“POR TRÁS DO SEU OLHAR” (“All I Se eis You”),
2016,
EUA, roteiro e direção de Marc Forster. Apesar do título em português lembrar
alguma música da bossa nova, não se trata de um filme romântico. É um drama que
em seu transcorrer tem pitadas de suspense, dando a entender que vem por aí um desfecho violento e
trágico. A história: Gina (Blake Lively) é cega desde criança, quando foi
vítima de um acidente de trânsito que matou seus pais. Nos dias atuais, ela é
casada com James (Jason Clarke), que cuida dela com o maior carinho. Por causa
do emprego dele, eles estão morando em Bangkok, capital da Tailândia. Aliás, uma
das muitas falhas desse filme é a confusão de cenários que acaba confundindo o
espectador, que fica em dúvida se esta ou aquela cena é nos Estados Unidos ou
na Tailândia. Segue a história: um médico, Dr. Hughes (Danny Huston), sugere
uma operação que pode recuperar pelo menos um olho de Gina. A cirurgia é um
sucesso e ela passa a enxergar. Daí para a frente, o casamento de Gina com
James entra em rota de colisão, pois ele não quer que ela se torne independente
dele. Por seu lado, Gina, ao não se tornar mais dependente do marido, sente que
será mais feliz com a liberdade de ir e vir sozinha, sem os cuidados do marido.
Aí o caldo do casamento vai engrossar de vez. Este é, sem dúvida, um dos filmes
mais fracos do diretor alemão Marc Forster, que tem em seu currículo, só como
exemplo, “007 – Quantum of Solage”, “O Caçador de Pipas” e “Em Busca da Terra
do Nunca”. Ou seja, é um bom diretor que desta vez pisou na bola. Com exceção da presença
da bela e charmosa Blake Lively, o filme não fornece muitos motivos para ser
recomendado.
sábado, 3 de novembro de 2018
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
“DAMASCUS COVER” (como
ainda não chegou por aqui – e talvez nem chegue -, não tem tradução),
Inglaterra, 2018, primeiro longa-metragem dirigido por Daniel Zelik Berk. O
roteiro foi assinado por Samantha Newton, que se baseou nos fatos reais reportados no romance “The Damascus Cover”, escrito pelo norte-americano Howard
Kaplan e lançado em 1977. Como quase todo filme de espionagem, você demora pelo
menos meia-hora para saber quem é quem e entender o que está acontecendo. Neste
“Damascus Cover”, o agente secreto israelense Ari Ben-Sion (o ator irlandês Jonathan
Rhys-Meyers), do Mossad, é designado para uma missão em Damasco, capital da
Síria. Disfarçado de empresário e com o nome de Hans Hoffmann, Ari tentará
fazer alguns contatos para ajudá-lo a tirar da Síria um cientista e sua
família. Em Damasco, Ari acaba conhecendo Kim (Olivia Thirlby), uma fotógrafa a
serviço de um jornal inglês, pela qual se apaixonará. O vilão da história é
Sarraj (Navid Negahban), o chefão do serviço secreto da Síria, que perseguirá e
tentará prender Ari até o final do filme. Em sua missão, Ari ainda se infiltrará num
grupo secreto de simpatizantes nazistas. Enfim, “Damascus Cover” tem suspense,
romance e ação, o que garante um entretenimento descompromissado. Vale pelo
fato de ser baseado em acontecimentos reais.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
“CUSTÓDIA” (“JUSQU’À LA GARDE”),
2017, França, primeiro filme escrito e dirigido pelo ator e agora diretor
Xavier Legrand. Uma ótima estreia, aliás, que mereceu o Prêmio de “Melhor
Diretor” no Festival de Veneza. A trama é centrada no casal Miriam e Antoine
Besson (Léa Drucker e Denis Ménochet), que acaba de se divorciar e agora estão
brigando pela guarda do filho Julien (Thomas Gioria). Em audiência no tribunal,
Miriam pede a guarda exclusiva do menino, alegando que Antoine é muito violento
e pode machucá-lo. A juíza do caso, porém, concede ao pai o direito de visita
semanal. A partir dessa decisão, mãe e filho viverão momentos de tensão a cada
visita do pai (o semblante do ator Antoine Besson é realmente assustador), que continua insistindo com Miriam para retomar o casamento. Nos
minutos que antecedem o desfecho, o diretor cria um clima de tensão sufocante e
angustiante capaz de gelar o sangue e eriçar os pelos da nuca do espectador.
Uma aula de cinema de suspense, que faria inveja até ao mestre Hitchcock. Por aqui, além do circuito comercial, o filme
foi exibido como uma das atrações do Festival Varilux de Cinema Francês, em
2018, e durante a 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro
de 2017. Um filmaço imperdível!
