O drama
sueco “MINHA IRMÃ MAGRA” (“Min Lilla Syster”), 2014, tenta responder a
uma pergunta que aflige milhares, ou milhões, de pais no mundo inteiro: O que fazer quando você descobre que
sua filha sofre de anorexia? O tema é abordado com sensibilidade pela diretora estreante em longas Sanna Lenken, mais conhecida por seus trabalhos na TV. Ela também é a autora do
roteiro. É sob o ponto de vista de Stella (a ótima Rebecka Josephson), de 12
anos, que tudo acontece. É como se ela funcionasse como narradora da história. Ela
é gordinha e morre de inveja da sua irmã mais velha, Katja (Amy Deasismont),
que é a estrela da patinação na escola e queridinha dos pais. Stella, colocada
meio de escanteio, observa tudo quieta até descobrir que Katja consegue ser
magra porque é anoréxica. Stella até que se compadece pela situação da irmã e
tenta ajudá-la. Mas a questão é que Katja pede segredo à irmã, prometendo não
contar aos pais que Stella escreve poemas eróticos pensando no treinador Jacob
(Maxim Mehmet). De alguma forma, porém, a situação de Katja chega ao
conhecimento dos pais, que terão de lidar com o problema. O drama é amenizado
por alguns toques de bom humor, principalmente nas cenas envolvendo a gordinha e simpática Stella. Embora o contexto seja dramático, o filme é bastante agradável e merece
ser visto. Como aval da minha opinião, lembro que “Minha Irmã Magra” foi eleito
o Melhor Filme Nórdico no Festival de Cinema de Gotemburgo e recebeu o Urso de
Cristal no Festival de Berlim 2015.
sábado, 15 de abril de 2017
sexta-feira, 14 de abril de 2017
O drama
“VIRGEM JURAMENTADA” (“Vergine Giurata”), 2014, Itália, foi exibido pela
primeira vez durante o 65º Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2015,
foi sucesso de público e crítica em vários festivais pelo mundo afora e, por
aqui, integrou a programação da 39ª Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo. Filme de estreia da diretora italiana Laura Bispuri, que escreveu o
roteiro em conjunto com Francesca Manieri. A história: as irmãs Hana e Hila
vivem num vilarejo nas montanhas da Albânia. Elas crescem numa sociedade
radicalmente machista, onde as mulheres são tratadas como escravas e obrigadas
a se submeter à vontade dos homens. As irmãs se rebelam com a situação. Hila (Flonja
Kodheli) escapa de um casamento arranjado e foge com o namorado para a Itália. Hana
(Alba Rohrwacher) decide ficar e resolve adotar o sexo masculino, obedecendo à
Lei do Kanun e jurando eterna virgindade. Ela passa a se chamar Mark Doda e,
apenas com seu rifle, vai morar durante 10 anos em plena solidão nas montanhas.
Quando decide visitar a irmã na Itália, Hana/Mark começa a mudar os seus
conceitos. O filme é bastante interessante na medida em que revela algumas das
principais tradições vigentes naquela região inóspita da Albânia. É um filme de
poucos diálogos. A interpretação da atriz italiana Alba Rohrwacher é
impressionante. Ela fala muito pouco o filme inteiro, utilizando-se apenas de
sua expressão facial e corporal. O filme é muito bom e merece ser visto por quem curte cinema de qualidade.
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Quem
tem claustrofobia (fobia a lugares fechados) e sofre de nictofobia (medo do
escuro), jamais assista ao drama mexicano “7:19”, 2016, direção de Jorge
Michel Grau. O pano de fundo é o terremoto que arrasou a Cidade do México no
dia 19 de setembro de 1985, causando milhares de mortos e destruindo dezenas de
edifícios e casas. O título refere-se ao exato momento em que o terremoto começou. O filme quase inteiro é ambientado nos destroços de um
grande edifício, onde cinco pessoas tentam sobreviver em meio aos escombros enquanto o socorro não
chega. Um deles é o dr. Fernando Pellicer (Demian Bichir, do polêmico “Os Oito
Odiados”, de Quentin Tarantino), executivo cujo sogro foi o construtor do
prédio. Outro é Martin Soriano (Hector Bonilla), porteiro do edifício prestes a
se aposentar. O ritmo lento e arrastado, sem qualquer ação, pode causar sonolência.
Ou seja, só vai chegar ao final quem tiver uma dose monumental de paciência ou conseguir ficar acordado.
Menos mal que tudo seja inspirado em fatos reais, mas trata-se, sem dúvida, de
um filme sem muitos atrativos, ou seja, pouco recomendável.
“10.000 Km”, Espanha, 2014, direção de Carlos Marques-Marcet.
Alexandra (Natalia Tena) e Sergi (David Verdaguer) vivem em Barcelona e formam
um casal ainda em fase de lua-de-mel, com muita paixão e sexo. Posso estar enganado, mas a cena de sexo inicial foi mesmo para valer, mesmo não sendo explícito. Ao mesmo tempo, Alex e Sergi querem ter um filho. Um dia ela, fotógrafa e designer gráfica, recebe uma
proposta de trabalho irrecusável para ficar um ano em Los Angeles. Eles
conversam bastante antes de tomar a decisão e, enfim, Alexandra vai para os
EUA. Todos os dias eles conversam pela webcam, trocam juras de amor eterno e contam
os dias que faltam para terminar o trabalho dela. Mesmo à distância, o relacionamento
se desgasta e entra em crise, mais pelo ciúme e as desconfianças de Sergi. E o
filme vai por aí afora com muito papo furado interminável pela internet. O
filme todo é um tédio insuportável, cansativo e enfadonho, a começar pelo fato de
vermos apenas dois personagens em cena falando um com o outro durante os mais
de 100 minutos de duração. Os diálogos são de uma profundidade milimétrica. O
roteiro foi escrito pelo diretor Carlos Marques em conjunto com Clara Roquet e
dele também participaram os dois atores. O diretor faz parte de um grupo de
cineastas espanhóis intitulado “La Panda”, cujo objetivo é realizar filmes
criativos e de baixo orçamento. No caso de “10.000 Km”, eu acrescentaria mais
um objetivo: fazer dormir.
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