“ASSALTO!” (“ATRACO!”), 2012,
coprodução Argentina/Espanha, 112 minutos, direção de Eduard Cortés, que também
assina o roteiro com Piti Espanhol e Marcelo Figueras. Trata-se de um misto de
policial noir com comédia, cuja história apresenta um lado ficcional e
outro baseado em fatos reais. A trama é toda ambientada em 1955, quando o
general Juan Domingo Peron, ex-presidente da Argentina, estava exilado no
Panamá. Um de seus principais assessores, Landa (Daniel Fanego), fica encarregado
de arrecadar recursos financeiros para bancar o exílio do general na Espanha.
Sem Peron saber, ele simplesmente resolve penhorar as valiosas jóias de Evita Perón na joalheria mais
famosa da Espanha, em Madrid. O negócio ficou no maior segredo, pois nem os
funcionários ficaram sabendo. Até que um dia a esposa do Generalíssimo Franco,
Carmen Polo, vai até a joalheria e fica encantada com as jóias de Evita
apresentadas por um desavisado funcionário. Carmen pede que as reserve e que
voltaria logo depois para comprá-las. É aí que a coisa complica. Landa, em
cumplicidade com o proprietário da joalheria, resolve planejar um assalto para
recuperar as jóias e não deixá-las cair nas mãos da primeira-dama espanhola.
Para isso, convoca dois fanáticos peronistas, Merello (Guillermo Francella),
ex-segurança de Perón, e o jovem e inexperiente Miguel (Nicolás Cabré), um
pretendente a ator que imita Carlitos. As trapalhadas da dupla dão um toque
especial de humor, além das situações que envolvem o planejamento e a execução
do assalto. Para complicar ainda mais, Miguel se apaixona pela enfermeira
Teresa (Amaia Salamanca, a atriz mais bonita do atual cinema espanhol). Será
que a dupla conseguirá recuperar as jóias de Evita? Consiga a resposta
assistindo a este ótimo e divertido filme, que infelizmente não foi exibido por
aqui no circuito comercial. Uma pena. Não perca!
sábado, 2 de novembro de 2019
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
“STAN E OLLIE – O GORDO E O
MAGRO” (“STAN & OLLIE”), 2018, Inglaterra, 1h39m,
direção do escocês Jon S. Baird, com roteiro de Jeffe Pope (do premiado “Philomena”).
Quem tem um pouco mais de idade e curtiu os tempos áureos do cinema conheceu
muito bem “O Gordo e o Magro”, dupla de comediantes que participou de mais de
100 filmes em Hollywood que foram sucesso no mundo inteiro. Mas quem conhece
Oliver Hardy e Stan Laurel? “Stan & Ollie” se propõe a dar essa resposta,
apresentando o retrato íntimo dos atores e suas personalidades, além da forte
amizade que os unia há tantos anos. Prepare-se para se divertir, se comover e
se emocionar. O filme começa em 1937, quando a dupla de comediantes estava no
auge do estrelato – eles reinaram em Hollywood e fizeram milhões de fãs no
mundo inteiro entre as décadas de 20 e 30 do século passado. Devido a uma
desavença que envolveu o famoso produtor Hal Roach (Danny Huston), que os
acompanhava desde o início da carreira, Oliver Hardy (John C. Reilly), o
“Gordo”, e Stan Laurel (Steve Coogan), o “Magro”, acabaram se separando.
Somente muitos anos depois, em 1953, voltariam a atuar juntos. Sem dinheiro e
em plena decadência artística, eles foram contratados para uma turnê por países
da Grã-Bretanha, primeiramente Irlanda e Escócia, atuando em teatros decadentes
e com pouco público, para terminar com um “gran finale” em Londres. A promessa
dos empresários que os reuniram era a de produzir um filme para relançar a
dupla caso a turnê fosse um sucesso. Nessa fase, entram em cena as esposas Lucille
Hardy (Shirley Henderson) e Ida Kitaeva Laurel (Nina Arianda), que sempre
tiveram papel importante na carreira dos seus maridos. A relação pessoal entre
as duas dependia dos humores dos seus companheiros. Se eles brigavam, elas
também brigavam. Hardy, o Gordo, aceitava que Laurel, o Magro, escrevesse os
esquetes e os diálogos. Laurel era o cérebro da dupla, o que perdurou até a
morte de Hardy, fato que determina o desfecho do filme. O desempenho de John C.
