Baseado em fatos reais, “VENTOS
PARA A LIBERDADE” (“Ballon”), 2018, Alemanha, 2h06m, roteiro e direção de
Michael Blully Herbig, conta uma incrível história de coragem. O ano é 1979.
Dois casais de amigos, juntamente com seus filhos pequenos, decidem tentar
fugir da Alemanha Oriental para a Ocidental utilizando um balão. Detalhe:
ninguém é balonista. Peter Strelzyk (Friedrich Mücke) é mecânico e Günter
Wetzel (David Kross) pedreiro. Mesmo assim, planejaram a construção do balão e
também elaboraram um audacioso plano de fuga. Tudo isso no maior segredo
possível, já que naquela época todo mundo vigiava todo mundo para depois
entregar para a famigerada STASI, a polícia secreta da Alemanha Oriental (República
Democrática Alemã – nunca entendi a utilização da palavra “Democrática” para
denominar um regime tão fechado, sem liberdade nenhuma). O filme apresenta tantas
sequências de suspense e tensão (corda esticada mesmo) que prende a atenção do
começo ao fim. É capaz de nos fazer roer a unha, eriçar os pelos da nuca, entortar
o braço da poltrona e comer um enorme saco de pipocas e nem perceber que
acabou. Um filmaço irresistível, daqueles que nos faz torcer o tempo inteiro
para as famílias não serem presas e conseguirem fugir. Imaginar que essa
aventura incrível realmente aconteceu é mais um trunfo desse ótimo filme
alemão, que ainda conta com um excelente elenco. Além de David Kross e Friedrich Mücke, participam Thomas Kretschmann, Karoline Schuch, Alicia Von Rittberg, Emily Kusche e Ronald Kululies. IMPERDÍVEL!
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
“DESTRUIDOR” (“VARGUR” – a tradução
do islandês para o português é minha, pois o filme não chegou por aqui e duvido
que chegue), 2018, coprodução Islândia/Dinamarca, 1h35m, roteiro e direção de Börkur
Sigthorsson). Trata-se de um suspense policial centrado em dois irmãos que
pretendem contrabandear cocaína de Copenhagen (Dinamarca) para Reikjavik, capital
do seu país natal, a Islândia. Para isso, requisitam para servir de “mula” uma
jovem polonesa. Erik (Gísliörn Garoarsson), um dos irmãos, é alto executivo de
uma empresa contra a qual aplicou um golpe e precisa de dinheiro para cobrir a
dívida. Atli (Baltasar Breki Samper), o outro irmão, é um sujeito fracassado e,
pior, acaba de sair da prisão. O combinado é que a jovem Sofia (Anna Próchniak)
engula várias cápsulas com cocaína para “desová-las” em Reikjavik. Entre os
percalços do plano, um torna-se um problema e tanto: Sofia começa a passar mal
no avião e, quando chega, piora ainda mais. Ao mesmo tempo, os policiais do
aeroporto de Reykjavik desconfiam da menina e de seu acompanhante, Atli, e
avisam a polícia. Cabe à agente Lena (Marijana Jankovic) montar a estratégia
para tentar capturar os irmãos traficantes e salvar Sofia. Não dá para contar
mais, senão estrago o desfecho. Quanto ao cinema islandês, lembro de já ter
assistido a alguns, três deles muito bons: “A Sombra da Árvore”, 2017, “Desajustados”
e “Pardais”, ambos de 2015. A utilização da Islândia como cenários para
diversos filmes e séries de outros países (vide “Game of Thrones”) talvez seja
maior do que sua própria produção cinematográfica. Realmente, suas paisagens e belezas
naturais são espetaculares. Voltando a “Vargur”, trata-se de um filme pleno de
ação e suspense, com ótimo elenco, garantindo um bom programa na telinha.
terça-feira, 8 de outubro de 2019
“OBSESSÃO” (“Greta”), 2019,
EUA, 1h38m, roteiro e direção de Neil Jordan. Trata-se de um suspense cuja
história envolve a relação entre uma jovem garçonete de um restaurante de luxo,
Frances McCullen (Chloë Grace Moretz), e a viúva Greta Hideg (Isabelle
Huppert). Recém-chegada a Manhattan depois da morte da mãe, Frances mora num
apartamento com a amiga Erica Penn (Maika Monroe). Certo dia, no banco de um
vagão do metrô, Frances encontra uma bolsa abandonada. Ao abri-la, descobre uma
identidade com o nome e o endereço da dona. Lá foi ela tocar a campainha na
casa de Greta, uma viúva solitária e carente, que agradece o favor e a convida
para tomar um chá. O que parecia uma amizade de mãe para filha vira uma
obsessão por parte da viúva, que persegue a moça o tempo inteiro. Até que um
dia Frances pede a ela para não mais procurá-la. A viúva responde: “Eu sou como
chiclete. Eu grudo mesmo”. E por aí a história se desenrola, até envolver não
só a amiga de Frances, como também um investigador particular. Tudo bem que o
suspense é mantido até o desfecho, agradando os fãs do gênero. Porém, não fosse
a presença da diva francesa Isabelle Huppert, o filme seria apenas mediano. Aos
66 anos, ainda em grande forma, Hupper arrasa com uma performance assustadora.
