sábado, 27 de novembro de 2021

 

“SOLDADO ANÔNIMO - A LEI DO RETORNO” (“JARHEAD – LAW OF RETURN”), 2019, coprodução EUA/Israel, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 1h41m, roteiro e direção de Don Michael Paul. É um filme de ação ambientado no Oriente Médio, mais uma vez reunindo como oponentes israelenses e árabes. A história começa com o major Ronan Jackson (Devon Sawa), piloto de caça norte-americano servindo a força aérea israelense (a tal Lei do Retorno, que explico no fim do comentário) sendo abatido durante uma missão na Síria. Ele consegue se ejetar, mas é capturado em solo por membros de uma organização terrorista síria. Ronan é filho de um senador norte-americano (Robert Patrick) e, por isso, mesmo, seu sequestro mobiliza não só o exército de Israel, como também uma força especial dos Estados Unidos. Juntos, sob a coordenação do Mossad (serviço secreto israelense), os soldados ingressarão no território sírio para resgatar Ronan. O filme inteiro envolve essa tentativa de localizar o paradeiro do piloto, missão que resultará em muitos tiroteios, mortes e explosões. As cenas de ação são bem feitas e a tensão predomina do começo ao fim. A tal Lei do Retorno do título refere-se à lei que confere a todos os judeus, originários de qualquer nação, direito a residência e cidadania em Israel. Ainda estão no elenco Shanti Ashanti, Amaury Nolasco, Yael Eitan, Tsahi Halev e Ben Cross. Um detalhe triste é o registro da morte do ator inglês Ben Cross alguns meses após o final das filmagens. Cross ficou conhecido por interpretar o campeão olímpico Harold Abrahams no filme “Carruagens de Fogo”, de 1981, e também como o pai de Spock em “Star trek, de 2009. Para concluir, recomendo “Soldado Anônimo: A Lei do Retorno” como um filme de ação que merece ser visto.          

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 

“AS LEIS DA FRONTEIRA” (“LAS LEYES DE LA FRONTERA”), 2021, Espanha, 2h10m, direção de Daniel Monzón (“Cela 211”, “Yucatán”), seguindo roteiro de Jorge Guerricaechevarría. Trata-se de uma adaptação do romance homônimo escrito por Javier Cercas em 2012, lançado no Brasil pela Editora Biblioteca Azul em 2013. Definir o filme como um gênero único é difícil, pois a história mistura drama, filme de ação, romance, sexo, drogas, suspense e policial, tudo junto e misturado, mas elaborado de forma competente no roteiro. O cenário é a cidade de Girona, na região da Catalunha, e o ano é 1978. A história é centrada no jovem Nacho (Marcos Ruiz), um estudante tímido que é azucrinado (o termo bullying ainda não era utilizado) pelos colegas pelo fato de usar óculos. Seu apelido era “Oclitos”. Até que um dia, em um salão de jogos, ele conhece Zarco (Chechu Salgado) e sua namorada Tere (Begoña Vargas). Zarco chefia uma gangue de delinquentes que costuma praticar assaltos em pequenos comércios da cidade. Nacho participa de um deles e acaba gostando da aventura, além do fato de estar apaixonado por Tere. Zarco, porém, começa a planejar assaltos mais ousados, principalmente a farmácias e bancos. Diante de tal quadro, a polícia aperta o cerco, o que garante boas cenas de perseguição e tiroteios. Vamos ficar por aqui para não estragar as surpresas do final. O filme estreou  durante a programação oficial do 69º Festival Internacional de Cinema de San Sebastíán, em setembro de 2021 e acaba de chegar à Netflix, podendo ser considerado, sem dúvida, como um dos melhores lançamentos da plataforma este ano.     

terça-feira, 23 de novembro de 2021

 

“SANGUE DE PELICANO” (“PELIKANBLUT”), 2019, Alemanha, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 120 minutos, roteiro e direção de Katrin Gebbe – é o seu segundo longa-metragem (o primeiro foi “Nada de Mau Pode Acontecer”, de 2013). Trata-se de um ótimo suspense valorizado pela presença de uma das melhores atrizes alemãs do momento, Nina Hoss. A história é centrada na treinadora de cavalos da polícia Wiebke Landal (Hoss), mãe adotiva de Nicolina (Adelia Ocleppo), de 10 anos de idade. Ela mora em um pequeno haras na zona rural, onde mantém um estábulo e um galpão para o treinamento dos animais. Ela resolve adotar outra criança e consegue, pela internet, uma menina de 5 anos chamada Raya (Katerina Lipvska). Mal sabe ela em que fria está se metendo. Sua vida se transforma num verdadeiro inferno. A menina logo se revela violenta e incapaz de estabelecer conexões emocionais ou sentir empatia. E, pior ainda, ela pode estar possuída por um ser demoníaco. As atitudes intempestivas de Raya amedrontam não só Wiebke como sua outra filha, Nicolina. Sem falar na escola infantil, que, por pressão das mães, expulsa a menina. Wiebke tenta de tudo para conseguir “domar” a criança, desde um psiquiatra infantil e até mesmo uma curandeira. O sacrifício que Wiebke faz para curar a menina é o que justifica o título. Existe uma lenda que diz que os pelicanos machucam o próprio peito para alimentar os filhotes com o seu sangue. “Sangue de Pelicano” estreou, com ótimas críticas, durante a programação oficial do Festival de Cinema de Veneza/2020. Realmente, o filme é muito bom. Vale a pena!          

