terça-feira, 18 de julho de 2017

Existem dois bons motivos para assistir “O MAGO DAS MENTIRAS” (“The Wizard of Lies”): primeiro, a presença de astros como Robert De Niro e Michelle Pfeiffer. Segundo, a história bombástica da maior fraude financeira já ocorrida nos EUA, cometida pelo consultor financeiro Bernard Madoff nos anos 90 até 2008, quando foi preso e o esquema todo revelado. Madoff conseguiu arrecadar 65 bilhões de dólares por intermédio de falsas aplicações em fundos inexistentes, enganando milhares de investidores, entre os quais muita gente importante do meio artístico. O filme foi inspirado no livro escrito pela jornalista Diana B. Henriques, do The New York Times, que apresenta os bastidores de todo o processo, as investigações feitas pelo FBI e a desintegração da família de Madoff, aqui incluído o suicídio de um de seus filhos, Mark (Alessandro Nivola). Madoff (De Niro) é mostrado como um homem egocêntrico, autoritário, inescrupuloso, frio e calculista. Enfim, um sujeito dos mais desagradáveis. Michelle Pfeiffer, de volta ao cinema, tem um papel quase decorativo, mas continua bonita, charmosa e boa atriz. A produção é da HBO, com direção de Barry Levinson, e foi exibida diretamente na TV, estreando no último dia 20 de maio. É provável, portanto, que não chegue ao circuito comercial dos cinemas. Não custa ficar atento à programação da HBO, que certamente voltará a exibí-lo.                                                        

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Baseado em fatos reais, o drama inglês “NEGAÇÃO” (“Denial”), 2016, Inglaterra, foi levado às telas com roteiro de David Hare e direção de Mick Jackson. O início de toda a história remonta à segunda metade da década de 70, quando o historiador David Irving (Timothy Spall) escreve um livro defendendo a tese de que Adolf Hitler não ordenou e nem sabia do genocídio de judeus nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Na publicação, Irving ainda coloca em dúvida a própria existência do Holocausto, atribuindo a invenção aos judeus, que queriam, com isso, ganhar dinheiro. Alguns anos depois, a pesquisadora norte-americana Deborah Lipstadt (Rachel Weisz) escreve um livro em que desmente o historiador, que entra com um processo de difamação contra ela. O caso vai a julgamento em 1994. Com riqueza de detalhes, o filme mostra os bastidores do julgamento e as estratégias da equipe de advogados constituídos para defender Deborah, comandada pelo experiente jurista Richard Rampton (Tom Wilkinson). Uma das cenas mais importantes e impactantes é a visita dos advogados e da própria Deborah ao campo de concentração de Auschwitz. O roteiro do filme foi inspirado no livro “History on Trial: My Day in Court with a Holocaust Denier”, escrito pela própria pesquisadora e publicado em 2015. O pior de tudo é que, ainda hoje, tem muita gente que acredita que o Holocausto nunca existiu.                                                         


“KÓBLIC”, Argentina, 2016, é um drama escrito e dirigido por Sebastián Borensztein (“Um Conto Chinês”). O pano de fundo de toda a história é a ditadura militar argentina (1976/1983). O capitão Tomás Kóblic (Ricardo Darín) abandona o exército depois de protagonizar os terríveis “voos da morte”, durante os quais inimigos do regime eram drogados e jogados vivos de aviões no Rio da Prata ou em alto mar. Kóblic era quem pilotava esses aviões, o que lhe acarretou grandes problemas de consciência e recordações traumáticas. Kóblic se refugia num vilarejo fictício chamado Colonia Elena e vai trabalhar numa pequena empresa de aviões agrícolas que fazem a pulverização de plantações. A presença da Kóblic desperta a curiosidade dos moradores, principalmente do delegado Velarde (Oscar Martínez), um psicopata assassino de cachorros. Velarde vai perseguir Kóblic e tentar descobrir a verdade sobre o seu passado. Em meio a tantos problemas, Kóblic acaba se apaixonando por Nancy (a atriz espanhola Inma Cuesta), esposa do dono de um posto de gasolina. A história acaba virando um caso de polícia, com assassinatos e muito suspense. É claro que o astro Ricardo Darín domina o cenário, mas este não é o seu melhor filme. Longe disso. Mas sua presença, sempre marcante, valoriza qualquer produção. Acho que vi quase todos os seus filmes e recomendo, como imperdíveis, alguns deles, como “O Filho da Noiva”, “Truman”, “Abutres”, “Conto Chinês” e o melhor de todos, “O Segredo dos seus Olhos”, vencedor do Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro.