O
drama francês “A PEQUENA JERUSALÉM” (“La Petite Jérusalem”) é bastante esclarecedor com relação à condição da mulher diante dos preceitos da religião judaica ortodoxa. Para isso, coloca em discussão
temas como religião, claro, e também filosofia
e sexo. Produzido em 2005 e dirigido pela então estreante diretora francesa
Karin Albou, o filme centra a história na família de Laura (Fanny Valette), de
18 anos, estudante de Filosofia. Ela vive com a irmã Mathilde (Elsa Zylberstein),
o cunhado Ariel (Bruno Todeschini), os filhos do casal e a mãe. A família mora no
bairro chamado “A Pequena Jerusalém”, em virtude da presença de um grande
número de judeus, na periferia de Paris. Laura gosta de um colega de trabalho,
Djamel (Hédi Tillette de Clermont-Tonnerre), um imigrante ilegal argelino
muçulmano. Na verdade, uma paixão proibida. Sua irmã, Mathilde, descobre que Ariel,
um fervoroso judeu ortodoxo, estava tendo um caso e então coloca em xeque sua
condição de amante recatada, à qual atribui a traição do marido. Ela, então,
vai procurar aconselhamento para reverter a situação. O filme é bastante
interessante justamente por abordar esses aspectos que cercam o cotidiano das
mulheres pertencentes a famílias judaicas ortodoxas. Um filme adulto, sério,
que merece ser visto.
sexta-feira, 6 de março de 2015
quarta-feira, 4 de março de 2015
“GET ON UP”
(ainda sem tradução por aqui), EUA, 2014, é o filme biográfico do cantor James Brown, um
dos maiores fenômenos da música norte-americana e mundial, o “Rei do Soul” e o
inventor do Funk. Para se ter uma ideia de quem foi James Brown (1933-2006) , basta dizer
que vendeu, em sua carreira, mais de 500 milhões de discos. Outro sinal de sua
importância musical: Mike Jagger é um dos produtores do filme e um de seus maiores admiradores. Brown viveu uma
infância pobre, quase miserável, na Carolina do Sul. Abandonado pela mãe ainda pequeno, viveu um
tempo com o pai violento, que depois foi para o exército e o deixou aos
cuidados de uma tia. Brown começou a cantar na cadeia, onde cumpriu pena por
roubo. Saiu e fundou o grupo “The Famous Flames”. Aí foi um sucesso atrás do
outro, até se transformar num dos maiores cantores do século XX. O filme é
ótimo, apesar da longa duração (139 minutos). O elenco é excelente, tendo à
frente Chadwick Boseman (Brown), Viola Davis (Susie Brown, a mãe), Octavia
Spencer (tia Honey), Dan Aykroyd (o empresário Ben Bart) e Nelson Ellis (Bobby
Byrd, o melhor amigo). A direção é de Tate Taylor (“Histórias Cruzadas”). Os números
musicais são um primor, mostrando como Brown, além de ótimo cantor e
compositor, era um showman espetacular. O filme mostra que Brown tinha um ego
maior até do que o seu talento, que já era enorme. Prepare-se para balançar na
poltrona e conhecer um dos maiores gênios da música pop. Imperdível!
A
comédia nacional “MADE IN CHINA”, 2014, é simpática e divertida. O apelo é bem
popular, como a maioria das comédias feitas por aqui, mas esta, pelo menos, não
parte para a baixaria. A história é ambientada no Saara, o maior centro
comercial do Rio de Janeiro, uma espécia de Rua 25 de Março carioca. A Casa São
Jorge, do libanês Nazir (Otávio Augusto), enfrenta a forte concorrência dos
recém-chegados chineses, que abriram a Casa do Dragão bem em frente. Os artigos
da Casa São Jorge, em sua maioria, vêm do Paraguai, e da concorrente, claro, da
China, muito mais baratos. Francis (Regina Casé) e Andressa (Juliana Alves),
vendedoras da São Jorge, tentam descobrir por que os chineses vendem suas
mercadorias muito mais barato. Elas atravessam a rua e tentam dialogar com Chao
(Tony Lee), sua mulher e sua filha, que não falam nossa língua. A dificuldade
de comunicação gera alguns momentos bastante engraçados, ainda mais quando
entra em cena Carlos Eduardo (Xande de Pilares), um malandro que namora Francis
e não pode ver rabo de saia. Apesar do título, o filme é bem carioca, utilizando
linguagem típica da periferia de lá,
repleta de gírias e de termos utilizados pela malandragem. O filme tem a
direção de Estevão Ciavatta, marido de Regina Casé. Esta, por sinal, está
bastante engraçada e menos chata do que o habitual. Otávio Augusto, como
sempre, está ótimo. Mas os destaques mesmo são a morenaça Juliana Alves e Xande de Pilares como o típico malandro carioca. Enfim, um filme para quem quiser se divertir sem exigir
muito.
terça-feira, 3 de março de 2015
Deborah
Secco já provou – tanto em novelas, em filmes e em peças de teatro – que é uma
boa atriz. No cinema, sua melhor atuação foi, sem dúvida, em “Bruna Surfistinha”.
