sábado, 25 de fevereiro de 2017

“O MAR DAS ÁRVORES” (“The Sea of Trees”), 2015, EUA, direção de Gus Van Sant. O jornalista norte-para o Japão com o objetivo de cometer suicídio. Como cenário do ato final, escolhe a floresta Aokigahara, aos pés do Monte Fuji, também conhecida como “Purgatório” (ele achou o lugar no Google ao digitar "O melhor lugar para morrer"). Quando está prestes a ingerir os comprimidos fatais, ele se depara com um japonês que está lá com a intenção de também tirar a própria vida. Conversa vai conversa vem, o japonês se apresenta como Tajumi Nakamura (Ken Watanabe), um executivo que acaba de ser demitido de sua empresa e, como tal, se sente envergonhado perante a família, o que justifica um “haraquiri”. No caso de Brennam, o filme relembra, em flashbakcs, o seu casamento em crise com Joan (Naomi Watts) e depois uma tragédia que o levará à floresta do Japão. Numa inexplicável mudança de planos, os dois tentarão sobreviver na floresta e encontrar uma saída que os leve de volta à vida e à civilização. O filme tem um pano de fundo espiritual envolvendo a Natureza, o que o torna ainda mais chato e enfadonho, principalmente por causa da profundidade milimétrica dos diálogos. Culpa do criador da história, o roteirista Chris Sparling (”Enterrado Vivo”), e do próprio diretor Gus Van Sant, cujo currículo é bastante irregular, apesar de ter dirigido o sucesso “Gênio Indomável” e o aclamado “Milk: A Voz da Igualdade”. Apesar disso, não descarte “O Mar de Árvores”, principalmente se você sofrer de insônia. É um ótimo sonífero. Inacreditável que três astros tão competentes tenham participado de tamanha bomba. Não foi à toa que o filme, ao final de sua exibição na mostra competitiva do 68º Festival de Cannes, em 2015, foi vaiado intensamente pelo público, críticos e jornalistas. Minha reação foi a mesma: Uuuuuuuuuuu!

                                                 


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

“COLLIDE” (ainda não chegou por aqui, mas a tradução é “colidir”, “chocar”), Inglaterra, 2016, roteiro e direção de Eran Creevy (“Inimigos de Sangue”). O elenco é dos melhores: o ator e modelo inglês Nicholas Hoult, Felicity Jones, Anthony Hopkins e Ben Kingsley. Trata-se de um filme de ação com todos os clichês do gênero: pancadaria, tiros, perseguições, suspense e, claro, muita ação. Depois de enfrentar problemas com a polícia nos EUA, o jovem norte-americano Casey Stein (Hoult) resolve passar uns tempos na Alemanha, onde toda a história é ambientada. Por falta de opção, ele passa a trabalhar para o traficante de origem turca Geran (Kingsley), que por sua vez é sócio na organização criminosa comandada pelo poderoso Hagen (Anthony Hopkins). A coisa complica quando Geran propõe a Hagen que aumente sua participação na sociedade. Hagen rejeita a proposta e Geran resolve se vingar, recrutando Stein para roubar um caminhão cheio de cocaína. Em meio ao planejamento do roubo, Stein conhece Juliette (Felicity Jones, loira), por quem acaba se apaixonando. Ela quer que Stein desista da missão. Só que Juliette descobre que está muito doente e precisa de um transplante – e muito dinheiro para realizá-lo. A situação coloca Stein de volta à missão quase suicida de roubar o caminhão de Hagen. Daí para frente é ação o tempo inteiro. Stein vai sofrer o que sofreu Bruce Willis nos filmes “Duro de Matar”. A trama é bem elaborada e as perseguições pelas ruas de cidades e estradas do interior da Alemanha são muito bem feitas. Quem gosta de filmes de ação vai adorar.  