Não é à toa que ela é chamada de “A Dama do Cinema Francês”. Ela salva o filme.
Destaco também as boas atuações das jovens Chloê Grace Moretz e Maika Monroe.
Para concluir meu comentário, lembro que o veterano diretor irlandês Neil é
responsável por dois grandes filmes: “Entrevista com o Vampiro” e “Traídos pelo
Desejo”. Resumo da ópera: “Obsessão” proporciona uma
oportunidade e tanto para assistir a mais uma atuação espetacular da atriz
francesa.
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
“PREDADORES ASSASSINOS” (“CRAWL”), 2019,
EUA, 1h27m, roteiro e direção de Alexandre Aja. Durante uma violenta tempestade
provocada por um furacão na Flórida, a população de diversas cidades é obrigada
a sair de casa e ir direto para os abrigos. Heley Keller (Kaya Scodelario) liga para seu
pai Dave (Barry Pepper) para saber se está tudo bem. Heley não obtém resposta e
fica apavorada. Ela desobedece a ordem geral e passa por diversas barreiras coordenadas
pela defesa civil e ruma para a casa do pai, numa cidade vizinha. Enquanto a
tempestade aumenta cada vez mais, ela chega até a casa e descobre que o pai
está ferido no porão. Pronto, aí começa o pesadelo. As águas invadem a casa e
trazem junto alguns jacarés gigantes. Será que pai e filha se salvarão? Independente
da resposta, os dois e também os espectadores viverão momentos angustiantes, de
perder o fôlego. Muita ação e aflição até o final. Destaque para os jacarés, em
número maior do que o próprio elenco. Aliás, as filmagens utilizaram jacarés de
verdade e alguns de mentirinha. Tudo tão bem feito que a gente nem percebe
quem é o verdadeiro ou o de brinquedo. Mérito de Alexandre Aja, cineasta francês
especialista em filmes de ação, suspense e terror, como “Piranha 3D”, “Alta
Tensão”, “Viagem Maldita” e “Amaldiçoado”. O maior trunfo do filme, porém, é o
desempenho da jovem atriz Kaya Scodelario, de 27 anos, que já tem no currículo
alguns filmes importantes como os da saga “Maze Runner” e “Piratas do Caribe”:
A Vingança de Salazar”, entre outros. Kaya é filha de mãe brasileira e pai
inglês. Assisti a uma entrevista dela para um site brasileiro de cinema e
fiquei encantado com sua simpatia, além de responder todas as perguntas em
português. Voltando ao filme, “Predadores Assassinos” é um ótimo programa para
curtir numa sessão com pipoca. Mas cuidado, os jacarés podem fazer “Crawl” também
em você.
domingo, 6 de outubro de 2019
Sempre gostei de assistir a
filmes de países de língua árabe. Além de alguns excelentes, a maioria ensina muito sobre sua cultura e suas
tradições, o que os torna ainda mais interessantes. Ao assisti-los, a gente aprende
muito e acaba chegando à conclusão de que nós, ocidentais, jamais compreenderemos
seu modo de vida, enraizado há muitos séculos. Escrevi esse introito para
apresentar o drama argelino “O ARREPENDIDO” (“EL TAAIB” – na
França, recebeu o título de “Le Repenti”), 2012, roteiro e direção de
Merzak Allouache, 1h27m. A história é centrada no jovem jihadista Rashid (Nahi
Asli), que abandona a montanha onde se refugiava com seu grupo de extremistas
islâmicos, responsável por aterrorizar a população civil dos vilarejos da
região. Rashid volta à sua aldeia natal e
logo é denunciado à polícia – pela lei do Perdão e da Concórdia Nacional
vigente na Argélia, todo jihadista que se entregar e devolver sua arma será
anistiado. Rashid tenta se esconder da polícia e, nesse meio tempo, comete um
assassinato e faz chantagem contra um casal cuja filha adolescente tinha sido assassinada
pelos jihadistas. Por uma quantia em dinheiro, Rashid promete levá-los a um
local da montanha onde os restos mortais da menina haviam sido enterrados. A câmera
do diretor Merzak Allouache capta os cenários desérticos da região em tomadas
longas e lentas, o que prejudica o andamento da ação que envolve o trio de
viajantes, tornando o filme, perto do desfecho, um tanto monótono. “O
Arrependido” teve sua primeira exibição durante a Quinzena dos Realizadores no
Festival de Cannes/2012, além de participar, no mesmo ano, da Mostra Panorama
do Cinema Mundial no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. No 17º
Festival Internacional de Cinema de Kerala, na Índia, conquistou o Prêmio “Fipresci”
de Melhor Filme Asiático. Um filme muito interessante que merece ser visto
principalmente pelas razões que enumerei no início deste comentário.
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