quinta-feira, 10 de janeiro de 2019


De vez em quando é até saudável assistir a um filme que não exija nenhum esforço dos seus neurônios. Um filme de ação, por exemplo, como “A JUSTICEIRA” (“PEPPERMINT”), 2018, EUA, 1h35m, direção de Pierre Morel e roteiro de Chad St. John. A dona de casa Riley North (Jennifer Garner) presencia o assassinato de seu marido e de sua filha num parque de diversões. Depois de sair do coma, pois também foi atingida pelos tiros, ela vai à delegacia e reconhece cada um dos quatro matadores, todos pertencentes à gangue do poderoso traficante Diego Garcia (Juan Pablo Raba). Eles vão a julgamento e são absolvidos, enquanto Riley é considerada incapaz e acaba confinada numa instituição psiquiátrica. Corte rápido! O filme avança cinco anos e Riley volta a Los Angeles a fim de se vingar. Não vai escapar ninguém: os matadores, o mandante, o promotor, o advogado de defesa dos bandidos e o juiz. De vítima, Riley transforma-se em assassina serial, mobilizando a polícia local e também o FBI. Muita ação, tiros, pancadaria, sangue jorrando e, para lavar a alma do espectador, muitos bandidos mortos. A história não é nenhuma novidade. Já vimos vinganças semelhantes em “Desejo de Matar”, com Charles Bronson, e o recente remake com Bruce Willis. E também em “Valente”, onde a justiceira é interpretada por Jodie Foster. Aos 46 anos, Jennifer Garner está em plena forma física – e que forma! – e continua muito bonita e sensual. As cenas de ação são ótimas, pois o diretor Pierre Morel é especialista no gênero (“O Franco Atirador”, “Busca Implacável” e “Dupla Implacável”), assim como o roteirista Chad St. John (“Invasão a Londres”). Um dos meus dois neurônios foi ativado quando o filme terminou: como é que uma dona de casa, de uma hora para outra, transforma-se numa especialista em armas pesadas e perita em artes marciais? De qualquer forma, é um ótimo filme de ação.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019


“AMANDA” é um drama francês de 2018 escrito e dirigido por Mickhaël Hers (“Aquele Sentimento do Verão”). Depois da morte de Sandrine (Ophélia Kolb), sua irmã mais velha e mãe solteira, a quem era muito próximo, David (Vincent Lacoste), um jovem de 24 anos, se vê obrigado a criar a sobrinha órfã Amanda (Isaure Multrier), de 7 anos. A história do filme é toda centrada na relação de amor e companheirismo de tio e sobrinha, o que garante momentos bastante comoventes, graças à interpretação de Vincent Lacoste, o ator jovem do momento na França, e, principalmente, da atriz mirim Isaure Multrier. Difícil não se emocionar com a atuação dessa menina. Como também não é difícil de se emocionar com a presença da bela atriz italiana Greta Scacchi, que chega perto dos 60 anos com uma beleza ainda digna de uma grande diva que foi nos anos 80/90. Em “Amanda”, ela interpreta a mãe ausente de David que mora em Londres. “Amanda” também explora os atos terroristas ocorridos recentemente na França, num dos quais foi morta Sandrine, mãe de Amanda. O filme é excelente. Comovente sem cair no melodrama. Por aqui, foi exibido na programação oficial da 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em outubro de 2018. Programão!    

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019


“ONDE ESTÁ KYRA?” (“WHERE IS KYRA?”), 2017, EUA, 1h38m, roteiro e direção do cineasta nigeriano Andrew Dosunmu, mais conhecido por ter dirigido videoclipes para vários artistas, entre os quais Tracy Chapman, Isaac Hayes e Aaron Neville. Nesta produção independente, que estreou no Festival de Sundance 2017, Dosunmu conta a história de Kyra (Michele Pfeiffer), uma mulher de meia-idade solitária, desempregada, cheia de dívidas e que vive exclusivamente para cuidar da mãe doente. Quanto esta falece, Kyra descobre a chance de ganhar um dinheiro mensal. Ela não comunica a morte às autoridades e se disfarça de velhinha para receber os cheques da pensão. Em meio à fraude, Kyra conhece Doug (Kiefer Sutherland), outro fracassado na vida. Juntou a fome com a vontade de comer, e os dois iniciam um romance. Doug descobre a mutreta de Kyra e pede a ela que desista de continuar, pois se descobrirem é cana certa. Será? Michelle Pfeiffer está muito longe da loira linda e glamorosa da forma como aparece na maioria dos seus filmes. Ela está até feia, magra demais, cabelos escuros e com o rosto encovado. Mas sua performance é excelente, tanto que a crítica especializada já está achando que Michelle será indicada para o Oscar 2019. Vamos aguardar. Resumo da ópera: trata-se de um drama filmado de forma esquisita, sombrio e depressivo, desagradável de assistir. Em todo caso, elogiado pelos críticos. Mesmo com a presença de Michelle, duvido que o filme seja exibido por aqui no circuito comercial.