quarta-feira, 30 de janeiro de 2019


Representante da Turquia na disputa do Oscar/2019 de Melhor Filme Estrangeiro, “A ÁRVORE DOS FRUTOS SELVAGENS” (“AHLAT AGACI”) leva a assinatura do cultuado – não por mim - roteirista e diretor Nuri Bilge Ceylan. A história: o jovem Sinan (Dogu Demirkol) termina a faculdade e retorna à sua vila natal, no interior da Turquia. Ao reencontrar sua família, vê que as coisas não andam bem. Idris (Murat Cencir), seu pai, um professor à beira da aposentadoria, é viciado em apostas de corridas de cavalo e está endividado, a ponto de não poder pagar nem a conta de energia da casa. Asuman (Bennu Yildirimlar), a mãe, trabalha como babá, não reage, sofre calada e vive apenas se lamentando, mas não admite que Sinan fale mal do pai. Em meio a esse clima melancólico e de rusgas familiares, Sinan, que sonha em ser escritor, enfrenta dificuldades em levantar um financiamento para editar seu primeiro livro, cujo título é o mesmo do filme. E assim vão passando as longas e entediantes 3h9m de filme, com longas cenas recheadas de diálogos onde se discute filosofia, literatura e religião – algumas dessas cenas demoram mais de 20 minutos. Eu já conhecia o estilo do diretor Nuri Bilge Ceylan, depois de assistir a dois de seus filmes mais conhecidos, “Era uma Vez na Anatolia” e “Sono de Inverno”. Ceylan teima em tornar seus filmes monótonos, verborrágicos demais. Quando foi exibido no Festival de Cannes em maio de 2018, onde concorreu à Palma de Ouro, parte da plateia de críticos deixou a sessão, provavelmente para não pegar no sono. Eu consegui assistir até o final, apesar de alguns cochilos. Resumo da ópera: o novo filme de Ceylan, assim como os anteriores, exige uma paciência hercúlea. Não é para espectadores iniciantes. Apesar dos pesares, o filme foi exibido por aqui durante a programação oficial da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Duvido que chegue ao circuito comercial.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019


Nesses tenebrosos tempos de tantas notícias ruins, trágicas e estressantes, nada melhor do que se divertir assistindo a uma boa comédia. É o caso de “JOHNNY ENGLISH 3.0” (“JOHNNY ENGLISH STRIKES AGAIN”), 2018, Inglaterra, 1h29m, roteiro de William Davies e direção de Peter Howitt. Este é o terceiro filme da série que mostra as confusões do desastrado agente secreto britânico Johnny English, interpretado pelo ator Rowan Atkinson (o “Mr. Bean”). O primeiro foi “Johnny English”, de 2002, e o segundo “O Retorno de Johnny English, de 2011. Trata-se de uma sátira aos filmes de espiões famosos como James Bond, utilizando agentes atrapalhados e sem qualquer inteligência, como víamos na famosa série “A Pantera Cor de Rosa”, com Peter Sellers no papel do inspetor Jacques Clouseau. Em “Johnny English 3.0”, a missão do agente é descobrir o hacker que invadiu o bando de dados do governo inglês, revelando a identidade de todos os agentes secretos ingleses – só sobrou Johnny English, que estava aposentado. Além disso, o hacker prometia cometer atos terroristas não só na Inglaterra, como no mundo todo. English e seu inseparável assistente trapalhão Angus Bough (Ben Miller) serão responsáveis por grandes confusões durante a missão, como, por exemplo, incendiar um famoso restaurante de luxo e outras trapalhadas hilariantes. A comédia conta ainda com a participação da bela atriz russa Olga Kurylenko como uma espiã contratada pelo vilão e a inglesa Emma Thompson como a primeira-ministra. Claro que o filme é uma grande bobagem, mas diverte muito.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019


“UM PEQUENO FAVOR” (“A SIMPLE FAVOR”), EUA, 2018, direção de Paul Feig. Assina o roteiro Jessica Sharzer, que o escreveu inspirada no livro “A Simple Favor”, o primeiro romance escrito pela norte-americana Darcey Bell e que se transformou num grande best-seller, agora adaptado para o cinema. A história reúne duas mulheres com personalidades totalmente opostas. Stephanie (Anna Kendrick) é mãe solteira, dona de casa, vive solitária, um tanto carente e insegura, é baixinha e atrapalhada, sem nenhum atrativo físico capaz de atrair um olhar masculino. Por sua vez, Emily (Blake Lively) é segura de si, bonita, alta, muito charmosa e sensual, tem classe e um corpaço. Além disso, é relações-públicas numa grande empresa e ganha um dinheirão, como comprova a bela casa onde mora, as roupas e o carro. As duas se conhecem na porta da escola onde estudam os seus filhos e daí nasce uma forte amizade, a ponto de um dia Emily pedir “Um Pequeno Favor” a Stephanie. Buscar seu filho no colégio. Só que Emily sumiu misteriosamente, dando margem a muitas especulações. Será que ela foi assassinada ou fugiu com algum amante? O marido de Emily, Sean Townsend (Henry Goldine), torna-se o primeiro suspeito, ainda mais depois de arrastar as asas para cima de Stephanie, além de uma polpudo seguro de vida no meio. Até o desfecho, muitas reviravoltas acontecerão, esclarecendo todo o mistério do desaparecimento de Emily. Resumindo: trata-se de um misto de comédia e suspense, ou, como definiu um crítico, um “suspense tragicômico”. Paul Feig é, sem dúvida, perito em comédias, como já demonstrou em “Missão Madrinha de Casamento”, “As Bem-Armadas” e “A Espiã que Sabia de Menos”. Faço questão de destacar, em “Um Pequeno Favor”, a presença da loiraça Blake Lively, que, além de ótima atriz, é linda e muito sensual. Aos 31 anos, ela já pode ser considerada, na minha modesta opinião, como a nova diva de Hollywood. Se quiserem comprovar o que digo, assistam “Café Society”, “A Incrível História de Adaline”, “Águas Rasas” e “Por Trás dos Seus Olhos”. Ela arrasa em todos.