“MAMÃE SAIU DE FÉRIAS” (“MAMÁ
SE FUE DE VIAJE”), 2019, México, 1h40m, roteiro e direção de
Fernando Sariñana. Trata-se de um remake do filme argentino “Mamá se Fue
de Viaje”, de 2017, que também teve uma versão italiana este ano, “10 Giorni
Senza Mamma”. A versão mexicana, tema deste comentário, é muito divertida.
Cassandra (Andrea Legarreta), a dona da casa, resolve tirar umas férias para
fazer um curso de Ioga. Deixou os quatro filhos aos cuidados do pai,
completamente inexperiente na função, pois dedica-se integralmente à empresa
onde trabalha como gerente. Ah, ainda sobrou o cachorro da família, “Canabis”.
Aquelas confusões de sempre: acordar cedo para fazer o café para a criançada, cuidar
das roupas de cada um, deixar comida com o cachorro, levar e buscar no colégio
etc. E ainda ter que cuidar de contratar uma faxineira, pois a antiga sofreu um
acidente e está de licença. Como toda a desgraça não vem sozinha, Gabriel tem
de mostrar serviço na empresa, já que haverá uma promoção para um cargo mais
alto e ele é cotado como favorito. Sua maior chance de conquistar o cargo pode
estar no Dia da Família, um evento anual organizado pela empresa no qual os
funcionários levam suas famílias para participar de brincadeiras, jogos e
muitas diversões. As cenas dessa festa são as mais engraçadas do filme. “Mamãe Saiu
de Férias” é uma ótima dica para uma sessão da tarde com a família. Para rir à
vontade!
sábado, 28 de dezembro de 2019
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
“AS GOLPISTAS” (“HUSTLERS”),
2019, Estados Unidos, 1h49m, roteiro e direção de Lorene Scafaria, que adaptou
a história, baseada em fatos reais, inspirada no artigo “The Hustlers at Scores”,
da jornalista investigativa Jessica Pressler, publicada com exclusividade em 2016 na Revista New
York Magazine (no filme, Jessica é interpretada por Julia Stiles). Os fatos se referem a um grupo de dançarinas, ex-strippers, que aplicavam golpes contra seus clientes, a maioria dos quais empresários, altos
executivos e gente com a conta bancária recheada. O golpe era simples: elas
chamavam o cliente para um programa, colocavam um remédio em sua bebida – tipo “boa
noite, Cinderela” - e depois surrupiavam seus cartões de crédito, esvaziavam
suas contas e transferiam o dinheiro para uma conta conjunta das “meninas”. A
chefona do esquema era Ramona (Jennifer Lopez), com a cumplicidade de Destiny
(Constance Wu), Mercedes (Keke Palmer) e a loiraça Annabelle (Lili Reinhart). O
filme conta a história das moças desde o começo, 2007, quanto atuavam como
strippers num clube frequentado por altos executivos de Wall Street. Em 2008,
com a crise econômica, o clube perdeu os clientes e os negócios caíram ladeira
abaixo. Cada uma das moças foi se virar de alguma forma, até trabalhando como
vendedoras em lojas de roupas. Alguns depois, elas se reencontraram e tiveram a
ideia dos golpes. Confesso que fiquei em dúvida se assistia ou não, mas não me
arrependi, pois o filme é bastante interessante, principalmente por ser baseado
em fatos reais que, se eu não estiver enganado, passaram em branco por aqui. Embora
seja de Constance Wu a personagem condutora da história, é a diva Jennifer
Lopez que se destaca pelo visual “mulherão” e até com uma atuação bastante
convincente. Dizem até que deve ser indicada ao Oscar. O filme estreou no dia 7
de setembro de 2019 no Festival Internacional de Cinema de Toronto.
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
“CORINGA”
(“Joker”), 2019, EUA, 2h2m, direção de Todd Philips, que também assina
o roteiro com a colaboração de Scott Silver. Como todo mundo sabe, “Coringa” é
aquele personagem assustador dos filmes de Batman e um de seus principais
inimigos. O filme volta no tempo para 1981, quando “Coringa” era apenas Arthur
Fleck (Joaquin Phoenix), um palhaço que durante o dia trabalhava na porta de
comércios de rua em Gotham City e à noite tentava fazer sucesso como comediante
de stand-up. Ainda não havia Batman (ele não aparece e nem mesmo é mencionado).
A história é toda centrada em Arthur Fleck, um sujeito com graves distúrbios
mentais controlados apenas com remédios que recebe da assistência social, que
também é encarregada do seu acompanhamento psicológico. Até que um dia o
governo municipal, para reduzir custos, cancela os remédios e o tratamento
psicológico. Sem essa assistência, Fleck passa a ter surtos psicóticos
violentos. Vestido de palhaço, ele mata três executivos de uma importante empresa
de Gotham City dentro de um vagão do metrô. A notícia se espalha pela cidade e o
tal palhaço assassino não identificado transforma-se no herói das classes menos
favorecidas, provocando um movimento popular violento contra a elite da cidade.
Enquanto sua identidade não é descoberta, Fleck, por causa de um vídeo onde
aparece fazendo stand-up, é convidado a participar do programa televisivo
de auditório comandado por Murray Franklin (Robert De Niro) e logo vira
celebridade, exigindo que seja chamado de “Coringa”. Este é apenas um resumo da história, mas tem muito mais até o desfecho.
Na verdade, o roteiro apresenta como pano de fundo um estudo psicológico de uma mente
doentia, que gradualmente se transforma num psicopata dos mais violentos. O
filme tem todos os ingredientes para receber um grande número de indicações ao
Oscar 2020, a começar pela impressionante atuação de Joaquin Phoenix. Seus
olhares, seus gestos e suas risadas provocam calafrios. Para fazer o papel, o ator perdeu 24
quilos, aspecto que tem bastante efeito na premiação. Também é destaque a
direção de arte, especialmente os cenários, figurinos e uma fotografia
deslumbrante, além do restante do elenco, com Zazie Beetz, Frances Conroy e Brett Cullen. Outro trunfo do filme é sua trilha sonora, criada pela
compositora islandesa Hildur Guonadóttir, que fortalece, valoriza e aumenta a
tensão de cada uma das cenas impactantes, que são muitas. O filme estreou em agosto de 2019 durante o 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza e ganhou o "Leão de Ouro", principal premiação do evento. “Coringa” é um filme
perturbador, tenso, assustador. E genial. Um dos grandes filmes do ano.
Imperdível!
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