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017



“JACKIE”, 2016, EUA, direção do chileno Pablo Larrain e roteiro do jornalista Noah Oppenheim (da série “Divergente”). Não se trata de uma cinebiografia de Jacqueline Kennedy, a viúva do presidente John F. Kennedy. O filme enfoca apenas os sete dias posteriores ao assassinato do presidente e as situações de bastidores que envolveram a primeira-dama viúva, incluindo os momentos do crime, a organização do velório e enterro, como deu a notícia aos filhos, as conversas particulares com Bobby Kennedy (Peter Sarsgaard), a mudança repentina da  Casa Branca, as conversas com um padre (John Hurt) e a polêmica entrevista que concedeu ao jornalista Theodore H. White (Billy Crudup), da Revista Life, uma semana depois do assassinato. Todos esses eventos acabam por revelar a personalidade de Jackie, interpretada de forma magistral por Natalie Portman. Trata-se do primeiro filme em Hollywood de Larrain, que ficou conhecido depois de ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013 com o excelente “No” e depois de dirigir o perturbador “O Clube” (2015) e o polêmico “Neruda” (2016). Larrain não é um diretor convencional. Seus movimentos de câmera, seus enquadramentos, o estilo de contar uma história e a fotografia lembram Terrence Malick, embora não seja tão hermético – e chato. “Jackie” concorre a três categorias no Oscar 2017: Atriz, Figurino e Trilha Sonora. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017



No dia 20 de abril de 2010, a plataforma de perfuração marítima Deepwater Horizon, no Golfo do México, arrendada à British Petroleum, sofreu uma grande explosão, causando a morte de 11 trabalhadores, ferimentos em inúmeros outros e, pior, derramou no mar o equivalente a 4 milhões de barris de petróleo, ocasionando um dos maiores desastres ecológicos de todos os tempos. O que aconteceu naquele dia é contado no drama “HORIZONTE PROFUNDO: DESASTRE NO GOLFO” (“Deepwater Horizon”), 2016, com Mark Wahlberg, Kurt Russel, John Malkovich, Kate Hudson e Gina Rodriguez. O diretor é Peter Berg, do ótimo “O Grande Herói” (2013), também com Wahlberg no papel principal. Antes da explosão e do incêndio que se seguiu ainda por dias, o filme faz uma reconstituição dos fatos que culminaram no trágico acidente. Há muitos diálogos com a utilização de termos técnicos incompreensíveis para quem não conhece o funcionamento de uma plataforma perfuradora de petróleo. Jimmy Harrell (Russel) é o chefe da operação e Mike Williams (Wahlberg) seu assistente e braço direito. Sobrou o papel de vilão para John Malkovich, que faz o executivo Donald Vidrine, representante da British Petroleum. Apesar dos clichês típicos dos disasters movies, o filme é muito bem feito, segura um clima de grande tensão até o desfecho, culminando com cenas bastante realistas e fortes da explosão, além de acompanhar os momentos de desespero dos trabalhadores tentando se salvar. Momentos de muito suspense e altas doses de adrenalina.                                                  
“ATÉ O ÚLTIMO HOMEM” (“Hacksaw Ridge”), 2016, Austrália/EUA, roteiro da dupla Andrew Knight e Robert Schenkkan e a direção de Mel Gibson, é um épico de guerra que resgata um dos mais extraordinários episódios de heroísmo ocorrido durante a II Grande Guerra (1939/1945). A história é centrada em Desmond Doss (Andrew Garfield), um jovem norte-americano que se alistou voluntariamente, mas que, por  questões religiosas (ele era adventista do Sétimo Dia), se recusou a pegar em armas. Sua intenção era ajudar as equipes médicas do exército a salvar vidas. A primeira metade do filme é dedicada ao treinamento de Doss e seus esforços para convencer os comandantes a deixá-lo ir para o campo de batalha sem empunhar uma arma, baseado no conceito constitucional norte-americano do “Opositor Consciente”. Chegou a ser preso e julgado por uma Corte Marcial, mas ganhou o direito de continuar servindo. Seu batalhão foi enviado para Okinawa para combater os japoneses. Resumindo: Doss virou herói ao salvar, sozinho, nada menos do que 75 soldados feridos em combate. Uma façanha que o tornou o primeiro “Opositor Consciente” a ser condecorado com a Medalha de Honra do Congresso. Indicado ao Oscar 2017 em seis categorias, incluindo Direção, Melhor Ator e Melhor Filme, “Até o Último Homem” realmente é um filme espetacular. As cenas de batalha são sensacionais, talvez as melhores que já vi no cinema, e a história de heroísmo é incrível, mostrando a coragem de um homem cuja força era mais baseada na fé do que na força física (Mel Gibson é um católico fervoroso). O elenco conta ainda com Teresa Palmer, Vince Vaughn, Hugo Weaving, Sam Worthington e Rachel Griffiths. Não deixe de ver os créditos finais, quando o verdadeiro Desmond Doss e outros personagens aparecem dando depoimentos sobre o que aconteceu. Cinema da melhor qualidade. Imperdível!