No drama “BOA SORTE”, 2014, ela faz o papel de Judite, uma ex-drogada
com HIV e graves problemas hepáticos Ela está internada numa clínica
psiquiátrica e não tem muito tempo de vida. Enfim, uma paciente em estado terminal,
que se mantém viva no automático e graças às doses de maconha levadas pela avó
Célia (a sempre ótima Fernanda Montenegro). Recém-chegado à clínica, com
problemas de depressão, o jovem João (João Pedro Zappa) logo faz amizade com
Judite. Os dois não se desgrudam e João, sexo depois, acaba se apaixonando. Só que Judite,
sabendo do histórico depressivo do rapaz, decide não alimentar essa paixão.
Como não tem muito tempo de vida, ela teme que João faça alguma besteira após sua
morte. O filme até comove, mas não deixa de ser arrastado, um tanto lento.
Embora tenha emagrecido 11 quilos para o papel, Deborah não está assim tão
convincente. Sua atuação chega a ser forçada em algumas cenas. O filme marca a
estreia de Carolina Jabor (filha do próprio, Arnaldo) na ficção. Complementando
as informações, a história foi baseada no conto “Frontal com Fanta”, de Jorge
Furtado, que também assina o roteiro. Também estão no elenco Cassia Kis Magro
(a antiga Kiss), Felipe Camargo e Gisele Fróes.
domingo, 1 de março de 2015
“BY THE GUN”, 2014,
EUA, direção de James Mottern, é um drama que explora as consequências de se
ingressar na Máfia, principalmente a fidelidade. No caso deste filme, a Máfia de Boston. Filho de italianos,
Nick Tortano (o ator inglês Ben Barnes, o Caspian de “As Crônicas de Nárnia”),
chegou garoto em Boston e logo passou a frequentar gangues. Cresceu e caiu nas
graças do chefão mafioso Salvatore Vitaglia (Harvey Keitel). Nick é recomendado
a ingressar na “Família”, com direito a padrinho, Jerry (Toby Jones), e a uma cerimônia
formal com a presença de importantes chefões. Nick não sabe a fria em que está
se metendo. Quando recebe a primeira missão – assassinar um advogado -, ele
percebe que não coragem para tanto. Para piorar, acaba se apaixonando pela jovem
Ali Matazano (a belezinha Leighton Meester), que nada mais é do que a filha de
um violento chefão mafioso. Nick só fica valente mesmo e sai para a vingança
quando a violência chega em sua família e na namorada. Aí o sangue vai jorrar
de verdade. É claro que o filme passa longe – na verdade, a anos-luz – de inúmeros
outros filmes do gênero, como “Os Bons Companheiros”, por exemplo, na minha
opinião o melhor de todos. Vai gostar deste quem curte o tema Máfia sem se
importar se a história é fraca ou se tem pouca ação e violência. Aliás, não há
muitos motivos para tornar esse filme recomendável. Mediano já é um grande elogio.
“SELMA – UMA LUTA PELA IGUALDADE” (“Selma”), 2014, direção de Ava DuVernay, é um dos
melhores – senão o melhor – filmes já feitos sobre a questão racial nos EUA. A
história é ambientada em 1965, ano em que o pastor protestante Martin Luther
King (David Oyelowo) liderou marchas pacifistas entre a cidade de Selma e
Montgomery, capital do Estado do Alabama. Seu objetivo: garantir o direito de
voto aos negros. O filme mostra os bastidores dessas marchas e como elas foram
planejadas, as conversas de Luther King com o então presidente Lyndon B.
Johnson (Tom Wilkinson) na Casa Branca, o exacerbado racismo do governador
George Wallace (Tim Roth), do Alabama, e a violência sem freios utilizada pelos
policiais contra os manifestantes. Os discursos memoráveis de King também são
destacados. Em um deles, ele afirma que é inconcebível que o presidente Johnson
envie tropas para o Vietnam e se recuse a enviar soldados dar proteção aos
participantes das marchas, afinal cidadãos norte-americanos em seu próprio
país. É um filme poderoso, emocionante, uma verdadeira aula de história. Era um
dos grandes favoritos a ser o destaque do Oscar 2015, mas foi claramente esnobado pela
Academia. Recebeu somente duas indicações: Melhor Filme (perdeu) e Melhor
Canção Original (ganhou, com “Glory”). Injusto, pois o filme é ótimo, simplesmente
imperdível!
Assinar:
Postagens (Atom)