragicômico”. Paul Feig é, sem dúvida, perito em comédias, como já demonstrou
em “Missão Madrinha de Casamento”, “As Bem-Armadas” e “A Espiã que Sabia de
Menos”. Faço questão de destacar, em “Um Pequeno Favor”, a presença da loiraça Blake
Lively, que, além de ótima atriz, é linda e muito sensual. Aos 31 anos, ela já
pode ser considerada, na minha modesta opinião, como a nova diva de Hollywood. Se
quiserem comprovar o que digo, assistam “Café Society”, “A Incrível História
de Adaline”, “Águas Rasas” e “Por Trás dos Seus Olhos”. Ela arrasa em todos.
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