 

“O MISTÉRIO DE HAILEY DEAN – PRESCRIÇÃO PARA MATAR” (“HAILEY DEAN MYSTERIES – A PRESCRIPTION FOR MORDER”), 2019, Canadá/Estados Unidos, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 1h23m, direção de Allan Harmon e roteiro de Michelle Ricci. Este é um dos filmes da série “Hailey Dean Mysteries”, exibida pelo canal de TV Hamark Movies & Mysteries. No total, foram produzidos 9 episódios, de 2016 a 2019, cada um com uma história, sempre com personagem da psicóloga Hailey Dean (Kellie Martin), uma ex-promotora de justiça que ajuda a polícia de Atlanta (Geórgia) a resolver crimes misteriosos. Em “Prescrição para Matar”, penúltimo episódio da série, o mistério gira em torno de três assassinatos ocorridos no Hospital Atlanta Memorial. As vítimas eram pacientes cuja morte, segundo a autópsia, foi ocasionada por overdose de um medicamento. Os detetives Charlene (Lucia Walters) e Fincher (Viv Leacock), com o auxílio de Hailey Dean, iniciam as investigações. O espectador é levado a conhecer vários suspeitos, entre eles dois enfermeiros, uma farmacêutica, um médico e o próprio diretor do hospital, já que uma das vítimas é uma médica que tinha sido cotada para o cargo. Enfim, até o desfecho, a gente fica na expectativa da revelação do assassino, tendo que aguentar uma enrolação danada, incluindo a relação amorosa da psicóloga com um médico-legista e seu sogro, além de uma série de interrogatórios com os suspeitos. Também estão no elenco Cameron Bancroft, Matthew MacCaull, Emily Holmes, Lauren Holly, Kellie Martin, Bradley Striker e Barbara Patrick. Não assisti aos demais filmes da série, mas se pegarmos este como exemplo, não dá para fazer uma recomendação entusiasmada, mas pelo menos não ofende nossa inteligência.               

domingo, 21 de novembro de 2021

“ALERTA VERMELHO” (“RED NOTICE”), 2021, Estados Unidos, produção original Netflix, 1h55m, roteiro e direção de Rawson Marshall Thurber. Este é o filme mais caro já produzido pela Netflix (200 milhões de dólares). Trata-se de um filme com muita ação, humor, cenários exuberantes e uma história no mínimo mirabolante e radicalmente fantasiosa. Mas que diverte muito. O elenco é comandado por três dos melhores atores da atualidade no gênero, o brucutu simpático Dwayne Johnson, Gal Gadot e Ryan Reynolds. A Interpol e o FBI estão atrás de Nolan Booth (Reynolds), um famoso ladrão de joias e obras de arte. O agente John Hartley (Dwayne), do FBI, e a inspetora Urvashi Das (Ritu Arya), estão em Roma (Itália) para iniciar a caçada a Booth, que estaria por lá para roubar um dos três ovos de ouro que teriam sido presentados à rainha egípcia Cleópatra pelo imperador romano Marco Antônio (a História não registra o fato, ou seja, é tudo ficção). O tal ovo também é cobiçado por outra ladra famosa, Sarah Black (Gadot), conhecida no mundo do crime como o “Bispo” – no masculino, para disfarçar a identidade. Os três, uns contra os outros e às vezes juntos, enfrentarão muitas aventuras e perigos, numa sucessão de viagens que farão por cenários espetaculares na Itália, República Tcheca, Espanha, França, Rússia e até na Argentina. Sempre atrás dos ovos de ouro. Aliás, a maior gafe do filme acontece justamente quando a América do Sul surge na história. No mapa em que os ladrões descobrem as coordenadas de onde estaria estaria o tal ovo de ouro, o local é exatamente na fronteira de São Paulo com o Paraná, ou seja, no Brasil. O filme define o local como a Argentina. Um erro geográfico lamentável, mas, convenhamos, quem liga? “Alerta Vermelho” não economiza na ação nem nas inúmeras sacadas de humor, nas situações e também nos diálogos repletos de piadas. Ou seja, é um filme que diverte o tempo inteiro. Do trio principal de atores, a atriz israelense Gal Gadot, a atual “Mulher-Maravilha”, merece um destaque muito especial. Ela rouba todas as cenas em que aparece, e são muitas, e parece estar se divertindo muito. Aqui, ela é mais do que a “Mulher-Maravillha”, mas sim uma maravilha de mulher, sensual, linda e perigosa. Só ela vale o ingresso. Para se ter ideia do humor que permeia o tempo inteiro, numa cena dentro de uma caverna aparece o personagem de Ryan Reynolds assobiando o tema da trilha sonora de “Indiana Jones”. Hilariante. A cena final dá a entender que vem uma continuação por aí. Tomara que sim, mas que mantenham o trio central de atores. “Alerta Vermelho” não tem a pretensão de ser um ativador de neurônios, mas garante um divertimento de primeira. E viva Gal Gadot!