sexta-feira, 10 de junho de 2022

 

“UMA MÃE PERFEITA” (“UNE MÈRE PARFAITE”), 2022, França/Alemanha/Bélgica, minissérie em quatro capítulos, direção de Frédéric Garson, seguindo roteiro assinado por Carol Noble e Thomas Boulle. A história foi inspirada no livro homônimo escrito por Nina Darnton, baseada no famoso caso da jovem norte-americana Amanda Knox, presa na Itália em 2007 acusada de um assassinato. Na minissérie, recentemente lançada pela Netflix, o pano de fundo é um drama policial centrado na família Berg, residente em Berlim. Quando recebem a notícia de que sua filha Anya Berg (Eden Ducourant) é presa em Paris, acusada de assassinato, a mãe, Hélène Berg (Julie Gayet, ótima), pega o primeiro voo rumo à capital francesa. O marido, Mathias Berg (Andreas Pietschmann) e o filho, Luckas (Maxim Driesen), ficam em Berlim. Como é proibida de ver a filha, Hélène procura o advogado Vincent Duc (Tomer Sisley), seu ex-namorado da época em que ainda vivia em Paris. Enquanto isso, na delegacia, Anya é submetida a vários interrogatórios e cai em contradição várias vezes, confundindo o inspetor Mani (Cyril Gueï), responsável pela investigação. A vítima do crime é um rapaz de uma importante família francesa, o que complica ainda mais a situação de Anya. Aos poucos, a abordagem policial da minissérie logo se transforma em um drama familiar, expondo as mazelas da família Berg. Até o fim, mesmo com as evidências incriminando Anya, incluindo sua relação com um traficante, Hélène defenderá a filha com unhas e dentes. Também estão no elenco Inès Spiridonov e Julien Lopes. A cena final dá a entender que haverá uma segunda temporada, o que eu não acredito. De qualquer forma, a minissérie não chega a decepcionar.              

terça-feira, 7 de junho de 2022

 

“INTERCEPTOR”, assim mesmo sem tradução, como aparece na Netflix desde o dia 3 de junho de 2022, Austrália, 1h36m, direção de Matthew Reilly, que também assina o roteiro com a colaboração de Stuart Beattie. Imagine a situação: terroristas tomam a base de mísseis balísticos Tavlinka, na Rússia, e ameaçam atacar 16 das principais cidades dos Estados Unidos. A trama é descoberta e as duas bases antimísseis do exército norte-americano entram em alerta. Uma delas, porém, a de Fort Greeley, localizada em território dos EUA, já havia sido invadida e tomada pelos terroristas. Resta então a base SBX-1, instalada em uma plataforma no Oceano Pacífico. No dia em que a capitã JJ Collins (Elsa Pataky) chega ao comando da SBX-1, designada pelo alto comando militar, os terroristas a invadem, tentando inutilizá-la para que os mísseis russos não sejam interceptados. Com apenas um soldado para ajudá-la, a capitã terá de defender a base praticamente sozinha, já que seu colega não sabe nem mesmo utilizar uma arma. O filme garante emoção, tensão e muita ação do começo ao fim, garantindo um bom entretenimento. A grande atração é mesmo a bela atriz espanhola Elsa Pataky, casada com o astro de “Thor”, Chris Hemsworth, que, além de produtor-executivo, aparece em algumas cenas como vendedor de uma loja de eletroeletrônicos. Uma participação, convenhamos, totalmente desnecessária. Também estão no elenco Luke Bracey, Mayen Mehta, Aaron Glenane, Paul Caesar, Belinda Jombwe, Zoe Carides, Marcus Johnson, Kim Knuckey e Rhys Molddon. Resumindo, dá para se divertir numa boa.     

segunda-feira, 6 de junho de 2022

 

“TIO FRANK” (“UNCLE FRANK”), 2020, Estados Unidos, produção original Amazon Prime, 1h35m, roteiro e direção de Alan Ball – Ball ficou conhecido depois que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro por “Beleza Americana”, em 1999. “Tio Frank” é um drama familiar bastante sensível sobre o homossexualismo, valorizado pelas ótimas atuações do elenco, que conta com Sophia Lillis, Paul Bettany, Peter MacDissi, Margo Martin Dale, Steve Zahn, Judy Greer e Stephen Root. A história, ambientada no final dos anos 60 e início dos anos 70, envolve a família Bledsoe, residente em uma pequena cidade do interior da Carolina do Sul. Sob a ótica da adolescente Beth (Lillis), que também é narradora da história, o filme acompanha a rotina dos encontros da família, normalmente nos almoços de final de semana. Aos poucos, o espectador é levado a conhecer as personalidades de cada um, com destaque para Frank (Bettany), que esconde da família o fato de ser gay, motivo pelo qual resolveu se mudar para Nova Iorque, onde vive com o namorado Walid (Peter MacDissi, o melhor do elenco), um imigrante da Arábia Saudita que deixa o seu país para não ser decapitado por causa de sua opção sexual. Desde criança, Beth sempre admirou o tio Frank, com o qual sempre se sentiu à vontade para conversar, principalmente sobre literatura, seu assunto preferido. Quando Beth deixa sua pequena cidade para estudar na Universidade de Nova Iorque, ela terá a oportunidade de se aproximar ainda mais do tio Frank. É quando descobre que ele é gay. Quando recebem a notícia da morte de Mac (Root), o patriarca autoritário da família, Frank e Beth viajam para participar do funeral, levando Walid a tiracolo. A situação se complica a partir do momento em que o testamento deixado por Mac é lido. Uma chocante revelação é feita, afetando as relações entre os familiares. Meio escondido na plataforma Amazon, “Tio Frank” é um ótimo drama que coloca em discussão e até sugere uma reflexão sobre a homossexualidade, de uma maneira sensível e até comovente. Belo filme que merece ser descoberto.