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
“TRISTEZA E ALEGRIA” (“Sorg
og Glaede”), Dinamarca, 2013, roteiro e direção de Nils Malmros. Esqueça a “Alegria”
do título. O filme é só “Tristeza”. Já começa de forma trágica. O cineasta
Johannes (Jakob Cedergren) chega em casa e é surpreendido pela notícia de que
sua esposa Signe (Helle Fagralid) acabara de assassinar a filha de 9 meses de
idade. Cabe aqui uma explicação: Signe há muito tempo é maníaco-depressiva,
deixou de tomar os remédios com a concordância do marido e, num surto
psicótico, acabou matando a filha cortando-lhe a garganta. Para tentar entender
o que aconteceu, Johannes procura o dr. Birkemose (Nicolas Bro), psiquiatra que
cuidava de Signe. Durante a conversa entre os dois, o filme volta no tempo e
conta como o romance entre Johannes e Signe começou. Signe tinha um ciúme
doentio do marido, principalmente com relação às atrizes que ele dirigia. Ela
não parava de chorar, um sinal evidente da doença. Quando a filhinha nasceu,
imaginava-se que Signe poderia melhorar, mas não foi o que aconteceu. Os dois
principais protagonistas são interpretados por ótimos atores, principalmente
Helle Fagralid. Não custa nada repetir: é um filme pesado, muito triste, mas
excelente sob o ponto de vista cinematográfico. Na verdade, foi um ato de grande
coragem do diretor Nils Malmros, que escreveu a história baseado no que
aconteceu em sua vida particular no início dos anos 80.
domingo, 28 de outubro de 2018
“TULLY”, EUA,
2018, chega para comprovar, de forma definitiva, o imenso talento da bela atriz
sul-africana Charlize Theron. Ela interpreta Marlo, mãe de duas crianças e prestes
a ter o seu terceiro filho. Grávida e com um baita barrigão, Marlo sofre o diabo
para cumprir os afazeres domésticos, como servir o café da manhã e levar os
filhos para o colégio. O mais difícil é lidar com o filho do meio, um garoto do
tipo autista, que só dá trabalho no colégio. O marido, Drew (Ron Livingston),
não ajuda muito, pois trabalha o dia inteiro e à noite prefere se isolar no
quarto para jogar videogame. Ou seja, não dá para contar com ele. Quando a
rotina fica pesada demais, principalmente logo depois do nascimento do bebê, o
irmão de Marlo resolve ajudá-la, contratando uma babá noturna, a Tully do
título, interpretada por Mackenzie Davis. A chegada de Tully fará com que Marlo
consiga relaxar e descansar. As duas começam a se dar tão bem que acabam
ficando amigas, a ponto de trocar confidências e intimidades. Segundo o
material de divulgação, Charlize engordou 23 quilos para representar Marlo. Sei
não. Acredito mesmo é que houve alguma trucagem ou então uma eficiente
maquiagem corporal. De qualquer forma, Charlize, mesmo gorda, continuou linda. O
filme foi dirigido pelo ator e diretor Jason Reitman (“Amor sem Escalas”, “Jovens
Adultos” – também com Charlize – e “Juno”. Além da presença da bela atriz,
outro trunfo do filme é o roteiro criativo, inteligente e bem-humorado escrito
por Diablo Cody, a mesma roteirista de “Juno”, pelo qual ganhou o Oscar de
Melhor Roteiro. “Tully” é um bom filme, mas acredito que vá agradar apenas o
público feminino.
MULHER
QUE SEGUE À FRENTE (“WOMAN WALKS AHEAD”), EUA, 2018, direção de
Susanna White (“Nosso Fiel Traidor”) e roteiro de Steven Knight. Trata-se de
uma história baseada em fatos reais. Em 1890, a viúva aristocrata Catherine
Weldon (Jessica Chastain), pintora nas horas vagas, resolve sair de Nova Iorque
e se aventurar numa perigosa viagem até Dakota do Norte. Seu objetivo era
pintar um retrato do lendário Touro Sentado (Michael Greyeyes), chefe dos índios
Sioux, que, depois de vencer inúmeras batalhas contra o exército norte-americano
e matar muitos homens brancos, vivia pacificamente como plantador de batatas
numa reserva indígena controlada pelos federais. Temerosa em lidar com um
grande guerreiro, Catherine foi aos poucos se aproximando de Touro Sentado, com
o qual começa uma forte amizade (o filme dá a entender que os dois tiveram um
caso). Catherine se engajou na briga entre índios e brancos pela disputa de
terras e enviou várias cartas a senadores norte-americanos e ao próprio governo
pedindo uma intermediação em favor dos indígenas. Esta sua atitude revoltou o
pessoal do exército e ela passou a ser perseguida e até espancada. O vilão da
história é o coronel Groves (Sam Rockwell), que sempre tentou dissuadir
Catherine a volta para Nova Iorque e ficar quietinha no seu canto. Pelo fato de
relembrar um fato histórico pouco conhecido por aqui, o filme vale a pena ser
visto. E ainda mais pela presença da excelente atriz Jessica Chastain, da qual
sou fã incondicional.
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