Reilly e Steve Coogan é sensacional. Eles captaram com perfeição os trejeitos
dos personagens que representam. Chega a ficar difícil distinguir eles dos
verdadeiros. A maquiagem de Reilly, que demorava três horas a cada dia de
gravação, é mais um destaque dessa maravilhosa produção inglesa. Os dois atores,
aliás, foram premiados em vários festivais, Reilly, por exemplo, com o Globo de
Ouro/2019 como Melhor Ator de Comédia e Coogan com o BAFTA (Academia Britânica
de Cinema e Televisão). Na verdade, se houvesse justiça, ambos teriam que
receber o Oscar. Mas, como dizia Geraldo Vandré, a vida não é só feita de
festivais. Resumo da ópera: “Stan & Ollie” é simplesmente espetacular, comove
e diverte, garantindo um ótimo entretenimento. Espere os créditos finais e se
divirta ainda mais. IMPERDÍVEL IMPERDÍVEL em dobro!
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
“VOX LUX: O PREÇO DA FAMA” (“VOX
LUX”), 2018, EUA, 1h50m, segundo longa-metragem escrito e
dirigido por Brady Corbet. A história começa em 1999, quando acontece uma terrível
tragédia na classe do ensino fundamental de um colégio. A jovem Celeste (Raffey
Cassidy) é uma das únicas sobreviventes. Sofre sequelas físicas e psicológicos,
mas ganha notoriedade na mídia, o que alavanca sua carreira como cantora e
compositora. Nessa atividade, ela ganha um empresário e protetor (Jude Law),
que ainda a acompanhará por muitos anos. Celeste cresce e se transforma numa superstar
da música pop. Nessa fase adulta, Celeste (agora interpretada por Natalie
Portman) passa a ter um comportamento insuportável, se achando o máximo dos
máximos, egocêntrica ao extremo e, pior, uma mulher amarga e, para coroar, alcoólatra. Além disso, nunca se
dedicou como devia à sua filha adolescente Albertine (a mesma Raffey Cassidy
que interpretou Celeste jovem). Grande parte da segunda metade do filme é
dedicada justamente ao relacionamento entre mãe e filha, ambas tentando
recuperar o tempo perdido. Muito também da segunda metade acaba virando um
musical, com shows ao vivo de Celeste, muitas coreografias e inúmeros
figurantes, provando a condição de Celeste como uma diva do pop. Não há muito
mais o que se falar sobre “Vox Lux” (traduzido do latim, “A Voz da Luz”),
apenas destacar o trabalho de Natalie Portman, uma atriz que se firmou no cenário
cinematográfico de Hollywood depois de conquistar o Oscar de Melhor Atriz em
2010 pelo filme “Cisne Negro”. Há muito tempo que acompanho a trajetória de
Portman, nascida em Israel e radicada nos Estados Unidos, desde que fez seu
primeiro filme, “O Profissional”, de 1994, quando tinha apenas 13 anos. Também
merece destaque o trabalho do diretor Brady Corbet em seu segundo
longa-metragem. O primeiro, “A Infância de um Líder”, de 2015, foi premiado no
Festival de Cinema de Veneza. Até então, Corbet era mais conhecido como ator de
filmes como “Violência Gratuita”, “Melancolia” e “Acima das Nuvens”, entre outros.
