“VIOLAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE”
(“La Mecanique de L’Ombre”), 2017, filme de estreia de Thomas Kruithof como roteirista e
diretor. Também vi um DVD com a tradução “A Mecânica das Sombras”. Como não foi
exibido por aqui no circuito comercial, não há uma tradução oficial. A história
é centrada no cinquentão Duval (François Cluzet, de “Intocáveis”), um homem
solitário, com um passado ligado a problemas com bebida, e que de uma hora para
outra perde o emprego e não consegue outro. Fica desempregado durante dois anos
e, depois de inúmeras entrevistas, consegue finalmente um trabalho. Ele é
contratado por um empresário misterioso chamado Clement (Denis Podalydes) para
transcrever gravações de conversas telefônicas. Um trabalho simples, mas muito
bem pago. Num amplo escritório, o único móvel é uma mesa com uma máquina de
escrever – o filme não especifica o ano em que se passa a ação. Duval começa a
trabalhar e acaba percebendo que algumas fitas possuem conteúdo bastante confidencial,
envolvendo políticos importantes e gente ligada ao governo francês, incluindo
agentes do serviço secreto. Enfim, descobre que as gravações estão ligadas a
uma conspiração política. Duval chega à conclusão que entrou numa grande fria e
quer pular fora. Só que é tarde demais, ele está envolvido numa trama sinistra,
é acusado de assassinato e vai ter que fugir para sobreviver. Suspense e tensão
garantidos, num filme cuja ação tem o ritmo frenético, não deixando o
espectador respirar. E, ainda mais com a competência habitual do ator François
Cluzet, torna-se um ótimo entretenimento. Também estão no elenco Sami Bouajila, Simon Abkarian e Alba Rohrwacher.
sábado, 13 de janeiro de 2018
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
A primeira exibição do drama húngaro “CORPO E ALMA” (“Teströl És Lélekröl”) aconteceu no 67º Festival de
Cinema de Berlim, em fevereiro de 2017. O filme, escrito e dirigido pela
diretora húngara Ildikó Enyedi, foi aclamado pela crítica, público e jurados, conquistando
o “Urso de Ouro” como o melhor filme do festival. Além disso, foi selecionado
para representar a Hungria na disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme
Estrangeiro. Sem dúvida, um dos filmes mais interessantes dos últimos anos,
criativo e sensível, além de bem-humorado. Tudo para contar uma história inusitada
de amor entre Mária (Alexandra Borbély) e Endre (Géza Morcsányi). Os dois são
colegas de trabalho num grande matadouro de gado, ela recém-contratada como
inspetora de qualidade; ele, bem mais velho, é o diretor financeiro da empresa.
Ao realizar o programa de entrevistas com os funcionários, a psicóloga do
matadouro faz uma descoberta incrível: Mária e Endre têm os mesmos sonhos todos
os dias. Endre sonha que é veado (o bicho, não a bicha!) e está sempre em companhia de uma cerva numa floresta. Ela,
por seu lado, sonha que tem como companheiro um veado. Os sonhos sempre combinam. A psicóloga fica brava e acha que os
dois estão brincando com ela, o que resulta em algumas cenas bastante
engraçadas. Mária e Endre tentarão viver o mesmo romance dos sonhos, mas a
realidade não é tão fácil quanto possa parecer. Enfim, um filme muito
inteligente e agradável. Simplesmente imperdível!
domingo, 7 de janeiro de 2018
Selecionado para representar a Romênia na disputa do Oscar
2017 de Melhor Filme Estrangeiro, “SIERANEVADA” é uma comédia dramática escrita
e dirigida por Cristi Puiu (“A Morte do Sr. Lazarescu” e “Aurora”). O filme,
quase inteiramente ambientado dentro de um apartamento, acompanha a reunião da
família do médico Lary (Mimi Branescu), que se encontra num sábado para
homenagear o 1º aniversário da morte do patriarca Emil. Enquanto aguardam a
chegada de um padre da Igreja Ortodoxa para realizar o serviço religioso e
benzer o apartamento, os familiares de Lary passam por situações inusitadas que
transformarão o encontro familiar numa grande bagunça. Uma jovem croata, totalmente
drogada, é levada por uma jovem da família para se recuperar no apartamento;
uma tia revela as traições do marido com detalhes escabrosos; a avó defende o tempo
da ditadura comunista, o que faz surtar a dona da casa, e por aí vai. Nesse
meio tempo, as discussões familiares abordam temas como os atentados de 11 de
setembro nos EUA e o cometido contra a redação do semanário parisiense Charlie
Hebdo – o encontro familiar acontece alguns dias após o atentado de Paris. A
câmera de Puiu acompanha tudo bem de perto, como se fosse um convidado
invadindo a intimidade da família. O filme é bastante longo (2h53m) e
verborrágico demais, embora contenha diálogos muito interessantes e bem-humorados. Busquei informações sobre o título escolhido e descobri que o diretor queria referir-se a um antigo faroeste. "Sieranevada" foi exibido por aqui durante a Mostra “Panorama do Cinema Mundial”, no
Festival Internacional do Rio de Janeiro, e concorreu à Palma de Ouro no Festival
de Cannes 2016.
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