“Vox Lux” soa pretensioso demais, tem momentos de muito tédio e diálogos com a
profundidade de um pires, tudo isso acompanhado da narração de Willen Dafoe, que
me fez lembrar os filmes insuportáveis do insuportável diretor norte-americano
Terrence Malick. Concluindo, “Vox Lux” é o tipo de filme que pode agradar ou
desagradar. A mim, desagradou.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
“YESTERDAY”, 2019,
Inglaterra, 1h57m, direção de Danny Boyle, com roteiro assinado por Richard
Curtis. Misto de musical, fantasia e comédia romântica, o filme é, na verdade,
uma sensível e emocionante homenagem aos The Beatles. Só a deliciosa trilha
sonora vale o ingresso. Mas vamos à história. Jack Malik (Himesh Patel) é um
jovem músico filho de imigrantes indianos que ganha um dinheirinho se apresentando
em espeluncas da periferia de Londres. A amiga de infância Ellie Appleton (Lily
James) é a sua devotada empresária - e talvez única fã. Sem propostas de
trabalho, Malik está quase desistindo de seguir carreira como músico quando acontecem
dois fatos que transformarão completamente a sua vida. Ele é atropelado por um
caminhão e, ao mesmo tempo, ocorre no mundo inteiro um apagão de 12 segundos. Malik
se recupera bem do acidente e, logo depois, encontra seus amigos para comemorar
seu restabelecimento. Quando lhe pedem para cantar uma música, ele ataca de “Yesterday”.
Ninguém tinha ouvido a canção. Chocado, ele diz que foi composta por Paul McCartney, do
The Beatles. Ninguém conhecia. Todos acharam que a música tinha sido feita
mesmo por Malik. E assim segue a história, Malik se consagrando como grande
compositor e dá-lhe maravilhas como “Something”, “Let it Be”, “The Long &
Winding Road”, “He Comes the Sun” e tantas outras. Malik vira um sucesso
mundial, com direito a um romance mais do que previsível. Mas como é um cara boa gente, ele começa a sentir remorso pela farsa. Sério, dá para
imaginar um mundo sem The Beatles? (o apagão também “apagou” do mapa a Coca-Cola
e os cigarros). Quem imaginou tamanha fábula foi o veterano roteirista Richard
Curtis, que tem no currículo filmes como “Mamma Mia!” e “Quatro Casamentos e um
Funeral”. Outro veterano do cinema, o diretor Danny Boyle já tem um Oscar de Melhor
Diretor em 2009 pelo excelente “Quem quer ser Milionário?”, além de filmes como
“Trainsporting – Sem Limites”, “Steve Jobs” e “127 Horas”. Somando toda essa
competência, mais a homenagem aos The Beatles, a trilha sonora e o ótimo
elenco, “Yesterday” é uma deliciosa diversão. Uma viagem imperdível!
domingo, 27 de outubro de 2019
“O OUTRO PAI” (“A Pesar de
Todo”), 1h18m, comédia espanhola com produção da Netflix - lançamento mundial aconteceu dia 3 de maio de 2019, direção de Gabriela Tagliavini, que também
assina o roteiro juntamente com Eugene B. Rhee e Helena Rhee. Vamos à sinopse: quatro
irmãs que não se viam há anos reencontram-se para o velório e enterro da mãe. Na
hora de ouvirem o testamento deixado pela falecida – o pai está completamente
gagá, fora de sintonia -, as irmãs assistem a um vídeo da mãe com uma revelação
surpreendente e chocante: o pai que as criou não é o biológico. Cada uma delas
é filha de um pai diferente. Ou seja, a falecida pulou várias cercas. No vídeo,
ela fornece várias pistas para que as filhas encontrem seus verdadeiros pais
biológicos. Elas viajam por várias cidades da Espanha e finalmente conseguem encontrá-los,
mas não será exatamente o que esperavam. Só para citar um exemplo, tem até um
padre no meio. Até que a comédia tem momentos bastante engraçados, mas seu
trunfo maior é o elenco de atrizes, principalmente o quarteto formado pelas
irmãs, representadas pelas mais lindas e competentes atrizes do cinema espanhol:
Blanca Suárez, Amaia Salamanca, Macarena Garcia e Belén Cuesta. Um quarteto pra
lá de fantástico. O elenco ainda conta com as veteranas Marisa Paredes e Rossy
de Palma, além de Carlos Bardem, o irmão mais velho do ator Javier Bardem. Mais
uma razão do sucesso dessa comédia é a competência da diretora argentina
Gabriela Tavigliaini, também conhecida por ter dirigido outras duas boas comédias:
“Cómo Cortar a Tu Patán”, de 2017, e “Cadê os Homens?”, de 2011. Ele ainda teve
sua experiência em Hollywood, em 2013, quando dirigiu Sharon Stone em “A
Fronteira”, um filme de ação e suspense. “O Outro Pai” é um filme bastante
alegre e divertido. Vale a pena.
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